COMUNICAÇÕES 248 - VIRGÍNIA DIGNUM: IA RESPONSÁVEL PRECISA DE "REGRAS DE TRÂNSITO"
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apdc news<br />
“Desde a montagem do programa<br />
que temos parceiros e entidades<br />
empenhadas no seu desenvolvimento.<br />
Têm sido peças fundamentais”,<br />
acrescentou Rogério Carapuça,<br />
salientando as “características especiais”<br />
da iniciativa, que “não forma<br />
pessoas em abstrato para empregos<br />
que possam ou não<br />
existir, mas sim para<br />
empresas em concreto.<br />
O presidente<br />
da APDC considerou<br />
ainda que “as<br />
próximas edições<br />
decorrerão num<br />
contexto económico<br />
diferente e muito desafiante, com<br />
duas guerras e uma inflação muito<br />
alta. É um contexto complexo para<br />
este programa, já considerado uma<br />
prática europeia de excelência”.<br />
Já para Maria de Lurdes Rodrigues,<br />
reitora do ISCTE, o UPskill “faz parte<br />
de um movimento mais abrangente<br />
que o país tem necessidade de fazer”<br />
em termos de formação, já que num<br />
cenário em que o PRR aposta forte<br />
na formação, há muitas iniciativas<br />
que são “pouco pensadas e em<br />
excesso”, e muito distantes do objetivo<br />
fundamental, uma verdadeira<br />
requalificação de pessoas. Por isso, o<br />
programa “é suficientemente estruturado<br />
para permitir aos formandos<br />
ter uma certificação com valor de<br />
O programa responde<br />
aos anseios dos<br />
formandos, mas<br />
também às necessidades<br />
reais da economia<br />
mercado e para responder às necessidades<br />
deste. Talvez tenhamos<br />
alguma coisa a aprender com este<br />
exemplo”, frisou.<br />
A iniciativa permitiu ainda, na<br />
perspetiva de Carlos Mata, vice-presidente<br />
do IPS - Instituto Politécnico<br />
de Setúbal e em representação do<br />
CCISP, um reforço<br />
ainda maior das<br />
sinergias da rede<br />
nacional de politécnicos<br />
com as empresas,<br />
fortalecendo a<br />
cooperação entre<br />
as partes. Aliás, já<br />
foram mesmo lançadas<br />
várias pós-graduações em temas<br />
considerados relevantes, assim<br />
como mais Cursos Técnicos Superiores<br />
Profissionais (CTeSP).<br />
DAR BASES PARA EVOLUIR<br />
Também Luís Carriço, diretor da<br />
FCUL, confirma que o UPSkill permitiu<br />
“um conjunto de experiências<br />
interessantes” e deu resposta a<br />
“necessidades que era preciso resolver,<br />
com uma estruturação que não<br />
se encontra numa série de outras<br />
iniciativas que estão a acontecer.<br />
O caminho não é formar pessoas a<br />
metro para as TIC, mas sim garantir<br />
formações estruturadas como esta,<br />
que têm futuro”.<br />
Acresce que este perfil de iniciativas<br />
“ajuda a influenciar a forma como as<br />
universidades e politécnicos terão<br />
de se organizar e ter uma maior<br />
aproximação às empresas. Não<br />
podem existir universidades que só<br />
se preocupam consigo mesmas. Isto<br />
vai acabar em breve e programas<br />
como este estão a ajudar a levantar<br />
a questão, tornando percetível que<br />
universidades e empresas têm de<br />
trabalhar em conjunto”.<br />
Seguiu-se uma conversa entre a<br />
diretora executiva da APDC, Sandra<br />
Fazenda Almeida, e dois formandos<br />
que participaram na 1ª edição do<br />
UPskill. André Santos, contratado<br />
pela Capgemini, e David Alvim, que<br />
trabalha na Accenture, destacaram<br />
a importância desta formação e<br />
salientaram as ferramentas proporcionadas,<br />
que preparam os formandos<br />
para ficarem mais autónomos<br />
e procurarem em permanência um<br />
maior conhecimento, ganhando<br />
capacidade para enfrentar novos<br />
desafios no domínio das TIC. O que<br />
é essencial, tendo em conta que o<br />
mercado é muito dinâmico e as tecnologias<br />
estão sempre a evoluir.<br />
O sucesso do UPskill foi destacado<br />
pelo secretário de Estado do<br />
Trabalho, Miguel Fontes, para quem<br />
o programa “responde aos anseios<br />
dos formandos, mas também às<br />
necessidades reais da economia e<br />
da sociedade, ao permitir acelerar<br />
a formação e disponibilizar um<br />
contingente de pessoas qualificadas<br />
à medida. As empresas foram<br />
chamadas desde a primeira hora a<br />
identificar as suas necessidades e a<br />
construírem conjuntamente com as<br />
IES as formações. É isso que torna o<br />
programa bem-sucedido”. Assim, há<br />
que “insistir neste paradigma, que<br />
assenta o nosso perfil de especialização<br />
na produção de produtos e<br />
serviços de alto valor económico, forçando<br />
a que a economia se mova a<br />
um ritmo mais acelerado. Não só nas<br />
TIC, mas nos setores tradicionais de<br />
emprego intensivo, onde é essencial<br />
ter mão-de-obra qualificada”. Para<br />
este responsável, “o modelo está<br />
testado, já demostrou e funciona”.•<br />
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