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AVALIAÇÃO DA CORRUPÇÃO: MOÇAMBIQUE

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disseminação de esforços sobre a disponibilidade orçamental para diferentes programas<br />

ao nível da base, a criação de veículos de informação de retorno sobre a utilização do<br />

orçamento (por exemplo, revisões com base em cartões de pontuação da prestação de<br />

serviços públicos seleccionados) e a formação de parlamentares na área de revisão<br />

orçamental com base nas experiências de outros países.<br />

6.2 Aquisições do Estado<br />

Moçambique ainda tem que desenvolver um sistema abrangente de aquisições do Estado,<br />

bem como mecanismos de fiscalização das aquisições. O processo de aquisições é<br />

descentralizado aos ministérios, alguns dos quais possuem implantadas melhores<br />

estruturas do que outros para a protecção do interesse público. Contudo, mesmo os<br />

melhores sistemas, tal como acontece na aquisição de medicamentos e artigos médicos,<br />

apresentam algumas falhas estruturais críticas (discutidas em separado na secção<br />

dedicada à saúde do presente relatório). A grande corrupção e a pequena corrupção no<br />

processo de aquisições constituem graves problemas. A legislação sobre a reforma do<br />

processo de aquisições foi elaborada com a assistência do Banco Mundial, mas contém<br />

falhas importantes que limitariam efectivamente a transparência e a fiscalização do<br />

processo de aquisições por parte da sociedade civil.<br />

Ambiente institucional e prática das aquisições<br />

A maior parte dos doadores exige que o processo de aquisição de bens e serviços siga as<br />

suas próprias directrizes e que esteja sob estreita supervisão. Por vezes, os doadores<br />

adquirem os bens e serviços eles próprios. Em consequência disso, Moçambique mal<br />

desenvolveu um sistema próprio de aquisições do Estado. As práticas existentes, desde<br />

que não tenham estado sob a alçada das directivas dos doadores sobre as aquisições,<br />

tendem a basear-se excessivamente nos poderes discricionários (e em mudança) do sector<br />

público, tornando o processo numa presa fácil da corrupção e da ineficiência.<br />

Questões: constrangimentos e incentivos<br />

Dadas estas circunstâncias, Moçambique possui uma experiência muito limitada em<br />

sistemas de aquisições modernos e sistemáticos. Este facto está na origem de uma relação<br />

simbiótica, e muitas vezes corrupta, entre as autoridades e os segmentos do sector<br />

empresarial na adjudicação dos contratos. Devido à amplitude e complexidade das<br />

aquisições, existem muitas formas de fraude e de corrupção. Alguns dos esquemas de<br />

corrupção mais comuns são: subornos e pagamentos ilícitos, conflitos de interesses,<br />

concursos públicos em conluio, administração fraudulenta dos concursos, declarações<br />

falsas, incumprimento dos requisitos da concorrência, manipulação do processo de<br />

licitação por funcionários públicos, facturas falsas ou duplicadas dos empreiteiros, a não<br />

satisfação das especificações contratuais e compras para uso pessoal ou revenda. A<br />

dimensão reduzida da comunidade empresarial local tem facilitado a prática de conluio e<br />

apresenta uma concorrência real limitada que, de outro modo, contribuiria para<br />

disciplinar a prática das aquisições e a tomada de decisões a elas associada.<br />

RELATÓRIO FINAL 36

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