Jornal das Oficinas 126
Na edição de abril/maio 2024 do Jornal das Oficinas Nº 216, o artigo de destaque é sobre a Inteligência Artificial no Aftermarket, que está a transformar a forma como os profissionais simplificam e inovam as suas atividades de negócio. E, no setor do aftermarket, não é exceção. Quaisquer que sejam as questões que ainda se colocam com o desenvolvimento da IA, torna-se importante acompanhar até onde espreita o futuro nesta matéria
Na edição de abril/maio 2024 do Jornal das Oficinas Nº 216, o artigo de destaque é sobre a Inteligência Artificial no Aftermarket, que está a transformar a forma como os profissionais simplificam e inovam as suas atividades de negócio. E, no setor do aftermarket, não é exceção. Quaisquer que sejam as questões que ainda se colocam com o desenvolvimento da IA, torna-se importante acompanhar até onde espreita o futuro nesta matéria
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ESPECIAL<br />
REPINTURA<br />
ropeia VOC. Temos também assistido<br />
a um crescimento na venda de<br />
produtos “vernizes 2K e aparelhos<br />
2K“ de marcas brancas não regista<strong>das</strong>,<br />
sem qualquer certificado de<br />
qualidade, sem fichas técnicas, sem<br />
fichas de higiene/segurança e sem<br />
identificação do fabricante. Esta situação<br />
deve-se ao fato de não haver<br />
fiscalização nesta área de negócio, o<br />
que leva a uma concorrência desleal<br />
para quem vende produtos de marcas<br />
regista<strong>das</strong>.<br />
Mercado hipercompetitivo<br />
O mercado da repintura automóvel<br />
em Portugal é hipercompetitivo. As<br />
margens e a rentabilidade estão em<br />
constante pressão. Por outro lado,<br />
verifica-se uma cada vez maior solicitação<br />
e exigência por parte dos<br />
clientes relativamente ao serviço<br />
prestado. Tal significa que o custo<br />
do serviço prestado tem tendência<br />
a aumentar e a rentabilidade gerada<br />
tendência a diminuir. Por outro lado,<br />
irá ser sempre um mercado dinâmico<br />
em permanente processo de mudança<br />
e evolução. Seja por obrigação<br />
legislativa/ambiental, seja por razões<br />
qualitativas, alteração de processos<br />
ou por razões energéticas tendo por<br />
objetivo a redução de consumos e<br />
maiores rentabilidades ou quaisquer<br />
outras razões que possam vir<br />
a surgir no futuro, este mercado irá<br />
continuar a sofrer alterações, o que<br />
sempre irá constituir um permanente<br />
desafio de atualização e melhoria<br />
para as principais marcas mundiais.<br />
De um modo geral, o mercado automóvel<br />
está a atravessar uma enorme<br />
mudança. Primeiramente, com a diminuição<br />
do volume de reparações<br />
devido à condução cada vez mais assistida<br />
e autónoma, mas agora também<br />
com as mudanças nos modelos<br />
de negócios, com o agenciamento, a<br />
eletrificação... É uma preocupação<br />
cada vez maior por partes <strong>das</strong> oficinas,<br />
o foco na eficiência e na rentabilidade<br />
dos seus recursos, quer seja<br />
através da digitalização <strong>das</strong> oficinas<br />
ou investimentos em equipamentos<br />
oficinais. Constata-se que muitas<br />
oficinas enfrentam desafios ao realizar<br />
orçamentos, particularmente<br />
na compreensão e determinação do<br />
custo real dos serviços que orçamentam,<br />
o que, por vezes, resulta na atribuição<br />
injusta de responsabilidade<br />
ao preço dos produtos. Como resposta<br />
a essas preocupações, é necessário<br />
as oficinas procurarem especialistas<br />
em orçamentação que lhes ofereçam<br />
suporte e orientação, com o objetivo<br />
de alterar este tabu do preço do produto<br />
e provar que realmente a tinta<br />
representa uma percentagem muito<br />
pequena na reparação do veículo.<br />
Consolidação vai continuar<br />
A consolidação é também uma realidade<br />
nesta área de negócio de repintura<br />
auto. Hoje já existe por toda<br />
a Europa a unificação de grandes<br />
distribuidores de tintas por aquisição.<br />
Alguns deles já estão presentes<br />
em vários países europeus. E Portugal<br />
não está imune a estas fusões<br />
e aquisições, que hoje já são uma<br />
realidade no nosso país. Ao nível dos<br />
grandes grupos automóveis há uma<br />
tendência crescente para aquisições<br />
e fusões, pelo que a consolidação<br />
ou a concentração do negócio da<br />
repintura automóvel é inevitável, é<br />
para continuar, e é para aumentar.<br />
Os principais players estão a adquirir<br />
outros pequenos grupos e neste<br />
caso, ganhando uma preponderância<br />
muito maior, quer em termos de<br />
negociação, necessidades e de implementação<br />
geográfica. A consolidação<br />
do negócio da repintura automóvel é<br />
uma tendência que se deverá manter<br />
nos próximos anos. Os grandes<br />
grupos estão a adquirir e a fundir-<br />
-se com empresas mais pequenas, a<br />
fim de conseguirem ganhar escala e<br />
competitividade no mercado. Assim<br />
passam a ter uma maior competitividade<br />
e um aumento do seu universo<br />
de clientes, podendo escalar mais<br />
rapidamente os seus negócios. A<br />
tendência atual nos concessionários<br />
será cinco a seis grupos dominarem<br />
80 a 90% do mercado. Nas oficinas<br />
multimarca reforça-se o conceito<br />
de redes oficinais e as oficinas <strong>das</strong><br />
companhias de seguros que também<br />
contribuem para a consolidação.<br />
Nas restantes multimarcas haverá<br />
uma seleção com o encerramento<br />
<strong>das</strong> menos organiza<strong>das</strong> e rentáveis.<br />
Mas apesar destas mudanças, o mercado<br />
da repintura automóvel em<br />
Portugal continuará com possibilidade<br />
de crescer e de se destacar.<br />
Tendencialmente<br />
decrescente em volume<br />
O mercado português é caraterizado<br />
por um número elevado de<br />
oficinas de colisão em relação ao<br />
parque automóvel comparativamente<br />
com outros mercados europeus,<br />
um mercado maduro e muito<br />
estabilizado, mas tendencialmente<br />
decrescente, em volume, por diversas<br />
razões:<br />
• Novos produtos tecnologicamente<br />
mais evoluídos que permitem<br />
aumentar a rentabilidade em termos<br />
de consumo e menos desperdício.<br />
• Carros mais evoluídos em termos<br />
de segurança, melhores estra<strong>das</strong>,<br />
leis mais severas, etc. que se traduzem<br />
em menos acidentes.<br />
• A nível económico, verifica-se<br />
uma fraca propensão para consumir<br />
e para investir por parte <strong>das</strong><br />
empresas e <strong>das</strong> famílias. O rendimento<br />
médio continua a um nível<br />
muito baixo face ao rápido e crescente<br />
aumento do custo de vida. l<br />
É PROVÁVEL QUE A CONSOLIDAÇÃO DO NEGÓCIO<br />
da REPINTURA autoMÓVEL CONTINUE, À MEDIDA QUE<br />
OS GRANDES GRUPOS PROCURAM EXPANDIR as SUAS OPERAÇÕES<br />
E GANHAR UMA POSIÇÃO MAIS Forte NO MERCADO<br />
18 Abril I Maio 2024 www.jornal<strong>das</strong>oficinas.com