entrevista A <strong>NO</strong> REVISTA sentouse à mesa com Miguel Castro Oliveira, Diretor Executivo - CEO da I AM. Com sede em Vila Nova de Gaia e com grandes projectos desde 2015, a I AM foi criada com base na ideia de afirmação de uma identidade única.
entrevista adoro. Não querendo dizer que é só São Miguel, mas é a ilha que melhor conheço. Já tive a oportunidade de vir cá algumas vezes e conheço bastante bem. Tem uma beleza natural, as pessoas são espetaculares, portanto, acho que isso não se explica, sente-se. É chegares cá e sentires-te bem. Miguel, este evento da “Francesinha In Azores”, que já começa pela alteração do próprio nome, traz um conceito diferente? Há algumas alterações naquilo que foi em 2016 o “Festival das Francesinhas”? Acima de tudo houve um erro que foi chamar Festival das Francesinhas em 2016. Não devia ter sido chamado Festival das Francesinhas porque deu uma ideia errada às pessoas do que é que seria e daí corrigirmos para “Francesinha In Azores”, porque isto é um evento gastronómico e não um festival. Como tu disseste há bocadinho, fizeram questão de utilizar tudo aquilo que era açoriano, portanto, realmente este nome escolhido para 2020 tem mui to mais a ver com aquilo que se vai passar do que propriamente o “Festival das Francesinhas”, porque vem de fora o chef, mas depois aquilo que é utilizado cá é açoriano. Certíssimo. O conceito vai manter-se nesse aspeto. Todos os produtos serão comprados e selecionados cá. Lembrome que em 2016 tivemos uma situação com o pão, porque o pão de cá não era tão bom para a francesinha porque “chupava” muito o molho, ficava ensopado, e nós tivemos que andar a trabalhar para alterar. Na altura foi um processo bastante interessante. Nesta altura já não vai ser preciso fazer isso, já temos esse fornecedor com esse pão preparado, mas sem dúvida nenhuma, todos os produtos vão ser de São Miguel. Se fores fazer este evento na ilha Terceira ou na ilha do Faial, o conceito vai ser o mesmo? A utilização dos produtos açorianos como marca dos teus eventos nos Açores? Sim, sem dúvida. A única coisa que andará com a I AM serão as pessoas e a sabedoria, o segredo do molho e a confeção. Todos os produtos serão sempre da ilha onde nós estivermos a fazer o evento. Naquele que diz respeito ao staff que tu trazes de fora, que ainda não é tão pequeno como isso, este staff é escolhido por ti? Vai fazer uma visita primeiro ao espaço? Como é que isto tudo se processa? Esse processo passa mesmo só por mim – a seleção. É um processo muito próprio. Eu identifico algumas empresas que gostaria que fizessem e depois, por algum motivo, não especial, seleciono uma e faço o convite. As pessoas, de facto, são pessoas que nós conhecemos há muitos anos e que já trabalham também no continente. Lembro-me de um dos parceiros que será o próximo a vir cá, mas que para nós não é o importante, ou seja, nós não vimos para cá promover o restaurante do Porto que vem cá fazer as francesinhas. Nós estamos cá a fazer um evento gastronómico nos Açores e esse é o que nós queremos promover – os produtos regionais com a francesinha do Porto, com o molho especial do Porto, mas não é importante qual é a empresa que o vem fazer. Não é esse o cerne da questão. Não é importante quem o vem fazer, mas é importante que quem o vem fazer o saiba fazer em condições. Como disseste, o segredo está no molho. Lá pelos condimentos, pelas carnes, o chouriço, o pão e toda esta parte da francesinha ser regional, o segredo está em quem vem fazer o molho, em quem vem preparar a francesinha. Inclusive as compras para a confeção do molho são feitas pelos chefes. Nós não vamos com eles às compras, eles não querem. Nós só pagamos. Eles não querem que nós vejamos as quantidades – “não, isto é nosso. Vocês podem fazer o que quiserem, tirar o queijo, pôr o queijo, pôr as carnes”, mas o molho só há duas ou <strong>NO</strong>JAN20 09