Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
BIOSSEGURANÇA<br />
Biossegurança na Prevenção de Doenças Respiratórias<br />
Fúngicas Durante o Inverno<br />
Por: Jorge Luiz Silva Araújo-Filho, Vanessa Valente Elias.<br />
Durante o inverno ficamos mais vulneráveis a<br />
doenças respiratórias por oscilações climáticas<br />
e maior tempo em ambientes fechados. Além<br />
do fato de o ar frio irritar as vias aéreas, ocasionando<br />
sintomas alérgicos como a falta de ar e a<br />
coriza. Ambientes fechados e sem renovação de<br />
ar, podem acumular poeira e umidade tornando<br />
o ambiente adequado para a proliferação de<br />
fungos. Sendo esses agentes responsáveis por<br />
grande parte das reações alérgicas. De acordo<br />
com dados da Organização Mundial da Saúde,<br />
as alergias atingem, em média, 30% da população<br />
mundial.<br />
Os agentes fúngicos que compõem a microbiota<br />
do ar mais comuns são: Alternaria ssp.,<br />
Aspergillus ssp., Cladosporium sp., Fusarium<br />
ssp., Mucor ssp., Penicillium ssp. Os fungos dispersados<br />
através do ar (anemófilos) produzem<br />
uma gama de metabólicos secundários, dentre<br />
eles as micotoxinas, que causam doenças por<br />
inalação ou contato direto, sendo seus efeitos<br />
variando de desordens agudas e crônicas, a reações<br />
sistêmicas. Podendo ainda estar envolvidas<br />
com doenças de hipersensibilidade, pneumonite<br />
por hipersensibilidade, a síndrome da fadiga<br />
crônica e insuficiência renal.<br />
O ambiente domiciliar merece bastante<br />
atenção, podendo ser veículo de contaminação<br />
por fungos. Sistema de refrigeração e<br />
aquecimento das casas, resultam em diminuição<br />
da ventilação e aumento da umidade<br />
contribuindo para proliferação de mais de 200<br />
tipos de fungos, incluindo mofos e bolores.<br />
Para tanto, torna-se necessário o monitoramento<br />
da qualidade fúngica do ar e o controle<br />
ambiental de fungos viáveis. Associadas a<br />
essas ações são imprescindíveis medidas de<br />
biossegurança aplicadas nesses ambientes,<br />
incluindo reformas para correção de umidade,<br />
melhoria da ventilação e iluminação, além da<br />
retirada do material em deterioração. Preconiza-se<br />
a limpeza espacial com produtos antifúngicos<br />
ou uso de solução de limpezas desses<br />
ambientes com hipoclorito de sódio e água<br />
(proporção 1:1) além remoção da estrutura<br />
fúngica (mofo) mediante o auxílio de bucha.<br />
Toda a limpeza deve ser executada usando<br />
equipamentos de proteção individual (EPI´s)<br />
tais como luvas, óculos de proteção e uso de<br />
máscaras no momento da limpeza.<br />
Algumas medidas de preventivas são uteis<br />
para reduzir fungos nos ambientes domésticos:<br />
• Verificar se possui infiltração na residência;<br />
• Arejar o ambiente doméstico;<br />
• Manter a umidade da casa o mais baixa possível,<br />
sendo o ideal abaixo de 50%.<br />
• Após o banho, deixar as portas abertas para<br />
favorecer a circulação do ar;<br />
• Optar por desumidificador ou ar-condicionado<br />
com filtro adequado para reduzir a umidade<br />
ambiental.<br />
• Utilizar tintas fungicidas em sítios que tendem<br />
a criar umidade. O indicado é usar uma pintura<br />
permeável, como a tinta de cal, que permite que<br />
as paredes "respirem", absorvendo a umidade e<br />
minimizando a formação de manchas, bolhas e,<br />
consequentemente, o surgimento do bolor.<br />
Diante do exposto, tais medidas de Biosseguranças<br />
são úteis na diminuição de fungos anemófilos,<br />
podendo contribuir para doenças respiratórias<br />
ou agravamento do estado de saúde em<br />
crianças e pessoas imunocomprometidas.<br />
É de fundamental importância que todos nós<br />
desenvolvamos a “percepção do invisível”, que<br />
contribui na prevenção das infecções.<br />
Jorge Luiz Silva Araújo-Filho<br />
(@dr.biossegurança)<br />
Biólogo, Mestre em Patologia, Doutor em Biotecnologia;<br />
Palestrante e Consultor em Biossegurança.<br />
Contato: jorgearaujofilho@gmail.com<br />
Te.: (81) 9.9796-5514<br />
Gleiciere Maia Silva<br />
(@profa.gleicieremaia )<br />
Gleiciere Maia Silva (@profa.gleicieremaia ): Biomédica,<br />
Especialista em Micologia, Mestre em Biologia de Fungos e<br />
Doutoranda em Medicina Tropical.<br />
0 88<br />
<strong>Revista</strong> NewsLab | Jun/Jul 2020