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Reflexões interdisciplinares a partir de A Arte do Canto, manuscrito inédito . . . . . . . . . . . . .<br />

e nós dev<strong>em</strong>os saber realizar essas formas artisticamente, pois a intensi<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

expressão depende <strong>da</strong> sua perfeição. (fl. 2).<br />

A criança que vai aprender a ler trabalha sobre uma linguag<strong>em</strong> que ela aprendeu<br />

<strong>em</strong>piricamente, falando, portanto, s<strong>em</strong> o cui<strong>da</strong>do <strong>da</strong>s formas expressivas. Por isso<br />

deve-se, simultaneamente com a aprendizag<strong>em</strong> <strong>da</strong> leitura, exigir que a criança articule<br />

as formas exatas dos fon<strong>em</strong>as e sílabas, a fim de que, por esse exercício gra<strong>da</strong>tivo <strong>da</strong><br />

leitura, vá já se estruturando o órgão fônico. N<strong>em</strong> to<strong>da</strong> a criança lerá com expressão,<br />

mas com clareza e quali<strong>da</strong>de que to<strong>da</strong>s pod<strong>em</strong> possuir. [...]<br />

A linguag<strong>em</strong> é um fenômeno comum de automatismo inconsciente, mas dev<strong>em</strong>os<br />

passá-la para o automatismo consciente, assim como na utilização dos movimentos<br />

técnicos para o estudo do piano, violino, etc. É essa a razão porque quase todos os<br />

pe<strong>da</strong>gogos evitam o estudo <strong>da</strong> linguag<strong>em</strong> sob o ponto de vista fônico – e<br />

considerando assim, sob esse aspecto mecânico, não há dúvi<strong>da</strong> nenhuma de que é<br />

nocivo à formação psicológica. O que a escola não soube foi transformar esse<br />

mecanismo <strong>em</strong> ato consciente, altamente proveitoso para a formação do aluno que<br />

desenvolve as suas quali<strong>da</strong>des de expressão. (fl. 4).<br />

Numa época <strong>em</strong> que a cultura física começa a se apresentar como uma<br />

necessi<strong>da</strong>de, Andino Abreu faz notar que esta, a rigor, não será <strong>completa</strong> s<strong>em</strong> a cultura <strong>da</strong><br />

voz como veículo fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> expressão humana:<br />

A linguag<strong>em</strong> como comunicação, simplesmente, é um aspecto que pod<strong>em</strong>os dizer<br />

secundário, mas se a consideramos como instrumento de persuasão, de <strong>em</strong>oção,<br />

como el<strong>em</strong>ento de transposição dos estados <strong>em</strong>otivos ou intelectuais, então ela<br />

assume um aspecto de ver<strong>da</strong>deira arte. Não se imagine que a cultura vocal, para<br />

formar um instrumento plástico, conquista um meio seguro para a expressão, pois<br />

n<strong>em</strong> todos dispõ<strong>em</strong> de sensibili<strong>da</strong>de ou outras quali<strong>da</strong>des de espírito para<br />

exteriorizá-las <strong>em</strong> instrumento adequado. Mas, <strong>em</strong> todo o caso, s<strong>em</strong>pre é uma<br />

grande quali<strong>da</strong>de para os efeitos de sociabili<strong>da</strong>de agradável uma elocução clara e<br />

harmoniosa. N<strong>em</strong> todos os artistas que se dedicam às comunicações instrumentais<br />

também são dotados de quali<strong>da</strong>des excepcionais de expressão; no entanto, s<strong>em</strong>pre<br />

revelam a sua boa educação técnica, que lhes permite uma execução, senão <strong>em</strong>otiva,<br />

pelo menos musical. A cultura vocal também não é essa insuportável articulação<br />

califrásica, tão comum entre os locutores de rádio, os oradores bombásticos e os<br />

cantores vulgares, que esvaziam as palavras do seu conteúdo expressivo, para inchálas<br />

com o vento <strong>da</strong>s sonori<strong>da</strong>des vazias... (fl. 6).<br />

32 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . opus

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