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técnicas de química computacional e modelagem<br />
molecular. Destacam-se como principais<br />
elementos tradicionalmente estudados pela<br />
bioinformática, os nucleotídeos e proteínas,<br />
entretanto, membranas biológicas e carboidratos<br />
vem se tornando novos alvos de estudo. Na<br />
bioinformática não há uma forma única de representar<br />
as biomoléculas, cada representação<br />
deve ser avaliada de acordo com o contexto de<br />
aplicação. O volume de informação manipulada<br />
é diretamente proporcional com o custo computacional<br />
envolvido. Técnicas comumente utilizadas<br />
como alinhamento de sequências e de<br />
estruturas, e sobreposição de estruturas podem<br />
ser aplicadas à ciência bioquímica, no estudo de<br />
sistemas, no metabolismo, no entendimento de<br />
patologias e também na busca por novos compostos<br />
terapêuticos (2).<br />
A obesidade é uma doença crônica que merece<br />
prioridade nas estratégias de prevenção,<br />
pois os pacientes obesos são susceptíveis ao<br />
desenvolvimento de diversas comorbidades, incluindo<br />
Diabetes Mellitus tipo 2. Atualmente, a<br />
proporção de pessoas obesas aumentou devido<br />
as mudanças comportamentais ocorridas nas<br />
últimas décadas, sobretudo devido à alimentação<br />
inadequada e ao sedentarismo (3). Como o<br />
índice glicêmico é diretamente proporcional ao<br />
IMC (índice de massa corporal), à medida que o<br />
indivíduo aumenta sua massa gorda, seus níveis<br />
glicêmicos também se elevam, aumentando o<br />
risco de desenvolvimento da DM2 (4).<br />
Metodologia<br />
O procedimento de pesquisa para a revisão<br />
bibliográfica baseou-se na utilização de sites<br />
de busca de artigos, como o Google Acadêmico,<br />
Pub Med, Scielo e Bireme, além de revistas científicas<br />
como a Nature e Science. Foram selecionados<br />
os artigos que apresentassem as palavras<br />
chave Bioinformática, Diabetes e Obesidade<br />
e que compreendessem o período de 2000 a<br />
2019 escritos em português, inglês e espanhol.<br />
Referencial Teórico<br />
Diabetes Mellitus Tipo II<br />
A Diabetes é um considerável problema de<br />
saúde pois afeta grande parte da população. Em<br />
2017, aproximadamente 425 milhões de adultos<br />
entre 20 a 79 anos possuíam diabetes (5). A<br />
perspectiva é que em 2045, isso aumente para<br />
629 milhões. No Brasil, há mais de 13 milhões<br />
de pessoas vivendo com Diabetes, representando<br />
cerca de 6,9 % da população (6). Cerca de<br />
90% das pessoas possuem a Diabetes Mellitus<br />
Tipo 2. Ela aparece quando o organismo não<br />
produz insulina suficiente para controlar a taxa<br />
de glicemia ou quando ele produz insulina, porém<br />
não consegue utilizá-la da forma correta. A<br />
doença se manifesta principalmente em adultos<br />
mais velhos, porém com o aumento dos níveis<br />
de obesidade, falta de exercícios físicos e má<br />
alimentação, ela também está aparecendo em<br />
pessoas mais jovens (5).<br />
A primeira opção para o tratamento da Diabetes<br />
tipo 2 é manter um estilo de vida saudável,<br />
praticando atividade física regular, mantendo<br />
uma dieta saudável, e um peso corporal dentro<br />
dos valores esperados. A segunda opção de<br />
tratamento, caso não for suficiente um estilo de<br />
vida saudável, seriam os medicamentos orais<br />
e injeções de insulina. Os mais utilizados são<br />
as Metforminas, que reduzem a resistência à<br />
insulina e as Sulfoniluréias, que aumentam a<br />
produção de insulina através da estimulação do<br />
pâncreas. As pessoas diabéticas possuem um<br />
risco elevado de apresentar doenças cardiovasculares,<br />
nefropatia diabética, retinopatia diabética,<br />
neuropatia diabética, complicações orais<br />
e complicações na gravidez. De acordo com<br />
alguns estudos, até 80% dos casos de Diabetes<br />
poderiam ser evitados com exercícios físicos frequentes<br />
e dieta equilibrada (6).<br />
Bioinformática e Diabetes Mellitus Tipo 2<br />
As técnicas da bioinformática foram aplicadas<br />
em um estudo para esclarecer as vias implícitas e<br />
redes de coexpressão em ilhotas da DM2, já que a<br />
falha e a disfunção nas células β pancreáticas são<br />
as principais etiologias da Diabetes Mellitus tipo<br />
II (DM2). Os mecanismos subentendidos para o<br />
envolvimento da função das ilhotas da DM2 humana<br />
ainda não estão totalmente explanados.<br />
Muitos dados genéticos foram publicados e armazenados<br />
em bancos de dados públicos, como<br />
o GEI (Gene Expression Omnibus) do NCBI (Centro<br />
Nacional de Informações sobre Biotecnologia), o<br />
ArrayExpress do Instituto Europeu de Bioinformática<br />
e o Genotype-Tissue Expression. A agregação<br />
desses dados, obtidos através da aplicação de<br />
fragmentos de genes e sequenciamento de nova<br />
geração, poderão auxiliar nas análises da Bioinformática<br />
com uma associação genômica vasta,<br />
para explorar a genética molecular das ilhotas na<br />
DM2 (7).<br />
ARTIGO 02<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Fev/Mar 2020<br />
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