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ENTREVISTA
>> De onde surgiu seu interesse pelo meio ambiente?
Vem de muito cedo. O primeiro contato se deu na indústria
madeireira do meu pai, quando era criança. Ele tinha um jeito
peculiar de defender que o madeireiro não desmata, a floresta
é essencial para manutenção da indústria, por isso fazia a defesa
do manejo florestal, que gera emprego, renda e conserva
a floresta. Acho que este é um dos motivos que me tornaram
uma entusiasta do manejo florestal e das ações que impactam
positivamente o meio ambiente. Na faculdade, a professora
de direito ambiental me incentivou durante a apresentação
de um trabalho, dizendo que ela via em mim a aptidão para
defender esse ramo do direito, que há época era pouco conhecido.
Assim, nos primeiros anos tive a oportunidade de
trabalhar com direito ambiental e foi tudo tão natural que não
consigo me ver fazendo outra coisa. Realmente me realizo diariamente
trabalhando para encontrar o equilíbrio na execução
da agenda ambiental.
>> Como foi sua entrada na vida pública? Além da Sema, é
presidente da ABEMA (Associação Brasileira de Entidades
Estaduais de Meio Ambiente). Como é a atividade na associação?
Iniciei como assessora jurídica da extinta Fundação de Meio
Ambiente de Mato Grosso em 2003, e durante os últimos
20 anos ocupei cargos de Secretária Adjunta por duas oportunidades,
assumindo em 2019 a secretaria de Estado. Em
2019 fui eleita na ABEMA como vice-presidente e depois em
2021 como presidente, reconduzida agora em 2023. É uma
grande honra presidir a ABEMA, associação que representa
todos os órgãos estaduais de meio ambiente do país e existe
há 37 anos, sendo a primeira vez que Mato Grosso preside
a instituição. Os associados da ABEMA são responsáveis por
90% da execução das políticas públicas ambientais do Brasil,
representando as 26 secretarias de Estado de meio ambiente
e as 22 autarquias e fundações estaduais ligadas ao tema.
Nessa perspectiva, se consolida cada vez mais como entidade
de relevância para o avanço da política ambiental brasileira,
e se fortaleceu muito nos últimos anos, ocupando espaços
na agenda climática nacional e mundial. A entidade adota
estratégias em âmbito nacional para implantação da política
ambiental sem perder o foco nas peculiaridades estaduais.
Nesse sentido, está organizada em coordenações para cada
um dos seis biomas brasileiros, que conduzem as discussões
e as tratativas regionais, integrando, assim, todos os Estados
nas propostas políticas da ABEMA. Nos últimos anos, uma das
principais conquistas da ABEMA tem sido a ampla cooperação
entre os Estados brasileiros que, muitas vezes, enfrentam desafios
ambientais semelhantes. Por isso, nos organizamos internamente
em coordenações por bioma e criamos uma série
de CT (Câmaras Técnicas) permanentes e GT (Grupos de Trabalho),
entre os quais estão a Câmara de Mudança Climática
(CT Clima) e o GT Licenciamento Ambiental. As Câmaras têm
tido um papel fundamental para que possamos estudar, com
propriedade, temas relevantes com base em situações reais vivenciadas
pelos Estados. É por meio desses espaços que temos
Where did your interest in the environment come from?
It began from very early on. My first contact was with my
father’s company when I was a child. He had a peculiar way of
defending the forest harvester who does not deforest, saying
that the forest is essential for the maintenance of the Company,
so he defended Forest Management, which generates jobs
and income and conserves the forest. I think this is one of the
reasons that made me an enthusiast of Forest Management
and actions that positively impact the environment. In college,
the Professor of Environmental Law encouraged me during
the presentation of a paper, saying that she saw in me the
aptitude to defend this branch of law, which at the time was
little known. So, in the first few years, I had the opportunity to
work with Environmental Law, and it was all so natural that
I could not see myself doing anything else. On a daily basis,
I really find fulfillment in working to find the balance in the
execution of the environmental agenda.
How did you enter public life? In addition to Sema, you are
President of the Brazilian Association of State Environmental
Entities (Abema). What are the major activities of the
Association?
I started as a legal advisor to the now-extinct Mato Grosso
Environment Foundation in 2003, and during the last 20 years,
I have held positions as Assistant Sema Secretary for two opportunities,
assuming in 2019 the Secretary of State. In 2019,
I was elected Vice-president at Abema, and then in 2021, as
President, now reelected in 2023. It is a great honor to preside
over Abema, an association that represents all state environmental
agencies in the Country and has existed for 37 years.
It was the first time that someone from Mato Grosso presided
over the Association. Abema members are responsible for
90% of the implementation of environmental public policies in
Brazil, representing the 26 State Secretariats of the Environment
and the 22 Autarchies and State Foundations linked
to the Environment. From this perspective, it is increasingly
consolidated as an entity of relevance for the advancement
of Brazilian environmental policy. It has been dramatically
strengthened in recent years, occupying spaces in the
domestic and global climate agenda. The Association adopts
strategies at the national level for the implementation of environmental
policy without losing focus on state peculiarities.
In this sense, it is organized in coordination with each of the
six Brazilian biomes, which conduct regional discussions and
negotiations, thus integrating all States into Abema’s policy
proposals. In recent years, one of Abema’s main achievements
has been the broad cooperation between Brazilian states,
which often face similar environmental challenges.
For this reason, we organized ourselves internally in coordination
by biome. We created a series of permanent Technical
Chambers (TCs) and Work Groups (WGs), among which are
the Climate Change Chamber (CT Clima) and WG Environmental
Licensing. The Chambers have played a fundamental
role in ensuring that we can study relevant issues adequately
based on real situations experienced by the States. It is
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