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Os 2500 kms da costa moçambicana são novamente uma via de integração económica. A convergência para um mercado doméstico integrado permitirá uma redução das assimetrias existentes e tornar o país mais eficiente, levando produtos nacionais a mais consumidores nacionais, reduzindo assim a dependência das importações e fomentando a coesão nacional. E poderá, e deverá até, criar novos negócios. Potenciar o desenvolvimento de uma rede de transportes capilar, trará um desenvolvimento mais generalizado e mais inclusivo. E este processo inicia-se com o arranque do projecto de cabotagem. Nesta edição tratamos também, entre outros temas, da inovação em África. A inovação não é mais que a imaginação e a inteligência aplicadas ao serviço do homem. O continente já provou a sua capacidade para inovar de raiz, mas também para criar novas utilizações para as tecnologias já generalizadas, como o telemóvel, com benefícios para a população. Boas leituras e, acima de tudo, saúde

Os 2500 kms da costa moçambicana são novamente uma via de integração económica. A convergência para um mercado doméstico integrado permitirá uma redução das assimetrias existentes e tornar o país mais eficiente, levando produtos nacionais a mais consumidores nacionais, reduzindo assim a dependência das importações e fomentando a coesão nacional. E poderá, e deverá até, criar novos negócios. Potenciar o desenvolvimento de uma rede de transportes capilar, trará um desenvolvimento mais generalizado e mais inclusivo. E este processo inicia-se com o arranque do projecto de cabotagem.
Nesta edição tratamos também, entre outros temas, da inovação em África. A inovação não é mais que a imaginação e a inteligência aplicadas ao serviço do homem. O continente já provou a sua capacidade para inovar de raiz, mas também para criar novas utilizações para as tecnologias já generalizadas, como o telemóvel, com benefícios para a população.
Boas leituras e, acima de tudo, saúde

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Tobias Lütke, o alemão naturalizado<br />

