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entrevista<br />
adoro. Não querendo dizer que<br />
é só São Miguel, mas é a ilha<br />
que melhor conheço. Já tive a<br />
oportunidade de vir cá algumas<br />
vezes e conheço bastante bem.<br />
Tem uma beleza natural, as<br />
pessoas são espetaculares,<br />
portanto, acho que isso não se<br />
explica, sente-se. É chegares cá<br />
e sentires-te bem.<br />
Miguel, este evento da<br />
“Francesinha In Azores”,<br />
que já começa pela alteração<br />
do próprio nome, traz um<br />
conceito diferente? Há<br />
algumas alterações naquilo<br />
que foi em 2016 o “Festival<br />
das Francesinhas”?<br />
Acima de tudo houve um<br />
erro que foi chamar Festival<br />
das Francesinhas em 2016.<br />
Não devia ter sido chamado<br />
Festival das Francesinhas<br />
porque deu uma ideia errada às<br />
pessoas do que é que seria e daí<br />
corrigirmos para “Francesinha<br />
In Azores”, porque isto é um<br />
evento gastronómico e não um<br />
festival.<br />
Como tu disseste há<br />
bocadinho, fizeram questão<br />
de utilizar tudo aquilo que era<br />
açoriano, portanto, realmente<br />
este nome escolhido para 2020<br />
tem mui to mais a ver com<br />
aquilo que se vai passar do<br />
que propriamente o “Festival<br />
das Francesinhas”, porque<br />
vem de fora o chef, mas<br />
depois aquilo que é utilizado<br />
cá é açoriano.<br />
Certíssimo. O conceito vai<br />
manter-se nesse aspeto. Todos<br />
os produtos serão comprados<br />
e selecionados cá. Lembrome<br />
que em 2016 tivemos<br />
uma situação com o pão,<br />
porque o pão de cá não era<br />
tão bom para a francesinha<br />
porque “chupava” muito o<br />
molho, ficava ensopado, e nós<br />
tivemos que andar a trabalhar<br />
para alterar. Na altura foi um<br />
processo bastante interessante.<br />
Nesta altura já não vai ser<br />
preciso fazer isso, já temos<br />
esse fornecedor com esse pão<br />
preparado, mas sem dúvida<br />
nenhuma, todos os produtos vão<br />
ser de São Miguel.<br />
Se fores fazer este evento<br />
na ilha Terceira ou na ilha<br />
do Faial, o conceito vai ser<br />
o mesmo? A utilização dos<br />
produtos açorianos como<br />
marca dos teus eventos nos<br />
Açores?<br />
Sim, sem dúvida. A única coisa<br />
que andará com a I AM serão as<br />
pessoas e a sabedoria, o segredo<br />
do molho e a confeção. Todos<br />
os produtos serão sempre da<br />
ilha onde nós estivermos a fazer<br />
o evento.<br />
Naquele que diz respeito<br />
ao staff que tu trazes de<br />
fora, que ainda não é tão<br />
pequeno como isso, este<br />
staff é escolhido por ti? Vai<br />
fazer uma visita primeiro ao<br />
espaço? Como é que isto tudo<br />
se processa?<br />
Esse processo passa mesmo<br />
só por mim – a seleção. É um<br />
processo muito próprio. Eu<br />
identifico algumas empresas<br />
que gostaria que fizessem e<br />
depois, por algum motivo,<br />
não especial, seleciono uma<br />
e faço o convite. As pessoas,<br />
de facto, são pessoas que nós<br />
conhecemos há muitos anos<br />
e que já trabalham também<br />
no continente. Lembro-me<br />
de um dos parceiros que será<br />
o próximo a vir cá, mas que<br />
para nós não é o importante,<br />
ou seja, nós não vimos para<br />
cá promover o restaurante<br />
do Porto que vem cá fazer as<br />
francesinhas. Nós estamos cá a<br />
fazer um evento gastronómico<br />
nos Açores e esse é o que<br />
nós queremos promover – os<br />
produtos regionais com a<br />
francesinha do Porto, com<br />
o molho especial do Porto,<br />
mas não é importante qual é a<br />
empresa que o vem fazer. Não é<br />
esse o cerne da questão.<br />
Não é importante quem o<br />
vem fazer, mas é importante<br />
que quem o vem fazer o saiba<br />
fazer em condições. Como<br />
disseste, o segredo está no<br />
molho. Lá pelos condimentos,<br />
pelas carnes, o chouriço,<br />
o pão e toda esta parte da<br />
francesinha ser regional, o<br />
segredo está em quem vem<br />
fazer o molho, em quem vem<br />
preparar a francesinha.<br />
Inclusive as compras para a<br />
confeção do molho são feitas<br />
pelos chefes. Nós não vamos<br />
com eles às compras, eles não<br />
querem. Nós só pagamos. Eles<br />
não querem que nós vejamos<br />
as quantidades – “não, isto é<br />
nosso. Vocês podem fazer o<br />
que quiserem, tirar o queijo,<br />
pôr o queijo, pôr as carnes”,<br />
mas o molho só há duas ou<br />
<strong>NO</strong>JAN20 09