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AVALIAÇÃO DA CORRUPÇÃO: MOÇAMBIQUE

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uma longa história com contrapartes do sector judicial, pelo que poderão estar em<br />

condições de facilitar reformas que iriam melhorar a situação. As melhores alternativas<br />

para a programação centrar-se-iam em dois aspectos principais: a galvanização do apoio à<br />

reforma judicial e responsabilização, e o apoio a medidas com vista a aumentar a<br />

transparência.<br />

Porém, antes de se apresentarem recomendações, é importante assinalar que, com o clima<br />

político vigente neste momento no sector judicial, parece pouco provável que seja<br />

implementada uma reforma digna de nota. Talvez a melhor alternativa seja manter a<br />

questão permanentemente sobre a mesa de discussões com o governo e evitar qualquer<br />

recurso fácil a explicações com base na falta de capacidade ou na necessidade de novas<br />

leis. As actuais leis e procedimentos não impossibilitam a abertura e a responsabilização.<br />

Além disso, a capacitação no sector judicial só pode ser eficaz se houver liberdade<br />

suficiente para se aplicarem as novas capacidades de uma maneira que fortaleça o estado<br />

de direito em Moçambique.<br />

Apoiar o eleitorado para a reforma:<br />

• Alargar a coligação envolvida na elaboração dos planos das reforma judicial:<br />

embora os juristas sejam tipicamente considerados como participantes activos na<br />

corrupção e beneficiários dela utilizando procedimentos arcaicos e a possibilidade<br />

de subornar oficiais de justiça e agentes de investigação em inúmeros pontos do<br />

processo judicial, sugeriu-se que poderia haver um interesse crescente na<br />

introdução de procedimentos mais racionais e uma maior responsabilização.<br />

Existem indicações de que alguns juizes e outros profissionais do sistema dos<br />

tribunais, em particular os mais jovens, estão a ficar cansados de serem vistos<br />

como corruptos e ineficazes. É possível que os doadores utilizem mecanismos<br />

acordados, tais como a elaboração de um plano estratégico para a reforma do<br />

sector da justiça (cujo financiamento está a ser considerado pela <strong>DA</strong>NI<strong>DA</strong>) para<br />

dar uma plataforma mais eficaz a estas vozes a favor das reformas. Porém, sem o<br />

apoio dos doadores e das embaixadas, esta avaliação não dá muita esperança de<br />

que a posição dos reformadores irá vingar. Poderá haver mérito na criação de um<br />

painel independente constituído por juizes, juristas, representantes da sociedade<br />

civil e académicos para se envolverem numa reflexão (brainstorm) e produzirem<br />

recomendações para a reforma do sector da justiça.<br />

Melhoria da transparência<br />

• Dados sobre o desempenho dos tribunais: Um ponto de influência crítico dos<br />

reformadores do sector judicial é a informação adequada sobre o desempenho dos<br />

tribunais. Até à data, existem poucos dados sobre o número de casos, o ritmo do<br />

seu progresso, os tipos de resolução, ou mesmo sobre as questões e as partes<br />

interessadas. Os dados recolhidos para a revisão anual dos doadores (PAF)<br />

abarcam os tribunais nacionais e provinciais, mas não cobrem o desempenho ao<br />

nível distrital, abarcando apenas o número de casos solucionados, mas sem<br />

informação sobre como eles foram solucionados. Sem informação básica desta<br />

natureza, os defensores da reforma dentro e fora da estrutura judicial não têm uma<br />

base para responsabilizarem os juizes, os oficiais de justiça e/ou os juristas pelo<br />

RELATÓRIO FINAL 20

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