GERALDO LUIS FABÍOLA REIPERT RENATO LOMBARDI R7.COM/BALANCOGERAL FOTOS: EDU MORAES/RECORD TV O CONTADOR DE HISTÓRIAS VOLTOU. E BEM ACOMPANHADO. GERALDO LUIS ESTÁ DE VOLTA AO COMANDO DO BALANÇO GERAL. E SE JUNTA A FABÍOLA REIPERT E RENATO LOMBARDI. DE SEGUNDA A SEXTA, ÀS 11H50 DA MANHÃ. PARA ANUNCIAR, CONSULTE A EQUIPE COMERCIAL DA RECORD TV.
editorial Armando Ferrentini aferrentini@editorareferencia.com.br Contradição Aparentemente, o mercado publicitário – que <strong>de</strong>ve ser entendido a partir do marketing, do qual é consequência – começa a viver um outro momento em nosso país, principalmente nos gran<strong>de</strong>s centros, on<strong>de</strong> é mais volumoso o uso da comunicação publicitária, da qual todos muito esperam. Queremos dizer com isso que, o que estava em compasso <strong>de</strong> espera, começa agora a se movimentar, ainda que vagarosamente. De qualquer forma, já é um bom sinal, respeitando o período sempre mais volumoso da publicida<strong>de</strong>, que é o último trimestre do ano. Por vários fatores, a propaganda passou por períodos <strong>de</strong> semiestagnação <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do ano, a partir principalmente das verbas <strong>de</strong> governo, consi<strong>de</strong>rado o anunciante número um do país em termos <strong>de</strong> verbas. Governo novo, presi<strong>de</strong>nte da República um pouco refratário não exatamente à publicida<strong>de</strong>, mas – segundo seus assessores mais próximos – ao uso que <strong>de</strong>la vinha se fazendo, acarretando com isso uma longa paralisação que agora começa a se mover, ainda que lentamente. O chefe pena branca começa a enten<strong>de</strong>r a extrema necessida<strong>de</strong> do uso do ferramental publicitário pelo governo, sempre tomando o cuidado <strong>de</strong> conter os abusos e as malversações das verbas. Outro fator que começa a colocar a ativida<strong>de</strong> publicitária on<strong>de</strong> ela merece estar é a recuperação dos ganhos pelas gran<strong>de</strong>s corporações, po<strong>de</strong>ndo agora <strong>de</strong>stinar um pedaço maior à propaganda. Já se percebe isso claramente em anunciantes <strong>de</strong> renome, aos poucos voltando ao mercado aumentando o seu potencial, o que inclusive estimula concorrentes a fazerem o mesmo para não per<strong>de</strong>rem valiosas fatias do mercado. A batalha entre o analógico e o digital ainda prosseguirá por um bom tempo, com este último obtendo maior crescimento. Mas nada que venha, pelo menos no curto prazo, a eliminar <strong>de</strong> vez seu oponente. Mas o que verda<strong>de</strong>iramente salva a nossa propaganda é a qualida<strong>de</strong> criativa que nossos profissionais do setor lhe emprestam, aumentando com isso o potencial <strong>de</strong> resultados <strong>de</strong> cada campanha que sai das agências e ganha as ruas através dos meios, sejam tradicionais ou recém-criados. Não há consumidor que resista a um apelo publicitário extremamente criativo, na forma e na i<strong>de</strong>ia. Esse tipo <strong>de</strong> importante fator <strong>de</strong> venda po<strong>de</strong> fazer mais pelo produto ou serviços do que eles mesmos por si. A contradição, do título acima, resi<strong>de</strong> no comportamento ambíguo do mercado, que, possuidor <strong>de</strong> tantas e tamanhas armas para contribuir nas vendas, recua a cada início <strong>de</strong> ano como se acreditando que o arsenal publicitário po<strong>de</strong> ter envelhecido. Não envelhece e jamais envelhecerá, pois novas i<strong>de</strong>ias sempre serão trazidas para todas as formas <strong>de</strong> publicida<strong>de</strong>, seduzindo o consumidor com os seus argumentos e beleza. A força <strong>de</strong> uma nova i<strong>de</strong>ia publicitária sempre levará o consumidor ao produto ou serviço. Sempre foi assim e assim continuará, enquanto o ser humano prosseguir admirando a beleza <strong>de</strong> uma mensagem e o apelo inteligente que ela contém. Em matéria assinada pela jornalista Neusa Spaulucci, há uma observação sobre um pensamento convergente entre profissionais tarimbados a respeito da influência que a mudança <strong>de</strong> geração no meio, aliada às novas mídias, contribui para uma mudança <strong>de</strong> comportamento também junto aos profissionais, e aqui queremos