Revista SECOVIRIO 118
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necessários para investirem nos imóveis e não<br />
o faziam antes por uma questão de<br />
insegurança. Então, passadas as eleições, as<br />
reformas, começam a aparecer algumas<br />
estabilidades econômicas, redução de taxas de<br />
juros, e essas pessoas resolvem tirar o<br />
dinheiro, que estava parado rendendo CDI,<br />
para colocar no mercado imobiliário. Quando<br />
você tem incerteza, não toma decisão. E todo<br />
mundo sabe que mercado imobiliário é a maior<br />
decisão da vida do ser humano”, explicou<br />
Hermolin.<br />
O presidente da Ademi-RJ ainda falou sobre as<br />
semelhanças entre os mercados de São Paulo<br />
e Rio de Janeiro. “O mercado é muito<br />
previsível. Assim como aconteceu em São<br />
Paulo em 2016 e 2017, o Rio volta a<br />
apresentar melhora no terceiro trimestre de<br />
2018, depois de ter seu pior momento em<br />
2017. Praticamente um ano de diferença entre<br />
o pior ano e a retomada. Os ciclos são muito<br />
semelhantes em todos os mercados”, afirmou.<br />
Para encerrar o dia, Henrique Blecher, CEO da<br />
Bait Inc., provocou reflexões no painel “Novo<br />
Conceito de Morar e Investir no Rio de Janeiro<br />
a partir da Aprovação do Novo Código de<br />
Obras”. De acordo com ele, o mercado<br />
imobiliário cresceu muito no Brasil nos últimos<br />
anos em função dos novos marcos legais, que<br />
trouxeram segurança jurídica e expectativa<br />
positiva a longo prazo para o investidor.<br />
“A melhora do mercado imobiliário é boa para<br />
todo mundo, até porque ele é um dos que<br />
mais empregam no Brasil. E o que a gente está<br />
precisando é de emprego. O mercado<br />
imobiliário trabalha com um ciclo de longo<br />
prazo e ele não existe sem expectativa de<br />
confiança, de perspectiva positiva em relação<br />
ao futuro. Por isso a legislação é fundamental.<br />
Não existe transformação social sem<br />
acompanhamento legislativo. O que dá<br />
garantia, o que dá segurança jurídica para se<br />
empreender são os marcos legais que vão<br />
mudando”, ressaltou o CEO da Bait Inc.<br />
Para Blecher, o debate sobre as novas formas<br />
de morar começou um pouco mais tarde do<br />
que deveria no Rio de Janeiro. O<br />
entendimento urbano da dinâmica da cidade<br />
em São Paulo, por exemplo, aconteceu mais<br />
cedo, segundo ele. “Talvez isso tenha<br />
acontecido por uma demora de leitura da<br />
mudança social que vem acontecendo na<br />
cidade do Rio. Atualmente existem duas leis<br />
importantíssimas. A primeira, que já saiu, é o<br />
novo Código de Obras, mas tem sido uma<br />
batalha, porque é muito difícil compor<br />
interesses e leituras que o Legislativo e o<br />
Executivo fazem do cenário urbano carioca,<br />
mas a gente está conseguindo caminhar. Então<br />
é fundamental as entidades de classe estarem<br />
lá em forma de representação das<br />
expectativas dos empresários, dos<br />
consumidores, dos arquitetos etc.”, afirmou.<br />
Para o vice-presidente do Secovi Rio, o Rio de<br />
Janeiro está vivendo um movimento chamado<br />
“fly to high”, uma expressão em inglês que<br />
significa alçar voos mais altos, o que explica<br />
todos os lançamentos que estão ocorrendo na<br />
região. “A Zona Sul é tiro certo, é onde eu<br />
posso pisar firme, onde há maior segurança.<br />
Claro que tudo ainda é muito lento, mas é<br />
outra perspectiva para aquele rumo em que a<br />
gente estava vindo”, disse Schneider.<br />
O evento contou com a parceria da WeWork,<br />
que cedeu o espaço e o café da manhã, e<br />
também com os patrocínios das empresas<br />
Haganá, Castelo Cobranças e Alterdata.<br />
Lukas Bischoff Photograph / Shutterstock.com<br />
SECOVI RIO / 2020 / nº <strong>118</strong> / 33