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Autoras:<br />
* Gabriela Schiling Alves1,2; * Andressa Bernardi1,3; * Fabiana Tais de Souza Hack1,4<br />
ARTIGO 02<br />
A sífilis secundária é caracterizada pelo<br />
desaparecimento do cancro, marcado por<br />
um curto período de latência que pode<br />
durar cerca de seis semanas, e o acometimento<br />
sistêmico do organismo. Dentre as<br />
manifestações cutâneas que podem ocorrer<br />
durante esta fase estão a roséola sifilítica,<br />
adenopatia generalizada, artralgia, papulas<br />
cutâneas palmares e plantares, alopecia e<br />
condiloma plano. Os sintomas sistêmicos<br />
costumam ser genéricos como mal-estar,<br />
náuseas, vômitos, febre baixa, cefaleia,<br />
meningismo, hepatoesplenomegalia, mialgias,<br />
rouquidão, síndrome nefrótica e glomerulonefrite<br />
(Costa, 2017; Facco, 2002 e<br />
Ho 2011).<br />
to e congestão nasal nos primeiros meses<br />
de vida, erupções bolhosas nas mãos, pés<br />
e na boca, “nariz em sela”, hepatoesplenomegalia,<br />
anemia hemolítica associada à<br />
icterícia, desta forma o diagnóstico deve<br />
ser realizado de forma cautelosa associando-se<br />
a epidemiologia materna (Costa,<br />
2017; Facco, 2002 e Krüger 2010).<br />
Já na sífilis congênita tardia, diagnosticada<br />
após o segundo ano de vida, as manifestações<br />
clínicas são raras e sistêmicas, e<br />
geralmente a criança apresenta a tríade de<br />
ceratite intersticial, dentes de Hutchinson e<br />
surdez do oitavo par craniano. Em relação<br />
aos casos de sífilis gestacional, de acordo<br />
Dentre os testes sorológicos treponêmicos<br />
podemos citar o FTA-Abs (Fluorescent<br />
Treponemal Antibody Absortion Test), a hemaglutinação<br />
e a imunofluorescência, testes<br />
utilizados para confirmar a reatividade de<br />
testes não treponêmicos. Dentre o diagnóstico<br />
complementar molecular há a PCR (Reação<br />
em Cadeia da Polimerase) técnica capaz<br />
de detectar uma única cópia do cromossomo<br />
treponêmico. A PCR permite melhor acurácia<br />
e estimativas sobre a prevalência, maior<br />
acesso a novas populações para rastreamento,<br />
assim como o aumento dos estudos epidemiológicos<br />
e de transmissão (Costa, 2017;<br />
Ho 2011 e Dantas, 2017).<br />
com estudos realizados, cerca de 66% dos<br />
Na forma mais grave, a sífilis terciária<br />
fetos provenientes de gestantes portadoras<br />
O tratamento de escolha para a sífilis é<br />
ou tardia surge geralmente após anos de<br />
de sífilis durante a gestação não tratadas<br />
a Penicilina G Benzatina, que interfere na<br />
infecção, envolvendo inflamação crônica<br />
apresentam algum acometimento, e cerca<br />
síntese do peptidoglicano, componente da<br />
granulomatosa e progressiva que se instala<br />
em diversos órgãos e tecidos como lesões<br />
cutâneo-mucosas, acometimento do sistema<br />
nervoso central, meninges, doença cardiovascular<br />
e neurossífilis, que podem levar<br />
o indivíduo ao óbito rapidamente. E por<br />
fim, a sífilis Latente, caracterizada por ser<br />
assintomática e com positividade persistente<br />
das reações sorológicas, quadro que<br />
pode perdurar durante anos (Costa, 2017;<br />
Facco, 2002 e Ho 2011).<br />
Nos casos de sífilis congênita as manifestações<br />
clínicas podem ser classificadas<br />
em precoce, diagnosticada até os dois<br />
anos de idade, e a tardia. Na sífilis congê-<br />
de 30% evoluem para óbito fetal (Costa,<br />
2017; Facco, 2002 e Krüger 2010).<br />
O diagnóstico da sífilis é baseado na<br />
anamnese, em testes sorológicos e testes<br />
moleculares complementares. Os testes<br />
sorológicos não treponêmicos como o<br />
VDRL (Venereal Disease Research Laboratory)<br />
que detecta anticorpos tipo IgG e<br />
IgM, pode ser realizado a partir da 2ª ou<br />
3ª semana após o aparecimento do cancro,<br />
sendo importante no acompanhamento<br />
da eficácia do tratamento e na rotina<br />
pré-natal. Utilizado de forma trimestral<br />
em pacientes com infecção pelo HIV, no 1º<br />
e 3º trimestres em paciente sem infecção<br />
parede celular do T. pallidum, o esquema<br />
terapêutico pode durar até 14 dias, no<br />
qual as doses variam de acordo com as fases<br />
de infecção que o indivíduo apresenta.<br />
Outras opções terapêuticas podem ser utilizadas<br />
como a azitromicina, eritromicina<br />
e tetraciclina, entretanto, devem ser mantidas<br />
como drogas de segunda linha, pois<br />
apresentam atividade inferior à penicilina.<br />
No caso de gestantes, é de suma importância<br />
que o tratamento seja concluído até<br />
30 dias antes do parto e que seu parceiro<br />
seja concomitantemente tratado com o<br />
mesmo esquema terapêutico. A falta de<br />
conclusão do esquema terapêutico impli-<br />
nita precoce cerca de 70% dos casos são<br />
pelo HIV, e em qualquer gestante que der<br />
ca em alto risco de reinfecção da gestante<br />
assintomáticos, entretanto, em alguns ca-<br />
origem a um natimorto com mais de 20<br />
e sérios riscos à saúde do feto. Em caso<br />
sos o curso desta doença pode ser similar<br />
a sífilis secundária e apresentar corrimen-<br />
semanas gestacionais (Costa, 2017; Ho<br />
2011 e Dantas, 2017).<br />
de neurossífilis deve ser administrado penicilina<br />
G cristalina. Durante o tratamen-<br />
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<strong>Revista</strong> NewsLab | Jun/Jul 2020