Jornal das Oficinas 126

IA NO
AFTERMARKET
A IA REFERE-SE A SISTEMAS QUE APRESENTAM UM COMPORTAMENTO
INTELIGENTE, ANALISANDO O SEU AMBIENTE E tomANDO MEDIDAS - COM
ALGUM GRAU DE AutonomiA - PARA ATINGIR OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
das empresas portuguesas utiliza
IA (+ 0.7 p.p. que em 2021). Essa
percentagem aumenta (35,4%),
quando falamos de organizações
com mais de 250 funcionários. Um
dos motivos que leva as empresas
a estarem reticentes e a não adotarem
ainda a IA (65,3%), deve-se à
falta de conhecimentos concretos
sobre como utilizar e beneficiar
desta ferramenta.
Aumento dos ganhos
de produtividade
Segundo um estudo da Public First,
encomendado pela Google, a inteligência
artificial generativa “poderá
aumentar a dimensão da economia
portuguesa em 15.000 milhões de
euros (ou o equivalente a 8% do
Valor Acrescentado Bruto ou 6% do
Produto Interno Bruto), e poupar,
em média, mais 80 horas por cada
trabalhador – o equivalente a duas
semanas de trabalho”. Para além
disso, “ao ajudar todos em Portugal
a concentrarem-se em tarefas mais
produtivas e criativas, a IA pode
acelerar o crescimento económico
e, por sua vez, trazer progressos nos
desafios sociais”, lê-se no mesmo relatório.
Através da implementação
da IA nas empresas, “para ajudar na
monitorização preventiva dos riscos
e na melhoria das competências dos
trabalhadores em matéria de cibersegurança,
Portugal poderia mitigar
690 milhões de euros em riscos”,
revela ainda. Com base nestas
conclusões, a IA pode ser considerada
como um aliado importante das
empresas portuguesas no processo
de (re)formulação das suas estratégias
de negócio, contribuindo para
impulsionar o seu crescimento e aumentar
as receitas.
Desafios
Um dos principais receios com a
chegada da IA é a redução e/ou desaparecimento
de alguns postos de
trabalho. Um estudo da Randstad,
sobre os efeitos da IA no mercado
de trabalho português, revelou que
na próxima década esta tecnologia
irá afetar os trabalhos existentes
e estima-se que 481 mil corram
mesmo risco de serem automatizados.
No entanto, a mesma análise
também avança que a maioria (3,7
milhões), não vão sentir qualquer
impacto e 16% dos atuais postos de
trabalho (795,2 mil), vão ser ainda
beneficiados com esta tecnologia.
Outro aspeto importante é a questão
da segurança, mas aqui falamos,
mais especificamente, dos veículos
autónomos. Tal como refere Luís
Miguel Silveira, professor do Instituto
Superior Técnico da Universidade
de Lisboa “neste momento há
ainda muito caminho a fazer para
que os sistemas autónomos possam
vir a providenciar uma condução
em segurança. Aquilo que se verifica,
por vezes, em sistemas em
10 Abril I Maio 2024 www.jornaldasoficinas.com