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Revista Newslab Edição 160

Revista Newslab Edição 160 - Junho / Julho 2020

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BIOSSEGURANÇA<br />

Biossegurança na Prevenção de Doenças Respiratórias<br />

Fúngicas Durante o Inverno<br />

Por: Jorge Luiz Silva Araújo-Filho, Vanessa Valente Elias.<br />

Durante o inverno ficamos mais vulneráveis a<br />

doenças respiratórias por oscilações climáticas<br />

e maior tempo em ambientes fechados. Além<br />

do fato de o ar frio irritar as vias aéreas, ocasionando<br />

sintomas alérgicos como a falta de ar e a<br />

coriza. Ambientes fechados e sem renovação de<br />

ar, podem acumular poeira e umidade tornando<br />

o ambiente adequado para a proliferação de<br />

fungos. Sendo esses agentes responsáveis por<br />

grande parte das reações alérgicas. De acordo<br />

com dados da Organização Mundial da Saúde,<br />

as alergias atingem, em média, 30% da população<br />

mundial.<br />

Os agentes fúngicos que compõem a microbiota<br />

do ar mais comuns são: Alternaria ssp.,<br />

Aspergillus ssp., Cladosporium sp., Fusarium<br />

ssp., Mucor ssp., Penicillium ssp. Os fungos dispersados<br />

através do ar (anemófilos) produzem<br />

uma gama de metabólicos secundários, dentre<br />

eles as micotoxinas, que causam doenças por<br />

inalação ou contato direto, sendo seus efeitos<br />

variando de desordens agudas e crônicas, a reações<br />

sistêmicas. Podendo ainda estar envolvidas<br />

com doenças de hipersensibilidade, pneumonite<br />

por hipersensibilidade, a síndrome da fadiga<br />

crônica e insuficiência renal.<br />

O ambiente domiciliar merece bastante<br />

atenção, podendo ser veículo de contaminação<br />

por fungos. Sistema de refrigeração e<br />

aquecimento das casas, resultam em diminuição<br />

da ventilação e aumento da umidade<br />

contribuindo para proliferação de mais de 200<br />

tipos de fungos, incluindo mofos e bolores.<br />

Para tanto, torna-se necessário o monitoramento<br />

da qualidade fúngica do ar e o controle<br />

ambiental de fungos viáveis. Associadas a<br />

essas ações são imprescindíveis medidas de<br />

biossegurança aplicadas nesses ambientes,<br />

incluindo reformas para correção de umidade,<br />

melhoria da ventilação e iluminação, além da<br />

retirada do material em deterioração. Preconiza-se<br />

a limpeza espacial com produtos antifúngicos<br />

ou uso de solução de limpezas desses<br />

ambientes com hipoclorito de sódio e água<br />

(proporção 1:1) além remoção da estrutura<br />

fúngica (mofo) mediante o auxílio de bucha.<br />

Toda a limpeza deve ser executada usando<br />

equipamentos de proteção individual (EPI´s)<br />

tais como luvas, óculos de proteção e uso de<br />

máscaras no momento da limpeza.<br />

Algumas medidas de preventivas são uteis<br />

para reduzir fungos nos ambientes domésticos:<br />

• Verificar se possui infiltração na residência;<br />

• Arejar o ambiente doméstico;<br />

• Manter a umidade da casa o mais baixa possível,<br />

sendo o ideal abaixo de 50%.<br />

• Após o banho, deixar as portas abertas para<br />

favorecer a circulação do ar;<br />

• Optar por desumidificador ou ar-condicionado<br />

com filtro adequado para reduzir a umidade<br />

ambiental.<br />

• Utilizar tintas fungicidas em sítios que tendem<br />

a criar umidade. O indicado é usar uma pintura<br />

permeável, como a tinta de cal, que permite que<br />

as paredes "respirem", absorvendo a umidade e<br />

minimizando a formação de manchas, bolhas e,<br />

consequentemente, o surgimento do bolor.<br />

Diante do exposto, tais medidas de Biosseguranças<br />

são úteis na diminuição de fungos anemófilos,<br />

podendo contribuir para doenças respiratórias<br />

ou agravamento do estado de saúde em<br />

crianças e pessoas imunocomprometidas.<br />

É de fundamental importância que todos nós<br />

desenvolvamos a “percepção do invisível”, que<br />

contribui na prevenção das infecções.<br />

Jorge Luiz Silva Araújo-Filho<br />

(@dr.biossegurança)<br />

Biólogo, Mestre em Patologia, Doutor em Biotecnologia;<br />

Palestrante e Consultor em Biossegurança.<br />

Contato: jorgearaujofilho@gmail.com<br />

Te.: (81) 9.9796-5514<br />

Gleiciere Maia Silva<br />

(@profa.gleicieremaia )<br />

Gleiciere Maia Silva (@profa.gleicieremaia ): Biomédica,<br />

Especialista em Micologia, Mestre em Biologia de Fungos e<br />

Doutoranda em Medicina Tropical.<br />

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<strong>Revista</strong> NewsLab | Jun/Jul 2020

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