centro universitário senac curso de mestrado, moda, cultura e arte ...
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também por um processo <strong>de</strong> amadurecimento, agregando-se ao corpo e<br />
valorizando-o.<br />
A <strong>moda</strong> remete-se não só à questão da diferenciação <strong>de</strong> valores, quando<br />
tratamos do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e da transformação tanto física como psíquica, mas<br />
também à questão da transformação involuntária. Em todas as épocas, percebe-se<br />
não só a facilida<strong>de</strong> com a qual a <strong>moda</strong> incorpora as diferentes apresentações<br />
voluntárias, mas também uma clara indiferença cruel quando a transformação física<br />
acontece involuntariamente.<br />
Vale mencionar que cada indivíduo apresenta uma plasticida<strong>de</strong> mental, a qual<br />
acontece na voluntarieda<strong>de</strong> da diferenciação e que, nesta analogia, o faz manter<br />
áreas <strong>de</strong> respeito em seu corpo que, por mais que interfira nele, permanecem como<br />
sendo intocáveis. Cabe à <strong>moda</strong> consi<strong>de</strong>rar essa atitu<strong>de</strong> psicológica. Apesar do corpo<br />
do indivíduo ser a primeira coisa <strong>de</strong> sua proprieda<strong>de</strong> (po<strong>de</strong>ndo ser usado para o<br />
po<strong>de</strong>r, ameaça e diferenciação), ele não tem relação com o caráter mutável da <strong>moda</strong><br />
uma vez que, algumas vezes, a roupa apresenta uma característica <strong>de</strong><br />
funcionalida<strong>de</strong> e, em outras, uma condição anômala <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque, po<strong>de</strong>ndo também<br />
apresentar as duas diferenciações.<br />
Na visão <strong>de</strong> Flugel:<br />
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(...) por meio <strong>de</strong> nossas roupas tentamos satisfazer duas tendências<br />
contraditórias e, portanto, ten<strong>de</strong>mos a consi<strong>de</strong>rá-las <strong>de</strong> dois pontos <strong>de</strong> vista<br />
compatíveis: <strong>de</strong> um lado, como meio <strong>de</strong> exibir nossos atrativos; <strong>de</strong> outro <strong>de</strong><br />
ocultar nossa vergonha. (1965. p. 16)<br />
A questão é que a <strong>de</strong>ficiência física, como diferenciação involuntária e <strong>de</strong><br />
âmbito social, precisa apresentar uma amplitu<strong>de</strong> tal no seu aspecto geral que venha<br />
a aten<strong>de</strong>r às todas as necessida<strong>de</strong>s do portador.<br />
A palavra <strong>moda</strong> é abrangente. Encaixa-se no sentido <strong>de</strong> <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> um<br />
modo <strong>de</strong> ser ou estar <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>ndo ainda significar maneira ou modo<br />
<strong>de</strong> se vestir. Daí porque cuidamos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o título <strong>de</strong>sta dissertação em<br />
distinguirmos <strong>moda</strong> geral e <strong>moda</strong> vestuário. Vestir lembra vestuário, roupas, que são<br />
peças que <strong>de</strong>lineiam o corpo e que apresentam linguagens que articulam um<br />
conjunto <strong>de</strong> elementos autônomos procedidos entre o corpo e a roupa.<br />
Já a questão da <strong>moda</strong> ligada ao status só surgiu com o crescimento das<br />
cida<strong>de</strong>s. Conta-nos a história que a expansão comercial e o emergir da burguesia