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edição de 5 de setembro de 2022

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entrevista<br />

Pedro Cruz<br />

chief strategy officer e sócio-fundador da Galeria<br />

hoje o maior<br />

<strong>de</strong>safio do<br />

nosso negóCio<br />

é a gestão<br />

do temPo<br />

Criar uma cultura nova <strong>de</strong> agência e<br />

transformar a propaganda são as principais<br />

pautas <strong>de</strong> Pedro Cruz, chief strategy officer<br />

e quarto sócio-fundador da Galeria. Ex-FCB,<br />

Cruz estava afastado da publicida<strong>de</strong> quando se uniu<br />

aos executivos Eduardo Simon, Rafael Urenha e Paulo<br />

Ilha, que, em <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> 2021, <strong>de</strong>ixaram oficialmente<br />

a DPZ&T para iniciar a Galeria, levando com eles as<br />

contas do Itaú, McDonald’s e Natura. Um ano <strong>de</strong>pois,<br />

a agência quadruplicou o número <strong>de</strong> marcas atendidas<br />

e praticamente dobrou o quadro <strong>de</strong> colaboradores,<br />

que passou <strong>de</strong> 180 para 350. “Foi um ano fenomenal”,<br />

<strong>de</strong>staca ele. Nesta entrevista, Cruz faz um balanço da<br />

operação e fala sobre como o uso do tempo se tornou<br />

o cerne do negócio. “O compromisso <strong>de</strong> mudança para<br />

mim nesse projeto é uma coisa <strong>de</strong> vida ou morte”.<br />

kelly dores<br />

Qual o balanço que você faz <strong>de</strong>sse<br />

um ano <strong>de</strong> operação da Galeria?<br />

Eu acho que a gente teve um<br />

primeiro ano que foi praticamente<br />

heroico. E eu gostaria <strong>de</strong> <strong>de</strong>stacar<br />

que sou o único dos sócios-<br />

-fundadores que não pertencia<br />

à estrutura da DPZ&T anteriormente,<br />

me juntei a eles <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

ter me afastado da propaganda<br />

(estava há cerca <strong>de</strong> dois anos se<br />

<strong>de</strong>dicando a uma galeria <strong>de</strong> arte).<br />

Então, eu acho que isso marca<br />

algumas coisas na minha cabeça<br />

que talvez não marque tanto na<br />

cabeça do Edu (Eduardo Simon),<br />

Rafa (Rafael Urenha) e Paulinho<br />

(Paulo Ilha). Enfim, foi um ano<br />

fenomenal, apesar <strong>de</strong> a estrutura<br />

<strong>de</strong> sócios da agência ser positivamente<br />

agressiva porque a gente<br />

quer conseguir gran<strong>de</strong>s coisas. O<br />

primeiro paralelo é com o que se<br />

estabeleceu como ruptura para<br />

fazer diferente. E essa não é uma<br />

pauta fácil, porque ela não é uma<br />

pauta só para mostrar a quantida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> clientes que conquistamos<br />

e como dobramos o tamanho da<br />

agência. Ela não é só uma pauta<br />

quantitativa, ela é qualitativa.<br />

Temos um grupo fundador que<br />

está muito preocupado com o futuro<br />

da publicida<strong>de</strong>, com o futuro<br />

do negócio, que vem sofrendo<br />

transformações muito radicais. É<br />

uma diferença estrutural para a<br />

construção <strong>de</strong> uma cultura nova.<br />

E como vocês estão construindo<br />

essa nova cultura?<br />

A gente está construindo a<br />

cultura nova em várias frentes,<br />

porque não dá para ser diferente.<br />

Ela, obviamente, tem uma frente<br />

<strong>de</strong> negócio; <strong>de</strong> tecnologia; <strong>de</strong><br />

inteligência <strong>de</strong> dados, mas precisa<br />

ter também uma frente <strong>de</strong><br />

inteligência humana. Nós somos<br />

um negócio <strong>de</strong> capital humano e<br />

não po<strong>de</strong>mos esquecer isso nunca.<br />

Quando a Galeria se arquiteta<br />

<strong>de</strong>ssa forma e <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o lançamento<br />

já incorporou novos sócios<br />

(com participações menores), é<br />

uma verda<strong>de</strong> que está sendo vivida<br />

no dia a dia. É um primeiro<br />

sinal <strong>de</strong> que não é uma cultura<br />

<strong>de</strong> butique, só para o outro ver.<br />

A cultura que dá certo, na minha<br />

opinião, abraça quem faz parte<br />

<strong>de</strong>la e expele quem não faz. Hoje<br />

o maior <strong>de</strong>safio no nosso negócio<br />

é a gestão do tempo.<br />

Por que a gestão do tempo é o maior<br />

<strong>de</strong>safio hoje?<br />

Eu reputo esse tema como<br />

central do nosso negócio, porque<br />

é um assunto que é verda<strong>de</strong> não<br />

só para a gente, mas é uma verda<strong>de</strong><br />

atroz e fundamental para<br />

os nossos clientes também. Todo<br />

mundo <strong>de</strong>ntro da re<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse<br />

