exame90
Os 2500 kms da costa moçambicana são novamente uma via de integração económica. A convergência para um mercado doméstico integrado permitirá uma redução das assimetrias existentes e tornar o país mais eficiente, levando produtos nacionais a mais consumidores nacionais, reduzindo assim a dependência das importações e fomentando a coesão nacional. E poderá, e deverá até, criar novos negócios. Potenciar o desenvolvimento de uma rede de transportes capilar, trará um desenvolvimento mais generalizado e mais inclusivo. E este processo inicia-se com o arranque do projecto de cabotagem. Nesta edição tratamos também, entre outros temas, da inovação em África. A inovação não é mais que a imaginação e a inteligência aplicadas ao serviço do homem. O continente já provou a sua capacidade para inovar de raiz, mas também para criar novas utilizações para as tecnologias já generalizadas, como o telemóvel, com benefícios para a população. Boas leituras e, acima de tudo, saúde
Os 2500 kms da costa moçambicana são novamente uma via de integração económica. A convergência para um mercado doméstico integrado permitirá uma redução das assimetrias existentes e tornar o país mais eficiente, levando produtos nacionais a mais consumidores nacionais, reduzindo assim a dependência das importações e fomentando a coesão nacional. E poderá, e deverá até, criar novos negócios. Potenciar o desenvolvimento de uma rede de transportes capilar, trará um desenvolvimento mais generalizado e mais inclusivo. E este processo inicia-se com o arranque do projecto de cabotagem.
Nesta edição tratamos também, entre outros temas, da inovação em África. A inovação não é mais que a imaginação e a inteligência aplicadas ao serviço do homem. O continente já provou a sua capacidade para inovar de raiz, mas também para criar novas utilizações para as tecnologias já generalizadas, como o telemóvel, com benefícios para a população.
Boas leituras e, acima de tudo, saúde
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GÁS MEGAPROJECTOS<br />
à mobilidade internacional. Seja como for,<br />
o cronograma do empreendimento não<br />
foi afectado porque a fase actual abrange<br />
sobretudo tarefas de engenharia e aquisições.<br />
A construção física vai ter o grande<br />
impulso a partir de 2021.<br />
Bescond minimizou também os ataques<br />
armados que há dois anos e meio afectam<br />
a província de Cabo Delgado, sublinhando<br />
que nunca visaram o recinto de construção<br />
do empreendimento. Mas somando<br />
todos os riscos, o director-geral da Total<br />
em Moçambique classificou como “um<br />
feito memorável” conseguir fechar, na<br />
conjuntura actual, o projecto financeiro<br />
para o megaprojecto de gás que lidera em<br />
Moçambique.<br />
APESAR DA COVID-19,<br />
PLENA PRODUÇÃO EM 2025<br />
A primeira visita aberta às obras de Afungi<br />
ocorreu um ano depois da decisão final<br />
de investimento para a Área 1 da bacia<br />
do Rovuma, anunciada numa cerimónia<br />
em Maputo a 18 de Junho de 2019. Desta<br />
vez, a visita decorreu com muitas regras<br />
de desinfecção, distanciamento social e<br />
movimentos limitados no recinto onde<br />
houve, como notámos, o maior surto de<br />
INSTALAÇÕES: Um dos portões de entrada<br />
nas zonas de serviço do projecto<br />
EM JANEIRO HAVIA<br />
5500 MOÇAMBICANOS A<br />
TRABALHAR NAS OBRAS<br />
DO MEGAPROJECTO<br />
DA ÁREA 1<br />
COVID-19 no país, entre Abril e Maio, que<br />
chegou a 96 casos entre 880 trabalhadores.<br />
O projecto já foi declarado livre do novo<br />
coronavírus e as equipas estão a regressar<br />
gradualmente ao trabalho, devendo<br />
este retomar o ritmo que tinha antes da<br />
pandemia, com cerca de 6500 trabalhadores,<br />
no final do ano, com o fim das restrições<br />
globais de transporte. O surto de<br />
COVID-19 não terá influência no cronograma<br />
da obra: Estamos dentro dos prazos<br />
“para que a primeira entrega de gás<br />
natural liquefeito seja feita em 2024 e a<br />
plena produção (13,12 milhões de toneladas/ano)<br />
em 2025”, garantiu Bescond.<br />
GOVERNO “ORGULHOSO”<br />
“Sentimo-nos orgulhosos como país por<br />
podermos ter em Moçambique o maior<br />
investimento em África”, referiu o ministro<br />
dos Recursos Minerais e Energia, Max<br />
Tonela, na visita a Afungi, a 19 de Junho.<br />
Este é também “o maior investimento no<br />
país pós-independência” e o governante<br />
acrescentou que o objectivo é que seja “um<br />
projecto transformador”, ou seja, “não permitir<br />
que Moçambique só exporte”, mas<br />
alimentar novas indústrias e empreendimentos.<br />
“Estamos preocupados em criar<br />
condições que promovam à volta do projecto<br />
o desenvolvimento de outros sectores<br />
na nossa economia.” b<br />
* Trabalho especial da Lusa para a EXAME.<br />
NOVOS ESPAÇOS<br />
EM AFUNGI<br />
Além de estradas, estaleiros,<br />
alojamento e outros espaços de apoio<br />
às obras, estão já em funcionamento<br />
em Afungi um cais marítimo e um<br />
aeródromo e foi criada a nova vila de<br />
Quitunda. Já aí habitam 186 famílias<br />
(cerca de 1200 pessoas), transferidas<br />
de povoados dos terrenos de<br />
implantação do projecto, e novas fases<br />
de expansão estão previstas para o<br />
total a acolher chegar às 556 famílias.<br />
No lugar de uma povoação rural<br />
de construções precárias, agora há<br />
uma vila com infra-estruturas (água,<br />
electricidade, saneamento, acesso)<br />
como não existe em mais lado<br />
nenhum da província.<br />
Na avaliação feita em 2018, meses<br />
depois de iniciadas as obras, as<br />
organizações da sociedade civil<br />
moçambicanas deram nota positiva<br />
ao dossier de reassentamento das<br />
populações que viviam na área das<br />
obras, apesar das preocupações<br />
relativas à deslocalização de<br />
comunidades piscatórias e à<br />
disponibilização de terras para cultivo.<br />
Em resposta, o consórcio de<br />
petrolíferas e o Estado moçambicano<br />
garantem dar ouvidos às preocupações<br />
e estar abertos ao escrutínio.<br />
44 | Exame Moçambique