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BIOSSEGURANÇA<br />
Jaleco: Características, Como Utilizar<br />
Corretamente para Evitar as Infecções<br />
Por: Jorge Luiz Silva Araújo-Filho, Rosalva Raimundo Silva, Amanda Maria Chaves<br />
A Organização Mundial de Saúde (OMS), considera<br />
o jaleco como uma importante barreira protetora<br />
contra os microrganismos. Aqui no Brasil, os órgãos<br />
regulamentadores, como a própria vigilância<br />
sanitária, ficam à mercê de legislações implícitas de<br />
como deveria ser o uso adequado das vestimentas<br />
nos serviços de saúde. A Resolução da Diretoria<br />
Colegiada Nº. 63 de 25/11/2011 da ANVISA, Seção<br />
VII da Proteção à Saúde do Trabalhador, aborda no<br />
artigo 46, que o serviço de saúde deve garantir que<br />
seus trabalhadores com possibilidade de exposição<br />
a agentes biológicos, físicos ou químicos utilizem<br />
vestimentas para o trabalho, compatíveis com o risco<br />
e em condições de conforto. Em parágrafo único,<br />
deixa claro que, os trabalhadores não devem deixar o<br />
local de trabalho com os equipamentos de proteção<br />
individual, essa orientação também é mencionada<br />
na Norma Regulamentadora 32, que trata da<br />
segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde,<br />
estabelece que “os trabalhadores não devem deixar o<br />
local de trabalho com os equipamentos de proteção<br />
individual e as vestimentas utilizadas em suas<br />
atividades laborais.<br />
O jaleco é um importante aliado do trabalhador<br />
da área da saúde, e seu uso inadequado pode<br />
comprometer a saúde do profissional e dos<br />
pacientes. Infelizmente, ainda é “comum” vermos<br />
o uso do jaleco fora do ambiente de trabalho.<br />
Visando a necessidade de minimizar os riscos<br />
relacionados ao uso inapropriado do jaleco,<br />
alguns estados brasileiros, como Rio de Janeiro<br />
(lei nº 8626/19), São Paulo (Lei nº 14466/11)<br />
e Minas Gerais (Lei nº 21.450/14), entre outros,<br />
propuseram leis específicas que proíbem o<br />
uso do jaleco fora do ambiente de trabalho. O<br />
profissional de saúde que infringir as disposições<br />
contidas nesta lei estará sujeito à multa, podendo<br />
ser aplicada em dobro em caso de reincidência.<br />
A premissa do uso do jaleco é cobrir maior parte<br />
possível das áreas mais expostas a contaminação<br />
do corpo. É importante que o comprimento da<br />
manga seja avaliado antes do uso, pois os punhos<br />
não podem ficar expostos e as mãos não devem<br />
ficar parcialmente cobertas. Após o uso correto, antes<br />
de deixar o ambiente de trabalho, deve-se retirar e<br />
acondicionar o jaleco numa embalagem apropriada<br />
e que seja utilizada exclusivamente para esse fim,<br />
podendo ser um “porta jaleco”, confeccionado<br />
com tecido de fácil higienização. Nunca se deve<br />
guardar jalecos usados junto de outros que já foram<br />
higienizados, ou de outras roupas e acessórios.<br />
Para higienização adequada dos jalecos, em<br />
casa, é recomendado que sejam lavados em balde<br />
exclusivo para esse fim, Jalecos completamente<br />
brancos e sem detalhes coloridos, que são os<br />
ideais, devem ser imersos de molho em solução<br />
de água sanitária na proporção de 10 ml para 1<br />
litro de água por 30 minutos antes da lavagem<br />
com sabão em pó. A água sanitária é danosa a<br />
qualquer tecido, ocasionando amarelamento<br />
e deterioração, portanto o tempo de duração<br />
do molho e a concentração do produto devem<br />
ser levados em consideração, contudo, existem<br />
outros produtos específicos, de linha profissional<br />
para uma desinfecção mais eficiente.<br />
A lavagem pode ser feita normalmente com sabão<br />
em pó ou líquido, seguido de enxague, lembrando<br />
de guardar o jaleco no “porta jaleco” (que também<br />
foi desinfetado), até o momento do seu uso. As<br />
regiões que devem receber maior atenção na hora<br />
da higienização são as mangas, os punhos e os<br />
bolsos, pela maior incidência de contaminação.<br />
A secagem deve ser feita preferencialmente em<br />
ambiente natural, para evitar a possibilidade de<br />
contaminação da máquina de lavar.<br />
Ate quando podemos utilizar o jaleco?<br />
Sinais de deterioração, como: furos, rasgos ou<br />
relaxamento dos elásticos são indicadores da<br />
necessidade de troca.<br />
Devemos lembrar: os jalecos NÃO devem ter<br />
“rendinhas”, nem “pin’s” (broches) decorativos!<br />
Alguns profissionais afirmam que é só coloca<br />
o “forro” no jaleco com rendinha, até resolve o<br />
problema da proteção da pele. Porém, a rendinha<br />
tem uma superfície muito “rugosa”, acumulando<br />
sujeira e microrganismos. A desinfecção do jaleco<br />
que tem rendinha não é feita de forma eficiente.<br />
Jaleco com rendinha é considerado adorno<br />
(enfeite), é proibido por lei.<br />
Pessoal, lembrem que mesmo durante um<br />
procedimento “sem ser invasivo”, os pacientes ou<br />
as amostras que serão analisadas podem estar<br />
contaminados com microrganismos patogênicos.<br />
Jalecos com esses “adornos”, abriga vírus, bactérias,<br />
fungos e colocam em risco também a família dos<br />
profissionais que levam os jalecos para casa.<br />
Biossegurança é um compromisso de todos!<br />
Acompanhe as informações sobre biossegurança<br />
no instagram @dr.biosseguranca.<br />
Por: Jorge Luiz Silva Araújo-Filho<br />
@dr.biossegurança: Biólogo, mestre em patologia, doutor<br />
em biotecnologia; palestrante e consultor em biossegurança.<br />
Rosalva Raimundo Silva: BioCare Consultoria em Saúde<br />
e Biossegurança<br />
Amanda Maria Chaves: Odontóloga; Residente de<br />
odontologia em saúde coletiva; BioCare Consultoria em<br />
Saúde e Biossegurança.<br />
Contatos<br />
Tel.: (81)997965514<br />
E-mail: jorgearaujofilho@gmail.com<br />
Prof. Jorge Luiz Araújo Filho<br />
Professor Jorge Luiz Silva Araújo-Filho (Instagram: @dr.biossegurança); Biólogo, mestre em patologia, doutor<br />
em biotecnologia; Professor do curso de medicina (FIP e UNINASSAU); Coordenador de biossegurança da UNIFIP;<br />
Coordenador do eixo básico do curso de medicina da UNIFIP; palestrante e consultor em biossegurança.<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab | Fev/Mar 2020