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Revista Apólice #259

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ESPECIAL CORRETOR

DESAFIOS

ALEXANDRE VILARDI,

da Icatu

atualizado sobre as coberturas, principais

exposições e casos que podem fazer a

diferença no momento da contratação e

acionamento da apólice. “Nossos principais

parceiros de negócios, além de conhecer

sobre o papel do seguro dentro

do planejamento financeiro, buscam avaliar

a realidade e necessidades dos clientes

em profundidade. Ao conhecer mais

o negócio do seu cliente e seus riscos, os

corretores podem oferecer uma consultoria

em seguros mais especializada, a ponto

de indicar riscos em potencial e como

as ofertas de seguro podem ampará-los e

proteger seu patrimônio, seja ele pessoal

ou profissional”, avalia o executivo.

O mercado evoluiu nos últimos

anos, assim como a “venda técnica ou

consultiva” dos corretores. Flavio Zoppello,

Diretor Global Brokers Brasil da

AXA XL, afirma que “atualmente é notória

a atuação de corretores especialistas em

diversas modalidades, inclusive com autonomia

para subscrição, o que reforça o

alto grau de capacitação. O planejamento

financeiro em si passa por adquirir um

produto completo com ampla cobertura

e não apenas escolha por preço. Coberturas

para lucros cessantes, por exemplo,

além do ressarcimento material, garantem

a continuidade do negócio. Temos

ainda espaço para melhora, mas estamos

no caminho certo”.

A CARA DA CONCORRÊNCIA

No caso de produtos muito específicos,

a especialização é fundamental,

como no seguro rural. Este é um produto sazonal e massificado, que

exige dedicação e conhecimento. Enquanto apenas alguns corretores

se encarregam de realizar o atendimento em localidades específicas,

as revendas e cooperativas agrícolas tratam de montar suas

corretoras cativas. “A tecnologia é uma facilitadora, pois permite

chegar a locais mais remotos para realizar as vistorias que viabilizam

tanto a subscrição quanto a regulação dos sinistros”, explica Motroni.

Ele acrescenta que o papel do corretor de seguros é muito importante,

porque esta relação próxima transmite segurança ao produtor

rural que, muitas vezes, sequer sabe o nome da seguradora que garante

sua apólice.

Para iniciar neste setor, é preciso buscar informações que estão

disponíveis no Ministério da Agricultura e nos sites das seguradoras.

“Conversas e parcerias com agrônomos e produtores ajudam

a entender a dinâmica da atuação deste setor”, pontua Motroni.

“O maior concorrente do corretor é ele mesmo”, sentencia Vilardi,

da Icatu. Para ele, é possível utilizar a tecnologia como aliada

para gerar valor para o segurado, pois o corretor é o detentor do

conhecimento técnico.

A tecnologia certamente é um aliado importante que pode

encurtar caminhos e agilizar transações, mas corretores de seguros

que trabalham com serviços personalizados e consultivos, atuando

como especialistas em riscos, poderão de sobressair e não sentir o

efeito dessa concorrência.

Há carteiras em que a tecnologia não basta. Hoje existe uma

grande expectativa para o crescimento das carteiras de riscos cibernéticos,

por exemplo, ou de responsabilidade civil. “Há um movimento

crescente de bancos e grupos de investidores comprometidos

em financiar exclusivamente empresas conscientes de sua política e

gestão ambiental. “Sabemos que riscos ambientais existem nos mais

diversos segmentos da indústria e serviços; e empresas e seus administradores

são responsáveis por eventuais danos, criminalmente.

Desde as grandes indústrias até operações mais simples, a exemplo

de um prédio comercial que possui em seu subsolo tanque de combustível

para aquecimento de caldeiras, ao setor de serviços, como

hospitais, hotéis, que podem gerar impactos ambientais, em todos

esses segmentos, a gestão do risco ambiental é fundamental”, pondera

Valadares, da AIG.

O fato é que o mercado de seguros continuará crescendo,

o que deve atrair novos players para a comercialização. Se antes o

grande vilão eram os bancos, hoje o temor é pela entrada das Big Techs

e grandes varejistas no jogo da comercialização. Ramon Gomez,

da MetLife, lembra que a concorrência será mais acirrada também

para as seguradoras, pois estamos em uma fase em que qualquer

um, mesmo de fora do mercado, tem a possibilidade de se tornar um

competidor importante.

“Basta ver quantas empresas de comércio eletrônico começam

a entrar em ramos financeiros ou fabricantes de automóveis

que viraram fornecedores de foguetes. Mas, tudo é uma questão

de valor percebido pelo cliente: no final ele busca valor e ter suas

necessidades atendidas. Tão simples quanto isso... todas as vezes

que um novo concorrente aparece é porque o mercado não estava

atendendo algo que os clientes desejavam. A competição incentiva

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