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SETEMBRO 2023
“no geral, é necessário abordar as emissões de
escape dos produtos, as emissões da cadeia
de abastecimento e, em seguida, as emissões
operacionais, como a logística e o transporte”.
O segundo pilar visa a economia circular,
em que a empresa pretende maximizar a
eficiência dos recursos em todos os veículos,
componentes e materiais, eliminando o
desperdício, fazendo maior uso de material
reciclado e remanufatura, e reutilização de
peças. “Estamos a considerar todo o ciclo de
vida de um veículo e como maximizar o valor
entregue ao longo desse tempo. Quando o
ciclo acaba, o processo de desmontagem e
reciclagem pode fornecer matérias-primas
de alta qualidade e em quantidade”, indica
a marca. Por último, concentra-se ainda em
negócio éticos e responsáveis. “Estamos
focados na rastreabilidade e transparência
em todo o processo de fornecimento de
componentes e materiais”.
A decisão de se envolver num projeto como
o Orcelle Wind, está ligada ao seu esforço
em ter um papel ativo na sustentabilidade
das suas operações, uma vez que “ter uma
gama de modelos totalmente elétricos não é
suficiente para alcançar os objetivos”. Desta
forma, “precisamos abordar a cadeia de
abastecimento e logística, que são cruciais
para mover carros em todo o mundo, da fábrica
para o cliente”, explica a fonte da Volvo Cars
Sustainability.
ORCELLE WIND
Este é o primeiro navio do mundo criado
para o transporte internacional de carros
e camiões rol-on-roll-off (RoRo), movido
a energia eólica. “O navio não precisa de
queimar nenhum combustível fóssil para
propulsão e, em vez disso, aproveita o vento
para atravessar o oceano e, assim, transportar
carros da fábrica para mercados em todo o
mundo”, indica a Volvo Cars Sustainability
que aponta como “um grande benefício” a não
queima de combustíveis fósseis, pois contribui
para os gases com efeito estufa. Além deste,
há ainda outra vantagem: “a redução do ruído
subaquático e das vibrações da cavitação do
propulsor reduzirá o stress sobre os mamíferos
marinhos que dependem da ecolocalização
para navegar e encontrar alimentos”.
O navio está equipado com seis Oceanbird
Wings (velas), com uma altura de 40 metros
e largura de 14 metros, com um peso
aproximado de 150 toneladas. São feitas a
partir de aço de alta resistência e fibra de
vidro, ou seja, materiais recicláveis. Uma vela
destas num navio RoRo, em velocidade normal,
pode reduzir o consumo de combustível do
motor principal em 7-10%, em rotas oceânicas
favoráveis, resultando numa economia
de aproximadamente 675.000 litros de
combustível por ano, o que corresponde a
cerca de 1920 toneladas de CO2 por ano.
O primeiro comunicado referente ao Orcelle
Wind surge em 2021. Craig Jasienski, CEO da
Wallenius Wilhelmsen, referia que “desde 2008
conseguimos reduzir a intensidade de CO2 em
33%, o que é um passo significativo. Mas a
jornada rumo a zero emissões requer grandes
avanços. Acreditamos que o Orcelle Wind é um
deles”. Desta forma, a empresa está a levar o
conceito avante, mas existem vários aspetos
que precisam de ser avaliados e estudados
para garantir a sua viabilidade. “O Orcelle
Wind será o nosso campo de testes técnico e
operacional para inovação de emissões zero,
onde podemos avaliar e desenvolver vários
combustíveis e tecnologias de emissão zero”,
indica Erik Noeklebye, EVP e COO de serviços
de transporte da Wallenius Wilhelmsen.