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02_TRATAMENTO DO IAM COM SUPRADESNIVEL DO SEGMENTO ST

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V Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento doInfarto Agudo do Miocárdio com Supradesnível do Segmento <strong>ST</strong>Diretrizesdo inibidor da GP IIb/IIIa não mostrou redução dosdesfechos isquêmicos mas evidenciou aumento de eventoshemorrágicos. Após 12 meses de seguimento, o subgrupocom <strong>IAM</strong> anterior apresentou tendência à reduçãode mortalidade com o emprego de rPA e abciximabe(p = 0,093). O estudo Bavarian Reperfusion AlternativesEvaluation-3 (BRAVE-3) 214 randomizou pacientes com<strong>IAM</strong>C<strong>ST</strong> que receberam dose de ataque de clopidogrel(600 mg), para uso rotineiro de abciximabe ou placebo,e não mostrou redução no tamanho da área de infarto como uso do abciximabe.Em relação ao tirofiban, evidências sugerem equivalênciaentre esse produto, quando utilizado em doses altas, e oabxicimabe, em pacientes submetidos à ICP primária 215,216 .Dessa forma o emprego rotineiro dos inibidores daGP IIb/IIIa no <strong>IAM</strong>C<strong>ST</strong> não se mostra comprovadamentebenéfico nesse contexto, podendo até memo acarretarmaiores taxas de sangramentos. O uso individualizadodurante a ICP primária dessa classe de medicações,em situações de alta carga de trombos, no reflow ououtras complicações trombóticas, pode ser considerado adespeito da ausência de fortes evidências. Outra questãoainda sem resposta seria qual a melhor forma de seutilizarem o tirofiban e o abciximabe na vigência dos novosantiagregantes prasugrel e ticagrelor.4.4. HeparinaHeparina vem sendo utilizada e estudada em SCA hávários anos. Está disponível nas formas Não Fracionada (HNF)e de Baixo Peso Molecular (HBPM), que são frações da HNFque possuem uma maior afinidade para inibição do fator Xae menor para a trombina.4.4.1. Heparina não fracionadaO benefício do uso da HNF nas síndromes coronáriasagudas foi evidenciado antes mesmo da utilização do AASe da terapia trombolítica 217 . Em estudos seguintes, como oGruppo Italiano per lo Studio della Sopravvivenza nell’InfartoMiocardico-2 (GISSI-2) 218 e o Third International Studyof Infarct Survival (ISIS-3) 219 , em que se avaliou o uso daHNF em vigência do tratamento com AAS e trombolíticos,a associação de HNF não foi relacionada a uma reduçãosignificativa de desfechos clinicamente relevantes. No entanto,nesses estudos, o regime de administração da HNF foisubcutâneo (SC) e com atrasos de 4 a 12 horas para seu início,após a terapia trombolítica.O uso de um regime endovenoso (EV) de HNF (bólusde 5.000 UI seguido por infusão contínua inicial de1.000 UI ou 1.200 UI/hora nos pacientes com mais80 kg) foi avaliado no estudo GU<strong>ST</strong>O-I (Global Utilizationof Streptokinase and Tissue-. Plasminogen Activator forOccluded Coronary Arteries-I) 220 , publicado em 1993.A dose de HNF foi ajustada com o objetivo de manterum Tempo de Tromboplastina Parcial Ativado (TTPa) entre60 e 85 segundos em pacientes com <strong>IAM</strong>C<strong>ST</strong>, em usode AAS e submetidos a diferentes terapias trombolíticas.Com 41.<strong>02</strong>1 pacientes randomizados, o grupo que recebeuo regime EV de HNF associada à terapia trombolítica comr-TPA apresentou a menor mortalidade (6,3%) em 30 diasentre os grupos avaliados.O estudo Assessment of the Safety and Efficacy of a NewThrombolytic Regimen-3 ASSENT-3 221 avaliou a eficácia e aseguraça da TNK-tPA em combinação com enoxaparina ouHNF ou abciximabe. Nesse estudo, utilizou-se um regime deHNF com bólus EV de 60 UI/kg, com máximo de 4.000UI,seguido por infusão contínua de 12 UI/kg/hora (máximo de1.000 UI/hora, inicialmente) e ajustes para manter um TTPaentre 50 e 70 segundos. A ocorrência de óbito, reinfarto ouisquemia recorrente em 30 dias foi maior no grupo HNF emrelação ao grupo enoxaparina, porém não houve diferença namortalidade em 30 dias. Esse regime de administração da HNFestá associado à menor incidência de eventos hemorrágicos(sangramento maiores e necessidade de transfusão), porémsem diferença estatística em relação à enoxaparina.4.4.2. Heparina de baixo peso molecularUm dos primeiros grandes estudos em que é possível acomparação entre as HBPM e a HNF é o já citado ASSENT-3.Esse estudo recrutou 6.095 pacientes com <strong>IAM</strong>C<strong>ST</strong> ouBloqueio do Ramo Esquerdo (BRE) novo, em até 6 horas deinício dos sintomas isquêmicos, e evidenciou que o uso deenoxaparina associada à terapia trombolítica com TNK‐tPAreduziu significativamente em 26% o risco relativo deóbito, reinfarto ou isquemia refratária em 30 dias, quandocomparados ao uso de HNF associada à TNK-tPA. O NNT depacientes para evitar um desfecho foi de 25.Os dados mais robustos, no entanto, referentes à eficáciae segurança da enoxaparina em pacientes com <strong>IAM</strong>C<strong>ST</strong>são provenientes do ExTRACT-TIMI 25 (Enoxaparin andThrombolysis Reperfusion for Acute Myocardial InfarctionTreatment Thrombolysis in Myocardial Infarction −Study 25) 63,222 . Estudo publicado em 2006, internacional,multicêntrico, randomizado e duplo-cego que incluiu20.506 pacientes com até 6 horas de início dos sintomasisquêmicos, teve ECG mostrando elevação do segmento<strong>ST</strong> em pelo menos duas derivações contíguas ou BREnovo, e com programação de receber terapia trombolítica.Os pacientes eram randomizados para receber HNF porum mínimo de 48 horas ou enoxaparina por 8 dias ou atéa alta hospitalar. O regime de enoxaparina foi de 30 mg embólus EV, administrado 15 minutos antes ou até 30 minutosapós o início da trombólise, seguido de uma injeção SCde 1,0 mg/kg a cada 12 horas, respeitando um máximode 100 mg para as duas primeiras doses. Nos pacientescom idade ≥ 75 anos, não foi administrado o bólus e adose de enoxaparina foi ajustada para 0,75 mg/kg a cada12 horas, respeitando um máximo de 75 mg para as duasprimeiras doses. Nos pacientes com clearance de creatininaestimado < 30mL/min, a dose foi ajustada para 1,0 mg/kga cada 24 horas. A HNF foi administrada em bólus EV de60 UI/kg, com máximo de 4.000 UI, seguido por infusãocontínua de 12 UI/kg/hora (máximo de 1.000 UI/hora,inicialmente). Os resultados mostraram redução significativade 17% no risco relativo para ocorrência de óbito ou18Arq Bras Cardiol. 2015; 105(2):1-105

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