Edição nº 264 - Lusitano de Zurique (corrigida)
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ECONOMIA
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conciliar trabalho remunerado, voluntário e doméstico,
facilitar o auto-emprego e o acesso ao crédito,
permitir o trabalho a tempo parcial, e proporcionar
maior liberdade de escolha de emprego.
Com tal enquadramento é também a própria saúde
da sociedade que melhora substancialmente porque
estará menos exposta ao stress e pressões do actual
sistema, desde logo pela ansiedade gerada com
a preocupação de pagar as contas mensais em situações
cada vez mais numerosas em que o orçamento
familiar já não o permite. Esta nova realidade fomenta
uma redução substancial de custos para o Sistema
Nacional de Saúde. Por fim, protege-se o planeta pois
com o abandono do actual modelo económico cessa
a necessidade de crescimento perpetuo e respectivo
consumo desmedido imposto pela sua génese.
Preservam-se assim recursos naturais muitas vezes
estrategicamente desperdiçados pela obsolescência
programada dos bens comercializados. Obviamente,
esta é uma exposição genérica e superficial deste
novo paradigma social, que carece de planeamento
pormenorizado e de uma apresentação detalhada.
Como pode ser financiado?
Poderá ser tão simples quanto isto; basta imprimir
moeda (quantia genérica igual para cada cidadão com
escalões de diferenciação de idade) e a curto prazo
evoluir para plataformas digitais Blockchain (moeda
digital), cujo modelo contribui para a preservação
ambiental.
A União Europeia deve avançar para esta solução -
pôr dinheiro directamente no bolso de todos os cidadãos
europeus. Este mecanismo tem uma função
social, de combate à carência no imediato, injectando
dinheiro na economia - em vez de o fazer por cima,
pelos bancos, como aconteceu na crise de 2011, seria
feito através das pessoas, colocando-lhes o dinheiro
directamente na conta. Se dermos a cada cidadão
europeu 1000 euros, a cada cidadão menor de
idade 500 euros, essas pessoas não vão pôr o
dinheiro nas ilhas Caimão, num paraíso fiscal. Vão
comprar coisas, eventualmente aforrar, vão pagar algumas
dívidas, a renda de casa, o arranjo do carro ...
metem o dinheiro na economia real. Com isso, conseguimos
as duas valências que estamos à procura:
prevenir situações de carência e fazer o
dinheiro circular na economia real.
Com este modelo, não haverá necessidade de uma
parte da sociedade trabalhar por forma a contribuir
para “alimentar” o sistema, para que outros usufruam
do Rendimento Básico Incondicional. Garantir a sua
universalidade é uma forma de promover a solidariedade
e impedir a estigmatização.
O RBI é a tradução prática de direitos consagrados
na Constituição e na Carta dos Direitos Humanos. Todos
os cidadãos têm direito a condições de existência
dignas. Porém, não é necessário ser-se cientista para
constatar que esse direito não é respeitado ou sequer
considerado, decorrendo da opção de determinadas
Elites que implementaram sistemas escravizadores
que potenciam o contr olo de massas. Teremos de
enfrentar os “donos do mundo” que naturalmente
tudo farão para preservar os seus privilégios e domínio
sobre as classes submissas, que regulam e sobre
as quais constroem as suas regalias. Porém, a prazo,
será um esforço vão uma vez que o sistema de reservas
fraccionarias, introduzido no actual modelo económico
por outro grupo de Elite, que considero libertária,
está a provocar o colapso do sistema financeiro,
que sustenta os seus “impérios” criados com o suor
das classes submissas, libertando assim a Humanidade
da sua escravidão.
Sejamos pacientes, aproxima-se uma nova era…
(*) Vive em Lausana - Division Director da Buildings in Motion -
Switzerland - General Manager / Music Producer na Starzone
Maio 2020 | Lusitano de Zurique | WWW.CLDZ.EU