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NO Revista Janeiro 2019

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entrevista<br />

adoro. Não querendo dizer que<br />

é só São Miguel, mas é a ilha<br />

que melhor conheço. Já tive a<br />

oportunidade de vir cá algumas<br />

vezes e conheço bastante bem.<br />

Tem uma beleza natural, as<br />

pessoas são espetaculares,<br />

portanto, acho que isso não se<br />

explica, sente-se. É chegares cá<br />

e sentires-te bem.<br />

Miguel, este evento da<br />

“Francesinha In Azores”,<br />

que já começa pela alteração<br />

do próprio nome, traz um<br />

conceito diferente? Há<br />

algumas alterações naquilo<br />

que foi em 2016 o “Festival<br />

das Francesinhas”?<br />

Acima de tudo houve um<br />

erro que foi chamar Festival<br />

das Francesinhas em 2016.<br />

Não devia ter sido chamado<br />

Festival das Francesinhas<br />

porque deu uma ideia errada às<br />

pessoas do que é que seria e daí<br />

corrigirmos para “Francesinha<br />

In Azores”, porque isto é um<br />

evento gastronómico e não um<br />

festival.<br />

Como tu disseste há<br />

bocadinho, fizeram questão<br />

de utilizar tudo aquilo que era<br />

açoriano, portanto, realmente<br />

este nome escolhido para 2020<br />

tem mui to mais a ver com<br />

aquilo que se vai passar do<br />

que propriamente o “Festival<br />

das Francesinhas”, porque<br />

vem de fora o chef, mas<br />

depois aquilo que é utilizado<br />

cá é açoriano.<br />

Certíssimo. O conceito vai<br />

manter-se nesse aspeto. Todos<br />

os produtos serão comprados<br />

e selecionados cá. Lembrome<br />

que em 2016 tivemos<br />

uma situação com o pão,<br />

porque o pão de cá não era<br />

tão bom para a francesinha<br />

porque “chupava” muito o<br />

molho, ficava ensopado, e nós<br />

tivemos que andar a trabalhar<br />

para alterar. Na altura foi um<br />

processo bastante interessante.<br />

Nesta altura já não vai ser<br />

preciso fazer isso, já temos<br />

esse fornecedor com esse pão<br />

preparado, mas sem dúvida<br />

nenhuma, todos os produtos vão<br />

ser de São Miguel.<br />

Se fores fazer este evento<br />

na ilha Terceira ou na ilha<br />

do Faial, o conceito vai ser<br />

o mesmo? A utilização dos<br />

produtos açorianos como<br />

marca dos teus eventos nos<br />

Açores?<br />

Sim, sem dúvida. A única coisa<br />

que andará com a I AM serão as<br />

pessoas e a sabedoria, o segredo<br />

do molho e a confeção. Todos<br />

os produtos serão sempre da<br />

ilha onde nós estivermos a fazer<br />

o evento.<br />

Naquele que diz respeito<br />

ao staff que tu trazes de<br />

fora, que ainda não é tão<br />

pequeno como isso, este<br />

staff é escolhido por ti? Vai<br />

fazer uma visita primeiro ao<br />

espaço? Como é que isto tudo<br />

se processa?<br />

Esse processo passa mesmo<br />

só por mim – a seleção. É um<br />

processo muito próprio. Eu<br />

identifico algumas empresas<br />

que gostaria que fizessem e<br />

depois, por algum motivo,<br />

não especial, seleciono uma<br />

e faço o convite. As pessoas,<br />

de facto, são pessoas que nós<br />

conhecemos há muitos anos<br />

e que já trabalham também<br />

no continente. Lembro-me<br />

de um dos parceiros que será<br />

o próximo a vir cá, mas que<br />

para nós não é o importante,<br />

ou seja, nós não vimos para<br />

cá promover o restaurante<br />

do Porto que vem cá fazer as<br />

francesinhas. Nós estamos cá a<br />

fazer um evento gastronómico<br />

nos Açores e esse é o que<br />

nós queremos promover – os<br />

produtos regionais com a<br />

francesinha do Porto, com<br />

o molho especial do Porto,<br />

mas não é importante qual é a<br />

empresa que o vem fazer. Não é<br />

esse o cerne da questão.<br />

Não é importante quem o<br />

vem fazer, mas é importante<br />

que quem o vem fazer o saiba<br />

fazer em condições. Como<br />

disseste, o segredo está no<br />

molho. Lá pelos condimentos,<br />

pelas carnes, o chouriço,<br />

o pão e toda esta parte da<br />

francesinha ser regional, o<br />

segredo está em quem vem<br />

fazer o molho, em quem vem<br />

preparar a francesinha.<br />

Inclusive as compras para a<br />

confeção do molho são feitas<br />

pelos chefes. Nós não vamos<br />

com eles às compras, eles não<br />

querem. Nós só pagamos. Eles<br />

não querem que nós vejamos<br />

as quantidades – “não, isto é<br />

nosso. Vocês podem fazer o<br />

que quiserem, tirar o queijo,<br />

pôr o queijo, pôr as carnes”,<br />

mas o molho só há duas ou<br />

<strong>NO</strong>JAN20 09

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