mercado vive o mesmo drama.<br />

O uso do tempo tem a ver, no<br />

fim das contas, com a estrutura<br />

operacional que nós criamos e<br />

nutrimos ao longo do tempo e a<br />

competência que tivemos ou não<br />

para equalizar e produzir um trabalho<br />

criativo arrojado. E óbvio,<br />

o mercado não está todo no mesmo<br />

lugar. E a gente quer estar no<br />

melhor lugar possível. No nosso<br />

projeto, essa história do uso do<br />

tempo tem a ver com as minúcias<br />

do trabalho, porque temos certeza<br />

absoluta <strong>de</strong> que tem muita<br />

coisa que a gente faz que não <strong>de</strong>veria<br />

estar fazendo.<br />

Existe uma metodologia por trás<br />

<strong>de</strong>ssa i<strong>de</strong>ia ou é algo intuitivo?<br />

É uma mistura das duas coisas.<br />

E eu acho que tem <strong>de</strong> ser assim.<br />

Nós temos um diretor <strong>de</strong> operações<br />

que faz um mapeamento<br />

minucioso <strong>de</strong> como as coisas<br />

acontecem aqui <strong>de</strong>ntro para a<br />

agência enten<strong>de</strong>r quais são os<br />

nós da operação e agir para <strong>de</strong>sconstruir<br />

esses nós. Esse talvez<br />

seja o gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio no nosso<br />

segundo ano <strong>de</strong> operação, que é<br />

reorganizar essa parte da nossa<br />

cultura que é do uso do tempo.<br />

Como é que a gente quer usar o<br />

tempo e não como a gente usa o<br />

nosso tempo em <strong>de</strong>corrência da<br />

inércia <strong>de</strong> um mercado que já <strong>de</strong>veria<br />

ter se reinventado completamente<br />

há mais <strong>de</strong> uma década.<br />

Eu fico sempre com a sensação<br />

<strong>de</strong> que a gente está atrasado, <strong>de</strong><br />

que <strong>de</strong>veríamos estar à frente <strong>de</strong><br />

on<strong>de</strong> estamos. Na Galeria, a gente<br />

busca coragem e não conforto.<br />

O primeiro chart <strong>de</strong> apresentação<br />

da agência diz exatamente o seguinte:<br />

“Nós nascemos do <strong>de</strong>sconforto”.<br />

Como a Galeria conseguiu praticamente<br />

dobrar <strong>de</strong> tamanho e conquistar<br />

vários clientes em um ano?<br />

Não tem fórmula, mas o que<br />

me impressiona muito nessa operação<br />

é o nível <strong>de</strong> transparência,<br />

não só entre os sócios, mas com<br />

os funcionários e os clientes.<br />

Para mim, isso tem um nível <strong>de</strong><br />

novida<strong>de</strong> muito fora da curva.<br />

Essa questão da transparência e<br />

do livre acesso que nós, sócios,<br />

temos, numa medida crescente,<br />

aos clientes, revela muito sobre o<br />

crescimento da agência. E a gente<br />

cresce não apenas em número <strong>de</strong><br />

contas novas, mas também em<br />

novos negócios <strong>de</strong>ntro dos clientes.<br />

Existe uma outra coisa que é<br />

a gente se prepara para fazer diferença.<br />

A coragem <strong>de</strong> correr riscos<br />

para assumir novos negócios<br />

é algo muito presente no DNA da<br />

Galeria. Hoje, fruto <strong>de</strong> concorrência,<br />

temos 100% do OOH do Itaú e<br />

<strong>de</strong> Vivo. Isso exige uma inteligência<br />

<strong>de</strong> dados, criativa e estratégica,<br />

e uma estrutura <strong>de</strong>dicada e<br />

um entendimento completamente<br />

à parte, específico que, no entanto,<br />

conversa com todo o resto.<br />

É um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>safio do ponto <strong>de</strong><br />

vista organizacional e <strong>de</strong> fluxo <strong>de</strong><br />

trabalho. A criação para o out of<br />

“Nós somos<br />

um Negócio<br />

<strong>de</strong> capital<br />

humaNo e<br />

Não po<strong>de</strong>mos<br />

esquecer<br />

isso NuNca”<br />

12 5 <strong>de</strong> <strong>setembro</strong> <strong>de</strong> <strong>2022</strong> - jornal propmark

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