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edição de 17 de setembro de 2018

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mercAdo<br />

Divulgação<br />

Criada pela NBS, Rio+Rio é uma ponte entre iniciativa privada e periferias; <strong>de</strong>senvolve projetos que tragam benefícios para as comunida<strong>de</strong>s e resultado para as marcas<br />

Periferia brasileira entra no radar da<br />

propaganda, mas há vários <strong>de</strong>safios<br />

Agências buscam aproximação por meio <strong>de</strong> programas <strong>de</strong> parceria,<br />

treinamento e contratação; comunida<strong>de</strong>s movimentam mais <strong>de</strong> R$ 141 bi<br />

RENATO ROGENSKI<br />

seu comercial <strong>de</strong> TV não me engana,<br />

“O eu não preciso <strong>de</strong> status, nem fama”.<br />

A frase é <strong>de</strong> uma das músicas dos Racionais<br />

MC’s nos anos 1990. E significa a crítica <strong>de</strong><br />

uma periferia que não se via representada<br />

na propaganda da época. Nos últimos anos,<br />

no entanto, o aumento do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> consumo<br />

da classe C e a evolução em sua relação<br />

com a mídia colocaram as comunida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong>finitivamente no radar das marcas e das<br />

agências. Um estudo recente da Outdoor<br />

Social, empresa que trabalha com publicida<strong>de</strong><br />

nas comunida<strong>de</strong>s do país, mostrou<br />

que as periferias brasileiras movimentam<br />

mais <strong>de</strong> R$ 141 bilhões por ano.<br />

O problema é que muito antes <strong>de</strong> querer<br />

ven<strong>de</strong>r produtos e serviços, as marcas precisam<br />

estabelecer uma relação muito mais<br />

próxima, fluida e assertiva com esse público.<br />

O gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio é: como produzir campanhas<br />

engajadoras se o próprio ambiente<br />

das agências ainda conta com poucas pessoas<br />

que realmente conhecem intimamente<br />

o comportamento e os anseios da periferia?<br />

“Quem trabalha com comunicação e<br />

marketing ten<strong>de</strong> a viver em bolhas autorreferentes<br />

e começa a acreditar que estas bolhas<br />

são o retrato do país. Não são. O Brasil<br />

é um gigantesco país <strong>de</strong> classes C/D, e, do<br />

ponto <strong>de</strong> vista comportamental, incluo as<br />

periferias <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>sta classificação”, avisa<br />

André Lima, VP <strong>de</strong> criação da NBS.<br />

AgênciA no morro<br />

Na visão do publicitário, não adianta<br />

discursar sobre as periferias e permanecer<br />

sentado em salas bonitas e refrigeradas.<br />

“É preciso botar o pé na rua, se misturar<br />

com as pessoas, enten<strong>de</strong>r e viver suas realida<strong>de</strong>s,<br />

em vez <strong>de</strong> ficar criando teorias”,<br />

acredita Lima. Em 2012, por exemplo, a NBS<br />

lançou a plataforma Rio+Rio, uma espécie<br />

<strong>de</strong> ponte entre iniciativa privada e periferias<br />

para a criação <strong>de</strong> projetos que tragam<br />

benefícios para as comunida<strong>de</strong>s e resultado<br />

para as marcas. A empreitada, que ainda<br />

está <strong>de</strong> pé, teve durante quase seis anos um<br />

escritório fixo na comunida<strong>de</strong> Santa Marta,<br />

no bairro carioca <strong>de</strong> Botafogo. “O primeiro<br />

gran<strong>de</strong> aprendizado foi <strong>de</strong> como ser relevante<br />

para uma marca muito além do universo<br />

da comunicação” afirma.<br />

No caso da Rio+Rio, todo projeto criado<br />

passa por um crivo <strong>de</strong> moradores das<br />

periferias, um grupo chamado “Amigos do<br />

Rio+Rio”. A agência submete tudo que <strong>de</strong>senvolve<br />

aos olhares <strong>de</strong>les, ouvindo com<br />

atenção os seus inputs, modificando e apri-<br />

36 <strong>17</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2018</strong> - jornal propmark

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