SCMedia News | Revista | Setembro 2023
A revista dos profissionais de logística e supply chain.
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SCM Supply Chain Magazine 25<br />
e a visibilidade aos fornecedores através do<br />
nearshoring.<br />
Segundo apontou um recente estudo da<br />
Capgemini, “The automotive supply chain:<br />
Pursuing long-term resilience”, os construtores<br />
automóveis estão agora mais confiantes para<br />
lidarem com interrupções. Após os diferentes<br />
desafios pelos quais o setor passou, 60% dos<br />
inquiridos do estudo afirmaram que, caso as<br />
disrupções associadas à falta de semicondutores<br />
sentidas em 2022 se repetissem hoje, estariam<br />
preparados para reduzir em mais de metade das<br />
perdas que sentiram.<br />
Entre os principais tópicos do estudo estiveram<br />
o alerta que os semicondutores deixaram para<br />
o nearshoring, a importância da partilha de<br />
informação, a falta de viabilidade dos stocks<br />
a longo prazo, e o facto de a sustentabilidade<br />
ter passado para segundo plano, deixando a<br />
resolução destes problemas como foco principal.<br />
Fabricantes de componentes automóveis<br />
Foi com o tema “Portugal – Indústria de<br />
componentes para automóveis” que José Couto,<br />
presidente da AFIA - Associação dos Fabricantes<br />
para a Indústria Automóvel, iniciou a tarde.<br />
Olhando para o estado do setor, o responsável<br />
revelou que no ano passado o setor manteve o<br />
crescimento e bateu o recorde estabelecido em<br />
2019, com uma produção de 346 mil veículos. Em<br />
2020, aquando da pandemia, o setor sofreu uma<br />
queda de 13,1%, mas que desde então tem vindo<br />
a recuperar aos poucos, fechando 2022 com um<br />
volume de negócios de 13 mil milhões de euros,<br />
o equivalente a 5,4% do PIB nacional, e voltando<br />
a estabelecer um máximo histórico.<br />
José Couto destacou que a indústria automóvel<br />
não só teve um crescimento europeu em número<br />
de clientes, mas também dentro dos próprios<br />
clientes, e que um dos principais temas nas<br />
agendas deste setor é a sustentabilidade. “A<br />
descarbonização tem hoje um grande impacto, e<br />
ainda terá um maior nos próximos anos”, afirmou.<br />
A recente paragem da Autoeuropa em finais<br />
de agosto devido à falta de peças produzidas na<br />
Eslovénia, cuja produção foi afetada pelas cheias<br />
de agosto, foi um tema inevitável. Trata-se de<br />
uma empresa que representa 71,7% da produção<br />
automóvel a nível nacional, tendo produzido<br />
231,1 mil veículos dos 322,4 mil registados no<br />
ano passado.<br />
Desafios de um operador logístico<br />
Responsável pela logística da Autoeuropa desde<br />
2019, a Rangel Logistics Solutions apresentou<br />
a “Visão do operador logístico – desafios e<br />
resiliência”. André Gonçalves – operations<br />
manager contract logistics, mostrou a realidade<br />
sentida pela Rangel Logistics neste setor, que<br />
desde 2002 já esteve responsável pela logística<br />
de empresas como a Continental, Bosch, Faurecia<br />
ou Volkswagen.<br />
Um dos grandes desafios sentidos foi durante<br />
a quebra na pandemia, onde destacou maiores<br />
forças externas e pressões internas ao nível de<br />
contract logistics. Durante este período, comenta<br />
que as pressões estiveram em temas como ESG,<br />
modelo de negócio, fornecedores, segurança de<br />
informação, alterações na procura e a atração<br />
e gestão de talento, detalhando as áreas e as<br />
respetivas formas de resposta que tomaram para<br />
contornar os problemas.<br />
Num olhar mais futurista, o responsável<br />
antecipa novas tendências para o final do<br />
decénio, como a mobilidade diversa (2/4<br />
rodas), a condução autónoma, a eletrificação,<br />
conectividade/software, competitividade e a<br />
força concorrencial, com novas marcas asiáticas<br />
a entrar no mercado. Os principais insights<br />
destacados foram: transportes, condução<br />
autónoma, inteligência artificial e mobilidade, e<br />
nesse sentido, André Gonçalves refere ainda o