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Revista Newslab Edição 160

Revista Newslab Edição 160 - Junho / Julho 2020

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Autoras:<br />

* Gabriela Schiling Alves1,2; * Andressa Bernardi1,3; * Fabiana Tais de Souza Hack1,4<br />

ARTIGO 02<br />

A sífilis secundária é caracterizada pelo<br />

desaparecimento do cancro, marcado por<br />

um curto período de latência que pode<br />

durar cerca de seis semanas, e o acometimento<br />

sistêmico do organismo. Dentre as<br />

manifestações cutâneas que podem ocorrer<br />

durante esta fase estão a roséola sifilítica,<br />

adenopatia generalizada, artralgia, papulas<br />

cutâneas palmares e plantares, alopecia e<br />

condiloma plano. Os sintomas sistêmicos<br />

costumam ser genéricos como mal-estar,<br />

náuseas, vômitos, febre baixa, cefaleia,<br />

meningismo, hepatoesplenomegalia, mialgias,<br />

rouquidão, síndrome nefrótica e glomerulonefrite<br />

(Costa, 2017; Facco, 2002 e<br />

Ho 2011).<br />

to e congestão nasal nos primeiros meses<br />

de vida, erupções bolhosas nas mãos, pés<br />

e na boca, “nariz em sela”, hepatoesplenomegalia,<br />

anemia hemolítica associada à<br />

icterícia, desta forma o diagnóstico deve<br />

ser realizado de forma cautelosa associando-se<br />

a epidemiologia materna (Costa,<br />

2017; Facco, 2002 e Krüger 2010).<br />

Já na sífilis congênita tardia, diagnosticada<br />

após o segundo ano de vida, as manifestações<br />

clínicas são raras e sistêmicas, e<br />

geralmente a criança apresenta a tríade de<br />

ceratite intersticial, dentes de Hutchinson e<br />

surdez do oitavo par craniano. Em relação<br />

aos casos de sífilis gestacional, de acordo<br />

Dentre os testes sorológicos treponêmicos<br />

podemos citar o FTA-Abs (Fluorescent<br />

Treponemal Antibody Absortion Test), a hemaglutinação<br />

e a imunofluorescência, testes<br />

utilizados para confirmar a reatividade de<br />

testes não treponêmicos. Dentre o diagnóstico<br />

complementar molecular há a PCR (Reação<br />

em Cadeia da Polimerase) técnica capaz<br />

de detectar uma única cópia do cromossomo<br />

treponêmico. A PCR permite melhor acurácia<br />

e estimativas sobre a prevalência, maior<br />

acesso a novas populações para rastreamento,<br />

assim como o aumento dos estudos epidemiológicos<br />

e de transmissão (Costa, 2017;<br />

Ho 2011 e Dantas, 2017).<br />

com estudos realizados, cerca de 66% dos<br />

Na forma mais grave, a sífilis terciária<br />

fetos provenientes de gestantes portadoras<br />

O tratamento de escolha para a sífilis é<br />

ou tardia surge geralmente após anos de<br />

de sífilis durante a gestação não tratadas<br />

a Penicilina G Benzatina, que interfere na<br />

infecção, envolvendo inflamação crônica<br />

apresentam algum acometimento, e cerca<br />

síntese do peptidoglicano, componente da<br />

granulomatosa e progressiva que se instala<br />

em diversos órgãos e tecidos como lesões<br />

cutâneo-mucosas, acometimento do sistema<br />

nervoso central, meninges, doença cardiovascular<br />

e neurossífilis, que podem levar<br />

o indivíduo ao óbito rapidamente. E por<br />

fim, a sífilis Latente, caracterizada por ser<br />

assintomática e com positividade persistente<br />

das reações sorológicas, quadro que<br />

pode perdurar durante anos (Costa, 2017;<br />

Facco, 2002 e Ho 2011).<br />

Nos casos de sífilis congênita as manifestações<br />

clínicas podem ser classificadas<br />

em precoce, diagnosticada até os dois<br />

anos de idade, e a tardia. Na sífilis congê-<br />

de 30% evoluem para óbito fetal (Costa,<br />

2017; Facco, 2002 e Krüger 2010).<br />

O diagnóstico da sífilis é baseado na<br />

anamnese, em testes sorológicos e testes<br />

moleculares complementares. Os testes<br />

sorológicos não treponêmicos como o<br />

VDRL (Venereal Disease Research Laboratory)<br />

que detecta anticorpos tipo IgG e<br />

IgM, pode ser realizado a partir da 2ª ou<br />

3ª semana após o aparecimento do cancro,<br />

sendo importante no acompanhamento<br />

da eficácia do tratamento e na rotina<br />

pré-natal. Utilizado de forma trimestral<br />

em pacientes com infecção pelo HIV, no 1º<br />

e 3º trimestres em paciente sem infecção<br />

parede celular do T. pallidum, o esquema<br />

terapêutico pode durar até 14 dias, no<br />

qual as doses variam de acordo com as fases<br />

de infecção que o indivíduo apresenta.<br />

Outras opções terapêuticas podem ser utilizadas<br />

como a azitromicina, eritromicina<br />

e tetraciclina, entretanto, devem ser mantidas<br />

como drogas de segunda linha, pois<br />

apresentam atividade inferior à penicilina.<br />

No caso de gestantes, é de suma importância<br />

que o tratamento seja concluído até<br />

30 dias antes do parto e que seu parceiro<br />

seja concomitantemente tratado com o<br />

mesmo esquema terapêutico. A falta de<br />

conclusão do esquema terapêutico impli-<br />

nita precoce cerca de 70% dos casos são<br />

pelo HIV, e em qualquer gestante que der<br />

ca em alto risco de reinfecção da gestante<br />

assintomáticos, entretanto, em alguns ca-<br />

origem a um natimorto com mais de 20<br />

e sérios riscos à saúde do feto. Em caso<br />

sos o curso desta doença pode ser similar<br />

a sífilis secundária e apresentar corrimen-<br />

semanas gestacionais (Costa, 2017; Ho<br />

2011 e Dantas, 2017).<br />

de neurossífilis deve ser administrado penicilina<br />

G cristalina. Durante o tratamen-<br />

0 34<br />

<strong>Revista</strong> NewsLab | Jun/Jul 2020

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