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02_TRATAMENTO DO IAM COM SUPRADESNIVEL DO SEGMENTO ST

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V Diretriz da Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Tratamento doInfarto Agudo do Miocárdio com Supradesnível do Segmento <strong>ST</strong>DiretrizesTIMI II, o uso precoce do metoprolol (IV nas primeiras2 horas, seguido por administração oral foi superior ao iníciomais tardio da utilização desse medicamento (6 dias após o<strong>IAM</strong>), administrado por via oral, com redução de reinfarto eisquemia recorrente 247 . No entanto, os estudos The Global Useof Strategies to Open Occluded Coronary Arteries (GU<strong>ST</strong>O)TIMI IIB 248 , análise post hoc do The Global Utilization ofStreptokinase and TPA (alteplase) for Occluded CoronaryArteries 249 , não recomendam a utilização de betabloqueadorprecoce de rotina pela via IV 248,249 . Outra metanálise 250 ,demonstrou com fortes evidências, que os betabloqueadoresreduzem a morbidade e a mortalidade após o infarto,mesmo nos pacientes submetidos à trombólise e que usavamassociadamente um IECA.Um grande estudo, envolvendo 45.852 pacientes(<strong>COM</strong>MIT/CCS-2), avaliou o uso do metoprolol IV seguidode oral comparado com placebo em pacientes portadoresde <strong>IAM</strong> com até 24 horas de evolução, recebendo dose IV(15 mg) seguida de oral (200 mg ao dia). Nesse estudo, nãohouve diferença no desfecho composto de morte, reinfarto ouparada cardíaca aos 35 dias de seguimento, em comparaçãocom placebo (9,4% metoprolol vs. 9,9% placebo).Essa não comprovação de benefício foi interpretadacomo sendo pela seleção inadequada de pacientes querecebiam bólus do metoprolol na fase aguda, incluindopacientes com hipotensão arterial ou mesmo insuficiênciaventricular esquerda manifesta, resultando no aumentode choque cardiogênico no grupo metoprolol, quandocomparado ao placebo 251 . Assim, ficou claro que o risco dedesenvolvimento de choque cardiogênico nos pacientes queutilizam betabloqueador venoso na fase aguda do infarto domiocárdio é maior entre os pacientes que se apresentam comdisfunção ventricular esquerda (Killip II a III) de moderada agrave, constituindo, assim, uma contraindicação para seu uso.Hoje, os betabloqueadores endovenosos são indicadoscom mais critério no <strong>IAM</strong> 65 , sendo necessário inicialmenteavaliar o risco de o paciente desenvolver choque cardiogêniconas primeiras 24 horas. Os fatores de risco mais importantessão idade acima de 70 anos, pressão sistólica < 120 mmHg,frequência cardíaca > 110 bpm ou insuficiência cardíaca pelaclassificação de Killip > 1. Além disso, outras contraindicaçõesaos betabloquadores (intervalo PR maior que 240 msbloqueio atrioventricular (BAV) de segundo ou terceiro graus,e asma brônquica em atividade ou doença pulmonar combroncoespasmo) também devem ser levadas em conta antesde se indicar essa classe de medicamentos.No entanto, fazendo-se uma análise de todos os estudosprévios com betabloqueadores na era pré-reperfusão(por trombólise ou intervenção percutânea), juntando-seos pacientes de baixo risco do <strong>COM</strong>MIT e que usaramprecocemente betabloqueadores venosos seguidosde administração oral, foram observados os seguintespercentuais: 13% de redução de mortalidade (sete vidassalvas por mil tratados), 22% de redução de reinfarto(cinco menos eventos por mil pacientes tratados) e 15% deredução de FV ou parada cardíaca (cinco menos eventospor mil pacientes tratados 251 ).Mais recentemente, o estudo CAPRICORN (CarvedilolPost-Infarct Survival Control in LV Dysfunction) 252 demonstrouque pacientes com disfunção ventricular em classe funcional Ino pós-infarto do miocárdio tratados com carvedilol tiveramredução significativa de reinfarto e morte súbita quandocomparados ao placebo.Portanto, os estudos atuais disponíveis sugerem ouso dos betabloqueadores sob administração oral emtodos os pacientes com <strong>IAM</strong>, independentemente daadministração concomitante de fibrinolíticos ou da realizaçãode intervenção percutânea primária, respeitando-se suascontraindicações 253-257 . Outras indicações adicionais são apersistência ou recorrência dos sintomas isquêmicos apósterapia antianginosa, e a presença de taquiarritmias, comofibrilação atrial com alta resposta ventricular 254 , sempre apósa exclusão de disfunção de VE moderada a grave, por meiode um método de imagem (ecocardiograma, por exemplo).As principais contraindicações ao uso de betabloqueadoresestão relacionadas, de forma resumida, no quadro 7 254 .De maneira geral, pode-se dividir a administração dosbetabloqueadores no <strong>IAM</strong> em imediata e tardia. O usoimediato relaciona-se à administração do fármaco na faseprecoce do infarto, e o tardio quando ocorre após 24 horasdo início dos sintomas ou até a alta hospitalar, com vistas,portanto, à prevenção secundária.A figura 1 resume os benefícios do betabloqueador na faseaguda e na prevenção secundária.Quadro 7 – Contraindicações para uso de betabloqueadoresFrequência cardíaca < 60 bpmPressão sistólica < 100 mmHgIntervalo PR > 0,24 segundosBloqueio atrioventricular de segundo e terceiro grausHistória de asma ou doença pulmonar obstrutiva graveDoença vascular periférica graveDisfunção ventricular graveClasse Killip ≥ IIFase doTratamentoAgudoPrevençãoSecundáriaGeralNo. TotalPacientes28,970 0.87 (0.77-0.98)24,298 0.77 (0.70-0.84)53,268 0.81 (0.75-0.87)0.5 1 2Risco Relativo de MorteBeta BloqueadorMelhorRR (IC 95%)PlaceboMelhorFigura 1 – Sumário dos dados extraídos da metanálise dos ensaios clínicos comterapia com betabloqueadores da era pré-fibrinolítica em pacientes com <strong>IAM</strong> 258 .22Arq Bras Cardiol. 2015; 105(2):1-105

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