nos referir aos mais jovens, que sabem observar com rigor maior do que os da geração passada a importância do faturamento dos seus clientes na composição e oferta dos seus salários, bem como o crescimento da valoração dos resultados. O que temos a dizer sobre isso é que nem po<strong>de</strong>ria ser diferente. Nesse tipo <strong>de</strong> questão, cada nova geração torna-se mais ambiciosa que a anterior, diante principalmente da valorização em muitos sentidos, provocadas pela boa propaganda às marcas. Seria a nosso ver errado e até inesperado o comportamento digamos oposto, com os novos profissionais observando a evolução das marcas e os seus resultados <strong>de</strong> vendas e não se atribuindo parte nisso. O domínio da qualida<strong>de</strong> publicitária é mais forte e eficaz hoje, porque a cada geração <strong>de</strong> profissionais do setor há um visível avanço na qualida<strong>de</strong> intrínseca <strong>de</strong> cada um, em consonância com o avanço tecnológico movido por outros jovens profissionais <strong>de</strong>dicados a essa profusão <strong>de</strong> recursos, que muito contribui para um produto final da mais alta qualida<strong>de</strong> e consequente agrado no universo aberto da comunicação. *** Amigos – e são muitos – <strong>de</strong> José Bonifácio <strong>de</strong> Oliveira Sobrinho, o Boni, conforme já registramos em nossa edição <strong>de</strong> 16/9/19, estão contribuindo com a sua mais recente obra <strong>de</strong> comunicação, que resulta em uma série <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimentos sobre a sua figura, em comemoração aos 85 anos <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>sse gênio exemplar que rapidamente transformou a televisão brasileira, tirando-a da era pré-histórica e dando-lhe formas não apenas mo<strong>de</strong>rnas, como futuristas. O trabalho está em vias <strong>de</strong> ser concluído e, como tudo que se passou e ainda passa na vida <strong>de</strong>sse cidadão superior, teremos ao final, sem dúvida nenhuma, um resultado proeminente. Tive a honra e o prazer <strong>de</strong> ser convidado para um dos <strong>de</strong>poimentos, que me remeteu aos meus 15 anos, quando trabalhava na infelizmente extinta Multi MP Propaganda, uma agência subsidiária do Grupo McCann, que funcionava em uma casa estilo colonial na Rua Albuquerque Lins, 915. Um en<strong>de</strong>reço então distante <strong>de</strong> restaurantes e das casas da maioria dos seus funcionários, porque naquele tempo muitos ainda almoçavam em casa nos dias úteis. Isso levou Davi Monteiro, o presi<strong>de</strong>nte da agência, a convidar a mulher do zelador da agência a produzir almoços para a turma que não saía da agência entre 12h e as 14h. Como para tudo na vida precisa-se <strong>de</strong> sorte, a minha veio na forma singela <strong>de</strong> sentar-me àquela mesa diariamente, entre muitos cobrões, dos quais se <strong>de</strong>stacava ele, o Boni, com os seus 27 ou 28 anos, já enten<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> TV mais que todos naquele recinto e naquela agência, on<strong>de</strong> já ocupava o cargo <strong>de</strong> diretor <strong>de</strong> TV. Muitas conversas se travavam nessas duas horas tão esperadas do dia, sendo o mote principal as campanhas que estavam sendo criadas e produzidas por aquela turma para os clientes da Multi. Essa foi a minha primeira, única e gran<strong>de</strong> escola <strong>de</strong> propaganda que cursei, consi<strong>de</strong>rando-me formado <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ouvir diariamente tantos excelentes profissionais expondo seus pontos <strong>de</strong> vista sobre as campanhas em criação e produção. Todos falavam um pouco, Boni um pouco menos, porque sua genialida<strong>de</strong> dispensava muitas palavras. Na vez <strong>de</strong>le – e eram muitas, a pedidos – facas, garfos e colheres eram <strong>de</strong>ixados sobre o prato. Não apenas eu, mas muitos amigos que àquela mesa tinham assento, confessavam que terminavam o almoço a cada dia sabendo mais sobre a profissão e os truques, com o crédito maior <strong>de</strong> todos a Boni, essa figura <strong>de</strong> um valor inestimável. Feliz 85 anos, caro amigo! jornal propmark - <strong>30</strong> <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2019</strong> 3