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Os 2500 kms da costa moçambicana são novamente uma via de integração económica. A convergência para um mercado doméstico integrado permitirá uma redução das assimetrias existentes e tornar o país mais eficiente, levando produtos nacionais a mais consumidores nacionais, reduzindo assim a dependência das importações e fomentando a coesão nacional. E poderá, e deverá até, criar novos negócios. Potenciar o desenvolvimento de uma rede de transportes capilar, trará um desenvolvimento mais generalizado e mais inclusivo. E este processo inicia-se com o arranque do projecto de cabotagem. Nesta edição tratamos também, entre outros temas, da inovação em África. A inovação não é mais que a imaginação e a inteligência aplicadas ao serviço do homem. O continente já provou a sua capacidade para inovar de raiz, mas também para criar novas utilizações para as tecnologias já generalizadas, como o telemóvel, com benefícios para a população. Boas leituras e, acima de tudo, saúde

Os 2500 kms da costa moçambicana são novamente uma via de integração económica. A convergência para um mercado doméstico integrado permitirá uma redução das assimetrias existentes e tornar o país mais eficiente, levando produtos nacionais a mais consumidores nacionais, reduzindo assim a dependência das importações e fomentando a coesão nacional. E poderá, e deverá até, criar novos negócios. Potenciar o desenvolvimento de uma rede de transportes capilar, trará um desenvolvimento mais generalizado e mais inclusivo. E este processo inicia-se com o arranque do projecto de cabotagem.
Nesta edição tratamos também, entre outros temas, da inovação em África. A inovação não é mais que a imaginação e a inteligência aplicadas ao serviço do homem. O continente já provou a sua capacidade para inovar de raiz, mas também para criar novas utilizações para as tecnologias já generalizadas, como o telemóvel, com benefícios para a população.
Boas leituras e, acima de tudo, saúde

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GÁS MEGAPROJECTOS<br />

à mobilidade internacional. Seja como for,<br />

o cronograma do empreendimento não<br />

foi afectado porque a fase actual abrange<br />

sobretudo tarefas de engenharia e aquisições.<br />

A construção física vai ter o grande<br />

impulso a partir de 2021.<br />

Bescond minimizou também os ataques<br />

armados que há dois anos e meio afectam<br />

a província de Cabo Delgado, sublinhando<br />

que nunca visaram o recinto de construção<br />

do empreendimento. Mas somando<br />

todos os riscos, o director-geral da Total<br />

em Moçambique classificou como “um<br />

feito memorável” conseguir fechar, na<br />

conjuntura actual, o projecto financeiro<br />

para o megaprojecto de gás que lidera em<br />

Moçambique.<br />

APESAR DA COVID-19,<br />

PLENA PRODUÇÃO EM 2025<br />

A primeira visita aberta às obras de Afungi<br />

ocorreu um ano depois da decisão final<br />

de investimento para a Área 1 da bacia<br />

do Rovuma, anunciada numa cerimónia<br />

em Maputo a 18 de Junho de 2019. Desta<br />

vez, a visita decorreu com muitas regras<br />

de desinfecção, distanciamento social e<br />

movimentos limitados no recinto onde<br />

houve, como notámos, o maior surto de<br />

INSTALAÇÕES: Um dos portões de entrada<br />

nas zonas de serviço do projecto<br />

EM JANEIRO HAVIA<br />

5500 MOÇAMBICANOS A<br />

TRABALHAR NAS OBRAS<br />

DO MEGAPROJECTO<br />

DA ÁREA 1<br />

COVID-19 no país, entre Abril e Maio, que<br />

chegou a 96 casos entre 880 trabalhadores.<br />

O projecto já foi declarado livre do novo<br />

coronavírus e as equipas estão a regressar<br />

gradualmente ao trabalho, devendo<br />

este retomar o ritmo que tinha antes da<br />

pandemia, com cerca de 6500 trabalhadores,<br />

no final do ano, com o fim das restrições<br />

globais de transporte. O surto de<br />

COVID-19 não terá influência no cronograma<br />

da obra: Estamos dentro dos prazos<br />

“para que a primeira entrega de gás<br />

natural liquefeito seja feita em 2024 e a<br />

plena produção (13,12 milhões de toneladas/ano)<br />

em 2025”, garantiu Bescond.<br />

GOVERNO “ORGULHOSO”<br />

“Sentimo-nos orgulhosos como país por<br />

podermos ter em Moçambique o maior<br />

investimento em África”, referiu o ministro<br />

dos Recursos Minerais e Energia, Max<br />

Tonela, na visita a Afungi, a 19 de Junho.<br />

Este é também “o maior investimento no<br />

país pós-independência” e o governante<br />

acrescentou que o objectivo é que seja “um<br />

projecto transformador”, ou seja, “não permitir<br />

que Moçambique só exporte”, mas<br />

alimentar novas indústrias e empreendimentos.<br />

“Estamos preocupados em criar<br />

condições que promovam à volta do projecto<br />

o desenvolvimento de outros sectores<br />

na nossa economia.” b<br />

* Trabalho especial da Lusa para a EXAME.<br />

NOVOS ESPAÇOS<br />

EM AFUNGI<br />

Além de estradas, estaleiros,<br />

alojamento e outros espaços de apoio<br />

às obras, estão já em funcionamento<br />

em Afungi um cais marítimo e um<br />

aeródromo e foi criada a nova vila de<br />

Quitunda. Já aí habitam 186 famílias<br />

(cerca de 1200 pessoas), transferidas<br />

de povoados dos terrenos de<br />

implantação do projecto, e novas fases<br />

de expansão estão previstas para o<br />

total a acolher chegar às 556 famílias.<br />

No lugar de uma povoação rural<br />

de construções precárias, agora há<br />

uma vila com infra-estruturas (água,<br />

electricidade, saneamento, acesso)<br />

como não existe em mais lado<br />

nenhum da província.<br />

Na avaliação feita em 2018, meses<br />

depois de iniciadas as obras, as<br />

organizações da sociedade civil<br />

moçambicanas deram nota positiva<br />

ao dossier de reassentamento das<br />

populações que viviam na área das<br />

obras, apesar das preocupações<br />

relativas à deslocalização de<br />

comunidades piscatórias e à<br />

disponibilização de terras para cultivo.<br />

Em resposta, o consórcio de<br />

petrolíferas e o Estado moçambicano<br />

garantem dar ouvidos às preocupações<br />

e estar abertos ao escrutínio.<br />

44 | Exame Moçambique

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