centro universitário senac curso de mestrado, moda, cultura e arte ...
centro universitário senac curso de mestrado, moda, cultura e arte ...
centro universitário senac curso de mestrado, moda, cultura e arte ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
primeira linha, para todos os casos <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências físicas. Entretanto, não contamos<br />
com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> peças <strong>de</strong> vestuário que sustentem todo este processo.<br />
O uso <strong>de</strong> roupas é um veículo <strong>de</strong> exteriorização do “ser” <strong>de</strong> cada pessoa. Nas<br />
décadas <strong>de</strong> 60 e 70, por exemplo, os hippies transmitiam sua filosofia <strong>de</strong> “Paz e<br />
Amor” através <strong>de</strong> roupas com cores alegres e estampas floridas, <strong>de</strong>monstrando<br />
sensibilida<strong>de</strong>, romantismo, <strong>de</strong>scontração e bom humor.<br />
A forma e as cores evi<strong>de</strong>nciam o modo <strong>de</strong> uma pessoa pensar e viver, seu<br />
estilo, sua etnia e personalida<strong>de</strong>. As cores, especificamente, representam um caráter<br />
psicológico ao expressarem estados <strong>de</strong> humor e sentimentos.<br />
Na visão <strong>de</strong> Wilson, a partir do referencial da psicanálise freudiana, a <strong>moda</strong><br />
i<strong>de</strong>ntifica que:<br />
37<br />
(...) o tempo não existiria, as emoções apaixonadas seriam transformadas<br />
em imagens concretas e os conflitos resolver-se-iam magicamente,<br />
metamorfoseando-se <strong>de</strong> forma simbólica. Além disso, <strong>de</strong> uma perspectiva<br />
psicanalítica, po<strong>de</strong>mos encarar o vestuário da <strong>moda</strong> no mundo oci<strong>de</strong>ntal<br />
como um meio através do qual um eu sempre fragmentário é unificado e<br />
aparenta uma certa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>. A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> passa a ser um certo tipo <strong>de</strong><br />
problema da . A <strong>moda</strong> faz transparecer uma tensão entre<br />
a multidão e o individuo, em todas as frases <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento da<br />
metrópole dos séculos <strong>de</strong>zenove e vinte (1985, p.24).<br />
Já o aspecto estilo é caracterizado pela individualida<strong>de</strong> apesar das influências<br />
exercidas pela mídia. O indivíduo po<strong>de</strong> participar <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminado grupo ao vestir-se<br />
“a caráter”, o que o liga ao grupo por afinida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong>ndo em contrapartida se<br />
diferenciar dos <strong>de</strong>mais com a mesma aceitação <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que suas atitu<strong>de</strong>s sejam<br />
coerentes com o meio. Percebe-se, claramente, a constatação do paradigma da<br />
<strong>moda</strong> em respeito à diversida<strong>de</strong> humana, levantando-se a questão da inércia<br />
socio<strong>cultura</strong>l existente em relação ao fato do <strong>de</strong>senvolvimento da <strong>moda</strong> ter que se<br />
dar conforme características particulares a cada tipo físico.<br />
Durante anos, as roupas foram confeccionadas a partir <strong>de</strong> técnicas e<br />
numerações vinculadas à praticida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estudos do século XIX. Hoje, em <strong>de</strong>trimento<br />
da existência <strong>de</strong> grupos dominantes e da globalização, estas são produzidas em<br />
larga escala, sempre respeitando o mo<strong>de</strong>lo-padrão para aten<strong>de</strong>r cada vez mais o<br />
consumidor, com o corpo estereotipado e <strong>de</strong>finido <strong>de</strong> acordo com uma tabela<br />
numérica (34; 36; 38; 40; 42; 44; 46 ...).