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AVALIAÇÃO DA CORRUPÇÃO: MOÇAMBIQUE

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Intervenientes<br />

Tanto os inspectores, como o sector privado são cúmplices na corrupção no que diz<br />

respeito aos regulamentos e inspecções. No caso dos impostos, as empresas muitas vezes<br />

declaram valores abaixo das suas receitas porque esperam valores avultados. Quando são<br />

aplicadas multas exorbitantes, elas são “negociadas” para valores mais baixos através do<br />

suborno das empresas aos inspectores das finanças. De acordo com um inquérito sobre o<br />

clima de investimento realizado em Inhambane em 2004, constatou-se que as empresas<br />

muitas vezes não pagam os impostos porque não declaram as suas receitas na totalidade.<br />

Porque conhecem esta prática (embora nem sempre consigam prová-la), os inspectores<br />

recorrem a uma maior vigilância na sua auditoria para identificarem algumas<br />

transgressões, mesmo que sejam pequenas, e aplicarem multas pesadas.<br />

Além das inspecções efectuadas pelo governo central, os municípios também têm uma<br />

variedade de inspecções que muitas vezes duplicam as que são efectuadas pelas suas<br />

contrapartes do governo ao nível nacional.<br />

Vulnerabilidade à corrupção<br />

Várias inspecções são realizadas pelos ministérios centrais, assim como pelas autoridades<br />

locais, com enfoque no sector privado. Em muitos casos, estas inspecções constituem<br />

uma prática predatória de perseguição excessiva e arbitrária e resultam em multas<br />

aplicadas às empresas de modo a gerar comissões que os inspectores obtêm pela cobrança<br />

de multas ou a incentivar os empresários a pagarem subornos para minimizarem as<br />

multas.<br />

Alguns dos piores infractores são os inspectores das finanças e do trabalho, mas outros<br />

ministérios como o da saúde e do turismo também efectuam inspecções que são<br />

consideradas pesadas e arbitrárias pela comunidade empresarial em Moçambique.<br />

De acordo com um relatório do FIAS de 2001,<br />

o Existe um número excessivo de autoridades de inspecção com responsabilidades<br />

sobrepostas<br />

o Existe uma falta generalizada de directivas e informação para os inspectores<br />

o Existe falta de transparência nas inspecções<br />

o O sistema de multas é regularmente abusado por inspectores de escalão mais<br />

baixo que procuram pagamentos informais.<br />

Recomendações de opções de reforma<br />

O primeiro impacto das inspecções é sentido nas empresas, pelo que é importante que<br />

estas dialoguem directamente com as agências reguladoras e com os ministérios para<br />

determinar onde existem obstáculos e vulnerabilidade à corrupção e identificar formas de<br />

os eliminar. A Confederação das Associações Empresariais (CTA) iniciou um processo<br />

de diálogo directo com o governo. O seu trabalho até à data demonstrou que este tipo de<br />

RELATÓRIO FINAL 46

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