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com os países vizinhos, Moçambique gasta a maior percentagem do PIB na saúde pública<br />
(4 por cento), mas possui o menor número de médicos por 100.000 pessoas (2), despesas<br />
de saúde moderadas per capita e níveis apenas moderados de acessibilidade aos<br />
medicamentos essenciais (50-79 por cento da população). Embora existam vários<br />
factores que possam ajudar a explicar estes resultados da saúde (densidade populacional,<br />
prevalência do HIV/SI<strong>DA</strong> e o actual estado da infra-estrutura sanitária), a ineficácia da<br />
gestão e a corrupção devem também ser tomadas em linha de conta como factores<br />
importantes que reduzem a prestação de serviços de saúde eficazes à população.<br />
População com<br />
Relatório do<br />
acesso sustentável<br />
Desenvolvimento Despesas da saúde Despesas da saúde Médicos (por a medicamentos<br />
Humano 2005 pública (% do PIB) per capita (PPP US$) 100.000 pessoas) - essenciais (%) -<br />
(PNUD)<br />
– 2001<br />
- 2001<br />
1990-2003<br />
1999<br />
Moçambique 4 47 2 50-79<br />
África do Sul 3,6 652 25 80-94<br />
Zimbabwe 2,8 142 6 50-79<br />
Tanzania 2,1 26 4 50-79<br />
Malawi 2,7 39 .. 0-49<br />
Os comportamentos corruptos vão desde o desvio, roubo e/ou revenda de medicamentos<br />
e artigos médicos; utilização de instalações públicas para proveito pessoal; e solicitação<br />
de pagamentos não oficiais por serviços que devem ser prestados a título gratuito. Os<br />
mais pobres são os mais afectados por esta corrupção porque não conseguem obter os<br />
serviços de que necessitam porque são forçados a pagar uma percentagem maior dos seus<br />
rendimentos para terem acesso a serviços que deveriam ser prestados gratuitamente ou a<br />
um valor mais baixo.<br />
Intervenientes<br />
Embora haja certamente muitos trabalhadores honestos e aplicados em Moçambique, a<br />
equipa foi informada de muitos médicos, enfermeiros, técnicos de farmácia, técnicos de<br />
laboratório, pessoal administrativo e serventes que se encontram envolvidos em<br />
actividades com vista ao “incremento salarial” para poderem suplementar os seus baixos<br />
salários. Muitas destas pessoas não consideram as suas actividades como sendo um<br />
comportamento corrupto. A equipa foi informada que alguns trabalhadores da saúde<br />
foram encontrados envolvidos em<br />
• Cobranças de subornos para prestarem serviços regulares ou para acelerarem a<br />
prestação dos serviços.<br />
• Roubo e venda de medicamentos no mercado livre.<br />
• Uso do acesso aos doentes dos hospitais e clínicas públicas para transferi-los para<br />
clínicas privadas.<br />
• Manipulação do registo de medicamentos e do processo de aquisições.<br />
Muitas vezes, os doentes ou as suas famílias pagam subornos aos trabalhadores da saúde<br />
para conseguirem um serviço de melhor qualidade ou mais rápido.<br />
RELATÓRIO FINAL 23