AMOR+DE+VERANEIO
Uma história de amor envolvendo um adolescente inexperiente e uma adolescente já bastante experiente em relacionamentos no ano de 2001. O cenário é um antigo colégio em um bairro de subúrbio de Belo Horizonte, chamado Padre Matias. Os acontecimentos saem do controle e o que era apenas um caso de amor passa a ter envolvimento com crimes e drogas.
Uma história de amor envolvendo um adolescente inexperiente e uma adolescente já bastante experiente em relacionamentos no ano de 2001. O cenário é um antigo colégio em um bairro de subúrbio de Belo Horizonte, chamado Padre Matias. Os acontecimentos saem do controle e o que era apenas um caso de amor passa a ter envolvimento com crimes e drogas.
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O rapaz, repleto de preocupações não consegue se concentrar no<br />
namoro. A rua é deserta e escura, o que mesmo favorecendo os instintos<br />
não o comove.<br />
A lua cheia lá no céu colore de luz o horizonte e despeja sobre Ruan<br />
a vontade do amor, mas o nervosismo e a preocupação roubam-lhe a<br />
condição.<br />
Ruan não pára de pensar no tal carro preto, e teme que aconteça<br />
alguma coisa.<br />
Confuso, tenta esconder o fato mas cada vez mais se sente<br />
comprimido...<br />
- O que foi Ruan? Não consegue se concentrar?<br />
- Como pode isso acontecer comigo?<br />
- Calma Ruan, a gente namora outro dia, com calma...não precisa ter<br />
pressa.<br />
- Não era pra isso acontecer.<br />
- Não se preocupa com isso não tchu-tchuco...a gente marca outro<br />
dia.<br />
- Não sei se estou num clima bom depois de hoje.<br />
- Por que?<br />
- Se acontecer de novo eu...<br />
- Você está preocupado com alguma coisa que eu não saiba?<br />
- Não, só estou um pouco cansado.<br />
- Isso acontece.<br />
- Não deveria ser assim, eu só tenho dezessete anos. Não estou na<br />
idade de ter preocupações e de estar cansado...<br />
- Mas é que...<br />
Subitamente um veículo passa pelos dois em velocidade baixa. Ruan<br />
gela por dentro e sente a morte dentro do carro. Seu coração dispara e suas<br />
mãos suando frio seguram as mãos de Mary.<br />
É um carro preto com os vidros escuros. Em seu interior há mistério<br />
e maldade. Há a procura e ambição, misturada a um instinto de vingança.<br />
- Mary, vamos embora que eu acho que esse carro vai voltar.<br />
- Calma Ruan, devagar.<br />
- Anda logo, vem!<br />
Os dois correm pela rua em direção à rua de baixo que é mais<br />
movimentada. Ruan está aflito, pensa que ambos irão morrer naquele lugar.<br />
Chegando na rua param no primeiro bar que encontram. Ruan vê o<br />
carro preto passar na rua e encara o carro sem piscar os olhos. Sua<br />
respiração ofegante e os batimentos cardíacos acelerados.<br />
Mary está atemorizada! Não entende a razão daquele carro estar<br />
seguindo os dois. Seriam assaltantes, talvez não – ela pensa – afinal não<br />
tem nada de valor.<br />
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