canadiano, gosta que<br />

comparem os seus escritórios<br />

aos melhores hotéis-boutique<br />

de Otava. Não faltam chesterfields,<br />

máquinas de cerveja e salas de<br />

ioga. Este programador autodidacta, que<br />

na juventude quis montar uma loja virtual<br />

de equipamentos para a prática de<br />

snowboard e, não a encontrando, acabou<br />

por desenvolver a sua própria solução,<br />

é a estrela que mais brilha na galáxia<br />

fervilhante da bolsa mais poderosa do<br />

mundo. Em Wall Street, este ano, a Shopify,<br />

empresa que fundou em 2004, acumula<br />

ganhos superiores a 100%.<br />

Aos 39 anos, o entrepreneur não tem<br />

(ainda) a fama nem a fortuna de Jeff Bezos<br />

ou Mark Zuckerberg, mas durante a crise<br />

a sua empresa e, por consequência, a sua<br />

fortuna, teve um ritmo de crescimento<br />

superior ao dos seus antagonistas. O valor<br />

de mercado da Shopify superou os 100 mil<br />

milhões de dólares, bateu o Royal Bank of<br />

Canadá e tornou-se a empresa mais valiosa<br />

da 16.ª economia do mundo, o Canadá.<br />

Lütke anunciou, recentemente, acordos<br />

com a Walmart e o Facebook, que dão<br />

aos comerciantes que utilizam a sua plataforma<br />

on-line a possibilidade de vender<br />

pelo Facebook Shop e Instagram. Ou seja,<br />

impulsionou o crescimento da empresa e<br />

a sua conta pessoal, que, na altura em que<br />

investigávamos para este artigo, ascendia<br />

a 6,6 mil milhões.<br />

A tecnologia é o sector que mais valorizou<br />

nestes meses de crise sanitária, que<br />

encontrou no home office a saída possível.<br />

Que o diga Eric Yuan, engenheiro de software,<br />

pai da Zoom. O papel da sua “mina<br />

de ouro”, a plataforma de videoconferências,<br />

ultrapassou os 223 dólares, cinco vezes<br />

mais do que o preço da oferta pública inicial<br />

(IPO, na sigla inglesa) com que entrou<br />

no mercado há apenas catorze meses.<br />

Chinês de nascimento, Yuan emigrou<br />

com alguma dificuldade para os Estados<br />

Unidos, onde obteve a dupla nacionalidade.<br />

Fez carreira na WebEx, empresa comprada<br />

pela Cisco, em 2007, da qual levou tampa<br />

quando apresentou um projecto de videoconferências,<br />

o que o levou a bater com a<br />

porta, sacudir a frustração e fundar, em<br />

2011, a empresa sem a qual teria sido mais<br />

difícil ao mundo empresarial colocar os<br />

trabalhadores em teletrabalho.<br />

Eric Yuan é hoje um dos 300 homens<br />

mais ricos do mundo. Um bilionário,<br />

com uma fortuna idêntica à de Tobias<br />

Lütke. Vive o sonho americano na plenitude<br />

e agradece ao novo coronavírus os<br />

300 milhões de utilizadores conquistados<br />

durante o lockdown. As videoconferências<br />

revelaram-se um filão tão proveitoso<br />

que a Microsoft e a Cisco, que, não o ouviram<br />

quando Yuan lhes propôs o negócio,<br />

estão-lhe no encalço.<br />

MARCAS<br />

CONTRA O ÓDIO<br />

MEXEM NO<br />

BOLSO DE<br />

ZUCKERBERG<br />

As grandes marcas da indústria<br />

estão a tomar posição contra o<br />

ódio, deixando os bolsos de Mark<br />

Zuckerberg um tudo nada menos<br />

cheios. O movimento que está a<br />

cavalgar a onda acontece durante a<br />

crise da COVID-19, que ainda assola<br />

o mundo, mas vai muito para além<br />

dela. À medida que se aproximam<br />

as eleições presidenciais nos<br />

Estados Unidos, o discurso na rede<br />

social polariza-se e gigantes como<br />

a Unilever, Verizon e Coca-Cola<br />

decidiram cortar a publicidade<br />

no Facebook. Em bolsa, o papel<br />

veio por aí abaixo e a fortuna do<br />

fundador e CEO da empresa sofreu<br />

um golpe de 7 mil milhões de<br />

dólares. É cedo para avaliar<br />

a extensão do estrago<br />

de Zuckerberg, que terá sido um<br />

dos que mais ganhou com<br />

o confinamento global.<br />

TRAVÕES A FUNDO<br />

COM EXCEPÇÃO DE MUSK<br />

Na frota da indústria automóvel mundial,<br />

apenas uma fortuna acelerou nos<br />

últimos meses, a de Elon Musk. O accionista<br />

maioritário da Tesla “pesa” agora<br />

uns módicos 38,2 mil milhões de dólares,<br />

segundo a Business Insider. O facto<br />

não terá directamente a ver com a crise,<br />

mas tão simplesmente com a lógica das<br />

expectativas que faz mover Wall Street,<br />

onde a fabricante está cotada. Um e-mail<br />

em que Musk dizia aos colaboradores que<br />

está tudo a postos para iniciar a produção<br />

em série do camião Semi, o primeiro<br />

da empresa, terá transpirado para o mercado<br />

e provocado a euforia dos investidores.<br />

Seja como for, as acções da Tesla,<br />

que há um ano, sim, há um ano, valiam<br />

170 dólares, atingiram no dia 10 de Junho<br />

os mil dólares por acção, elevando a capitalização<br />

bolsista para a casa dos 190 mil<br />

milhões de dólares.<br />

O papel Tesla, por norma, sobe e desce,<br />

qual carrossel, sempre que o excêntrico<br />

empresário sul- africano-canadiano fala<br />

ou “tuita”. Ignora-se, portanto, em que<br />

sentido irá a sua evolução nos próximos<br />

tempos, contudo não deixa de ser<br />

impressionante que os investidores atribuam<br />

mais valor a uma empresa que, em<br />

2019, vendeu menos de 400 mil carros do<br />

que à japonesa Toyota, que comercializou<br />

10 milhões.<br />

Durante a pandemia, a generalidade<br />

da indústria automóvel travou a fundo,<br />

parando a produção e colocando linhas<br />

de montagem ao serviço da comunidade<br />

— em Espanha, a Seat produziu ventiladores,<br />

e na Alemanha a Mercedes-Benz pôs<br />

as impressoras 3D a fabricar componentes<br />

individuais para equipamentos médicos.<br />

Nos stands fechados, as vendas foram ao<br />

zero. Só o grupo Volkswagen, maior fabricante<br />

do mundo, produziu menos 23% entre<br />

Janeiro e Março, com o volume de negócios<br />

a recuar 8,3% para 61,8 mil milhões<br />

de dólares (55,1 mil milhões de euros).<br />

Menos produção, menos vendas, menos<br />

lucros — este é o retrato de um sector que<br />

vive actualmente uma fase complexa de<br />

transição rumo a um futuro mais ecológico.<br />

A.R. b<br />

julho 2020 | 65

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