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Revista Newslab Ed 158

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BIOSSEGURANÇA<br />

Jaleco: Características, Como Utilizar<br />

Corretamente para Evitar as Infecções<br />

Por: Jorge Luiz Silva Araújo-Filho, Rosalva Raimundo Silva, Amanda Maria Chaves<br />

A Organização Mundial de Saúde (OMS), considera<br />

o jaleco como uma importante barreira protetora<br />

contra os microrganismos. Aqui no Brasil, os órgãos<br />

regulamentadores, como a própria vigilância<br />

sanitária, ficam à mercê de legislações implícitas de<br />

como deveria ser o uso adequado das vestimentas<br />

nos serviços de saúde. A Resolução da Diretoria<br />

Colegiada Nº. 63 de 25/11/2011 da ANVISA, Seção<br />

VII da Proteção à Saúde do Trabalhador, aborda no<br />

artigo 46, que o serviço de saúde deve garantir que<br />

seus trabalhadores com possibilidade de exposição<br />

a agentes biológicos, físicos ou químicos utilizem<br />

vestimentas para o trabalho, compatíveis com o risco<br />

e em condições de conforto. Em parágrafo único,<br />

deixa claro que, os trabalhadores não devem deixar o<br />

local de trabalho com os equipamentos de proteção<br />

individual, essa orientação também é mencionada<br />

na Norma Regulamentadora 32, que trata da<br />

segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde,<br />

estabelece que “os trabalhadores não devem deixar o<br />

local de trabalho com os equipamentos de proteção<br />

individual e as vestimentas utilizadas em suas<br />

atividades laborais.<br />

O jaleco é um importante aliado do trabalhador<br />

da área da saúde, e seu uso inadequado pode<br />

comprometer a saúde do profissional e dos<br />

pacientes. Infelizmente, ainda é “comum” vermos<br />

o uso do jaleco fora do ambiente de trabalho.<br />

Visando a necessidade de minimizar os riscos<br />

relacionados ao uso inapropriado do jaleco,<br />

alguns estados brasileiros, como Rio de Janeiro<br />

(lei nº 8626/19), São Paulo (Lei nº 14466/11)<br />

e Minas Gerais (Lei nº 21.450/14), entre outros,<br />

propuseram leis específicas que proíbem o<br />

uso do jaleco fora do ambiente de trabalho. O<br />

profissional de saúde que infringir as disposições<br />

contidas nesta lei estará sujeito à multa, podendo<br />

ser aplicada em dobro em caso de reincidência.<br />

A premissa do uso do jaleco é cobrir maior parte<br />

possível das áreas mais expostas a contaminação<br />

do corpo. É importante que o comprimento da<br />

manga seja avaliado antes do uso, pois os punhos<br />

não podem ficar expostos e as mãos não devem<br />

ficar parcialmente cobertas. Após o uso correto, antes<br />

de deixar o ambiente de trabalho, deve-se retirar e<br />

acondicionar o jaleco numa embalagem apropriada<br />

e que seja utilizada exclusivamente para esse fim,<br />

podendo ser um “porta jaleco”, confeccionado<br />

com tecido de fácil higienização. Nunca se deve<br />

guardar jalecos usados junto de outros que já foram<br />

higienizados, ou de outras roupas e acessórios.<br />

Para higienização adequada dos jalecos, em<br />

casa, é recomendado que sejam lavados em balde<br />

exclusivo para esse fim, Jalecos completamente<br />

brancos e sem detalhes coloridos, que são os<br />

ideais, devem ser imersos de molho em solução<br />

de água sanitária na proporção de 10 ml para 1<br />

litro de água por 30 minutos antes da lavagem<br />

com sabão em pó. A água sanitária é danosa a<br />

qualquer tecido, ocasionando amarelamento<br />

e deterioração, portanto o tempo de duração<br />

do molho e a concentração do produto devem<br />

ser levados em consideração, contudo, existem<br />

outros produtos específicos, de linha profissional<br />

para uma desinfecção mais eficiente.<br />

A lavagem pode ser feita normalmente com sabão<br />

em pó ou líquido, seguido de enxague, lembrando<br />

de guardar o jaleco no “porta jaleco” (que também<br />

foi desinfetado), até o momento do seu uso. As<br />

regiões que devem receber maior atenção na hora<br />

da higienização são as mangas, os punhos e os<br />

bolsos, pela maior incidência de contaminação.<br />

A secagem deve ser feita preferencialmente em<br />

ambiente natural, para evitar a possibilidade de<br />

contaminação da máquina de lavar.<br />

Ate quando podemos utilizar o jaleco?<br />

Sinais de deterioração, como: furos, rasgos ou<br />

relaxamento dos elásticos são indicadores da<br />

necessidade de troca.<br />

Devemos lembrar: os jalecos NÃO devem ter<br />

“rendinhas”, nem “pin’s” (broches) decorativos!<br />

Alguns profissionais afirmam que é só coloca<br />

o “forro” no jaleco com rendinha, até resolve o<br />

problema da proteção da pele. Porém, a rendinha<br />

tem uma superfície muito “rugosa”, acumulando<br />

sujeira e microrganismos. A desinfecção do jaleco<br />

que tem rendinha não é feita de forma eficiente.<br />

Jaleco com rendinha é considerado adorno<br />

(enfeite), é proibido por lei.<br />

Pessoal, lembrem que mesmo durante um<br />

procedimento “sem ser invasivo”, os pacientes ou<br />

as amostras que serão analisadas podem estar<br />

contaminados com microrganismos patogênicos.<br />

Jalecos com esses “adornos”, abriga vírus, bactérias,<br />

fungos e colocam em risco também a família dos<br />

profissionais que levam os jalecos para casa.<br />

Biossegurança é um compromisso de todos!<br />

Acompanhe as informações sobre biossegurança<br />

no instagram @dr.biosseguranca.<br />

Por: Jorge Luiz Silva Araújo-Filho<br />

@dr.biossegurança: Biólogo, mestre em patologia, doutor<br />

em biotecnologia; palestrante e consultor em biossegurança.<br />

Rosalva Raimundo Silva: BioCare Consultoria em Saúde<br />

e Biossegurança<br />

Amanda Maria Chaves: Odontóloga; Residente de<br />

odontologia em saúde coletiva; BioCare Consultoria em<br />

Saúde e Biossegurança.<br />

Contatos<br />

Tel.: (81)997965514<br />

E-mail: jorgearaujofilho@gmail.com<br />

Prof. Jorge Luiz Araújo Filho<br />

Professor Jorge Luiz Silva Araújo-Filho (Instagram: @dr.biossegurança); Biólogo, mestre em patologia, doutor<br />

em biotecnologia; Professor do curso de medicina (FIP e UNINASSAU); Coordenador de biossegurança da UNIFIP;<br />

Coordenador do eixo básico do curso de medicina da UNIFIP; palestrante e consultor em biossegurança.<br />

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<strong>Revista</strong> NewsLab | Fev/Mar 2020

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