COMUNICAÇÕES 248 - VIRGÍNIA DIGNUM: IA RESPONSÁVEL PRECISA DE "REGRAS DE TRÂNSITO"
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
edit orial<br />
Sandra Fazenda Almeida sandra.almeida@apdc.pt<br />
Um ano de realizações<br />
notáveis<br />
A<br />
inteligência artificial (<strong>IA</strong>) está na ordem<br />
do dia, pelas boas e más razões. Se, por<br />
um lado, é uma das tecnologias mais<br />
disruptivas de sempre, com o potencial<br />
para automatizar tarefas, gerar novos insights<br />
e melhorar a tomada de decisão, promovendo<br />
uma transformação sem paralelo na sociedade<br />
e na economia, por outro, é crucial reconhecer<br />
a existência de um conjunto de preocupações<br />
éticas e sociais. A capacidade da <strong>IA</strong> para reforçar<br />
preconceitos, disseminar desinformação ou<br />
violar a privacidade são algumas das questões<br />
que urge endereçar, entre muitas outras, através<br />
de uma utilização responsável e inclusiva.<br />
O tema é complexo e divide opiniões, numa<br />
altura em que ainda é impossível antecipar o<br />
total impacto da <strong>IA</strong> no mundo instável em que<br />
vivemos. Como refere a investigadora Virgínia<br />
Dignum, especialista internacional em <strong>IA</strong> responsável,<br />
que integra o grupo de alto nível da<br />
ONU sobre <strong>IA</strong>, que vai propor este ano um modelo<br />
para criar uma agência internacional que<br />
regule a tecnologia, temos de caminhar para<br />
uma regulação efetiva, que permita a reguladores,<br />
empresas e cidadãos “ter uma voz no que<br />
está a acontecer”. Na entrevista de fundo que<br />
dá nesta edição, mostra-se preocupada com a<br />
crescente dependência das pessoas destes sistemas,<br />
sem controlo democrático, e com o que<br />
vai acontecer na Europa, que está a perder vantagens.<br />
Mas já é possível ter soluções que respondem<br />
a problemas concretos, utilizando os princípios<br />
de uma <strong>IA</strong> responsável. Prova disso são os produtos<br />
que estão a ser desenvolvidos no Center<br />
for Responsible AI, o consórcio português liderado<br />
pela Unbabel que tem uma ambição global.<br />
Apresentamos um balanço deste projeto.<br />
Ou dos vencedores nacionais do WSA 2023, que<br />
representarão o país na competição mundial.<br />
Depois do verdadeiro frenesim criado em<br />
2023 em torno da <strong>IA</strong>, depois do arranque do<br />
ChatGPT, que marcou a chegada da tecnologia<br />
aos utilizadores finais, antecipa-se que 2024 seja<br />
um ano de adoção massiva de soluções. Perante<br />
estas expectativas, a APDC pretende dedicar ao<br />
longo do ano uma especial atenção ao tema. Assim,<br />
vamos realizar uma edição extra do EVOL-<br />
VE, evento anual de transformação digital da<br />
nossa associação, exclusivamente dedicado aos<br />
casos de estudo que utilizam esta tecnologia<br />
para as mais variadas áreas, da saúde à educação,<br />
passando pela indústria e pelo turismo.<br />
Estamos empenhados em acompanhar todas<br />
as mudanças e partilhar as histórias que<br />
moldarão o futuro de Portugal, num ano em que<br />
estaremos a celebrar um marco significativo: os<br />
40 anos da APDC. Além das iniciativas que teremos<br />
para comemorar quatro décadas de progresso<br />
e conquistas, vamos ainda inaugurar uma<br />
nova sede, que simboliza o nosso compromisso<br />
contínuo com o avanço tecnológico e a promoção<br />
da inovação. Estamos entusiasmados e antecipamos<br />
um ano repleto de realizações notáveis,<br />
proporcionando um ambiente estimulante<br />
para o progresso tecnológico do país. Um excelente<br />
2024 para todos!•<br />
3