FEVEREIRO_2021
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CRÓNICA DO NOSSO CANTINHO PARA O VOSSO CANTÃO
Cuidem-se!
© LUÍS FILIPE COITO
ARAGONEZ MARQUES
Sei que devem estar fartos de ouvir
falar de pandemias. Ao nosso cantinho,
poucas ou nenhumas notícias
chegam do vosso cantão.
O não estar na Comunidade Europeia
retira-lhe o palco.
Pois por aqui, isto vai de mal a pior.
Hoje foi decretado o encerramento
de todas as escolas e desta vez sem
ensino à distância.
Completamente fechadas da pré-primária
até ao ensino universitário.
São duras as novas medidas só possíveis
devido ao estado de emergência
limitador de liberdades.
Idas aos supermercados só uma pessoa,
se forem duas no carro, a guarda
manda parar, onde vão?, comprar ao
supermercado, duas pessoas não podem
circular, a minha mulher não
tem carta de condução, para trás, fica
a senhora em casa e compra você.
Ponto final.
Proibição total de sair dos concelhos,
tenho que fazer a inspeção do carro
aqui não há, volte para trás ou é multado.
Na rua? Só para ir à farmácia ou passear
o cão perto de casa.
Serviços públicos só por marcação
mas, as linhas telefónicas estão sempre
ocupadas. A das Lojas do Cidadão
também...
As crianças até aos doze anos, para
não ficarem sozinhas em casa podem
ficar com um progenitor, o Estado
paga 60% do vencimento, ou isso ou
nada, e se houver um em tele-trabalho,
ninguém já paga nada.
As pessoas abusaram no Natal onde
durante uma semana puderam correr
o país, almoços, jantares, aqui e ali,
compras em tudo o que era Centro
Comercial.
Pois é ... fora os azares...
Uma carrinha que transportava vacinas,
com motas da GNR atrás e à
frente, seguranças contra alguma
máfia que as pudesse roubar, despistou-se,
de rodas para o ar na auto-estrada.
Uma enfermeira ontem, com excesso
de trabalho, desapareceu misteriosamente
de casa para o novo turno da
noite, ninguém sabe onde está, apesar
das televisões mostrarem o seu rosto.
Também esta semana um homem
morreu dentro de uma ambulância,
numa enorme fila de várias, ao fim de
três horas de espera.
Rebentam pelas costuras os hospitais,
há camas em pavilhões desportivos,
mas não há pessoal médico.
Pagamos anos e anos de más políticas
acumuladas. Desde a de como
sovinas, a Ordem dos Médicos, não
permitir a abertura de mais Universidades
de Medicina, onde, devido à
procura, um jovem teria de ter médias
de 19,7, abaixo disso ficavam fora
e os que podiam iam para Espanha
tirar Medicina. Em Portugal criaram
uma casta, onde ser médico era
ser Deus. Hoje acabam mesmo por o
ser, pois devido ao estado caótico dos
hospitais, são eles “eticamente” que
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Lusitano de Zurique - Janeiro 2021 | www.cldz.eu