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Os 2500 kms da costa moçambicana são novamente uma via de integração económica. A convergência para um mercado doméstico integrado permitirá uma redução das assimetrias existentes e tornar o país mais eficiente, levando produtos nacionais a mais consumidores nacionais, reduzindo assim a dependência das importações e fomentando a coesão nacional. E poderá, e deverá até, criar novos negócios. Potenciar o desenvolvimento de uma rede de transportes capilar, trará um desenvolvimento mais generalizado e mais inclusivo. E este processo inicia-se com o arranque do projecto de cabotagem. Nesta edição tratamos também, entre outros temas, da inovação em África. A inovação não é mais que a imaginação e a inteligência aplicadas ao serviço do homem. O continente já provou a sua capacidade para inovar de raiz, mas também para criar novas utilizações para as tecnologias já generalizadas, como o telemóvel, com benefícios para a população. Boas leituras e, acima de tudo, saúde

Os 2500 kms da costa moçambicana são novamente uma via de integração económica. A convergência para um mercado doméstico integrado permitirá uma redução das assimetrias existentes e tornar o país mais eficiente, levando produtos nacionais a mais consumidores nacionais, reduzindo assim a dependência das importações e fomentando a coesão nacional. E poderá, e deverá até, criar novos negócios. Potenciar o desenvolvimento de uma rede de transportes capilar, trará um desenvolvimento mais generalizado e mais inclusivo. E este processo inicia-se com o arranque do projecto de cabotagem.
Nesta edição tratamos também, entre outros temas, da inovação em África. A inovação não é mais que a imaginação e a inteligência aplicadas ao serviço do homem. O continente já provou a sua capacidade para inovar de raiz, mas também para criar novas utilizações para as tecnologias já generalizadas, como o telemóvel, com benefícios para a população.
Boas leituras e, acima de tudo, saúde

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do género Scarlet Lady, um investimento<br />

total de 9 mil milhões de dólares, e um<br />

total de 32 milhões de passageiros estimados<br />

pela Associação Internacional de<br />

Linhas de Cruzeiros. Naturalmente, tudo<br />

isso foi anunciado antes do novo coronavírus<br />

surgir na cidade chinesa de Wuhan,<br />

no final de 2019, e vir alterar o curso normal<br />

da vida na Terra.<br />

Nesta altura do ano, em que é Verão no<br />

Hemisfério Norte e a maioria das pessoas<br />

goza férias, a frota de 340 navios que deveria<br />

estar em alto mar afundou. A caixa<br />

registadora deixou de facturar e as empresas<br />

enfrentam agora custos de manutenção<br />

elevados para evitar o deteriorar dos equipamentos,<br />

pedidos de reembolso pelas viagens<br />

não realizadas e processos judiciais de<br />

GETTY<br />

passageiros que perderam parentes e tripulantes<br />

que adoeceram. Só resta mesmo<br />

aguentar o barco. É o que tentam fazer,<br />

recorrendo ao crédito e colocando activos<br />

no prego. O jornal inglês Financial Times<br />

noticiou, recentemente, mais de 12 “bis” de<br />

empréstimos. Em Maio, a Norwegian entregou<br />

dois navios e duas ilhas como colateral<br />

a troco de 2,4 biliões de dólares. Numa<br />

operação idêntica, a Carnival levantou<br />

6,4 biliões e a Royal Caribbean, cujo rating<br />

de crédito foi despromovido ao nível do lixo<br />

pelas agências de notação S&P e Moody’s,<br />

captou 3,3 mil milhões.<br />

No jogo da moeda ao ar, os cruzeiros são<br />

o sector que mais perde com a crise sanitária<br />

e económica provocada pela COVID-19.<br />

A coroa da tecnologia, a sua antítese. Terão,<br />

porventura, também a recuperação mais<br />

difícil, embora as principais companhias<br />

se tenham apressado a garantir que o nível<br />

de reservas para 2021 atinge níveis anteriores<br />

à pandemia. Restabelecer a confiança é<br />

um factor crítico. Não será fácil. Na memória<br />

do mundo estão frescas ainda as imagens<br />

do Diamond Princess de quarentena,<br />

ao largo da costa de Yokohama, no Japão,<br />

ainda em Fevereiro. O navio da Princess<br />

Cruises, onde se verificou o primeiro surto<br />

a bordo, tinha na altura o maior número<br />

de casos de contágio de COVID-19 fora da<br />

China e, de acordo com dados da Universidade<br />

Johns Hopkins, 13 dos 712 infectadas<br />

a bordo morreram. Durante semanas,<br />

as televisões brindaram o mundo com o<br />

espectáculo de navios obrigados a saltar de<br />

porto em porto, com país após país a recusar<br />

autorização de acostagem devido às restrições<br />

para travar a COVID-19. O jornal<br />

Miami Herald, que acompanha o sector,<br />

fez recentemente as contas: 82 óbitos em<br />

consequência do vírus contraído nos cruzeiros,<br />

número que, apesar de tudo, fica<br />

diluído no mais de meio milhão de vítimas<br />

da COVID-19 registadas até início de<br />

Julho em todo o mundo.<br />

O VOO DE HERMANN THIELE<br />

Com registo nas Bahamas, nas Bermudas,<br />

no Panamá e até na Libéria, os cruzeiros<br />

estão, à partida, excluídos dos resgates<br />

que alguns governos de países ricos estão<br />

a fazer em alguns sectores. Por exemplo, o<br />

da aviação, outro grande perdedor da crise.<br />

Em Junho, a International Air Transport<br />

Association (IATA) anunciou perdas estimadas<br />

de 84 mil milhões de dólares para<br />

este ano. Em 2020, as receitas deverão rondar<br />

os 419 mil milhões, isto é, metade de<br />

2019, o equivalente ao PIB da Noruega.<br />

Enquanto governos, empresas e empresários<br />

discutem pacotes de ajuda estatal<br />

e alguns, como Michael O’Leary, dono da<br />

Ryanair, consideram que são um atropelo<br />

à livre concorrência, os aviões começam<br />

aos poucos a regressar aos céus. A União<br />

Europeia reabriu o espaço aéreo no dia<br />

1 de Julho a 15 países. De fora ficaram os<br />

Estados Unidos, Brasil e Rússia por não<br />

oferecerem ainda garantias no controlo<br />

do surto.<br />

HEINZ HERMANN THIELE:<br />

Num surpreendente golpe relâmpago<br />

tornou-se o maior accionista da Lufthansa<br />

RICHARD BRANSON:<br />

O excêntrico milionário teve uma estreia<br />

desastrosa no negócio dos cruzeiros<br />

julho 2020 | 61

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