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Os manuais de canto, califrasia ou “declamação lírica” <strong>da</strong> época, abor<strong>da</strong>m as<br />

questões formais <strong>da</strong> elocução, s<strong>em</strong> chegar, segundo Andino, ao âmago <strong>da</strong> questão:<br />

A ortofonia, como também a fonética, encaram os sons sob o aspecto físico, ao<br />

passo que a califrasia sob o ponto de vista estético. Mas mesmo assim, como arte de<br />

falar com elegância e boa dicção, não dá as regras que pod<strong>em</strong> estruturar a palavra<br />

numa bela forma sonora e expressiva. Só a exploração <strong>da</strong> técnica <strong>da</strong>s formas verbais<br />

pode <strong>da</strong>r os meios para um falar ou cantar ver<strong>da</strong>deiramente expressivos, plenos de<br />

musicali<strong>da</strong>de <strong>em</strong>otiva.<br />

A califrasia, que trata de uma elocução perfeita, elegante, pretende indicar certos<br />

meios para uma boa estruturação sonora <strong>da</strong> palavra, mas, nesse caso, ela age tão<br />

<strong>em</strong>piricamente como to<strong>da</strong>s as disciplinas que pretend<strong>em</strong> <strong>da</strong>r um desenvolvimento<br />

estético à voz, s<strong>em</strong> explicar as razões <strong>em</strong> que se fun<strong>da</strong> essa técnica, inclusive a<br />

própria arte de cantar. Na clinica ortofônica também v<strong>em</strong>os uma série de conselhos<br />

fonéticos para a cura de várias alterações <strong>da</strong> palavra, mas a causa de todos os<br />

distúrbios na fonação e articulação não é aponta<strong>da</strong>; pelo menos alguns são atribuídos<br />

a estados anormais do órgão fônico, quando a orig<strong>em</strong> de muitas imperfeições<br />

provém de uma falha na educação vocal inicial. (fl. 37, s<strong>em</strong> numeração, frente).<br />

É importante, portanto, notar, aí, que a formação vocal não se detém na questão<br />

<strong>da</strong> perfeição <strong>da</strong> sonori<strong>da</strong>de, seja articulatória, seja timbrística. Andino considera a<br />

necessi<strong>da</strong>de do domínio técnico, porém salientando que a razão final do canto não é o<br />

virtuosismo vocal, meta frequent<strong>em</strong>ente visa<strong>da</strong> pelos cantores de ópera <strong>da</strong> época, razão<br />

pela qual defende a canção de câmara como lugar privilegiado <strong>da</strong> possibili<strong>da</strong>de de expressão<br />

poético-musical:<br />

A educação vocal, explorando to<strong>da</strong>s as riquezas de timbre, intensi<strong>da</strong>de e volume,<br />

pode muitas vezes determinar acentos de expressão que nunca se manifestariam, se<br />

a voz não fosse trabalha<strong>da</strong>. Quantos artistas não se perd<strong>em</strong> por falta de dispor<strong>em</strong> de<br />

um bom instrumento! É de alto benefício pe<strong>da</strong>gógico a educação de to<strong>da</strong>s as formas<br />

de expressão, e nessa forma está necessariamente a linguag<strong>em</strong>, a forma mais viva <strong>da</strong>s<br />

ativi<strong>da</strong>des do espírito.<br />

A linguag<strong>em</strong> é um canto prosódico, mas, para que esse canto se revele <strong>em</strong> to<strong>da</strong> a sua<br />

beleza, é preciso estudá-lo, conhecer as suas regras. É um estudo idêntico a educação<br />

vocal destina<strong>da</strong> ao canto artístico, musical. O seu fun<strong>da</strong>mento é o mesmo. O canto<br />

prosódico pode se limitar às quali<strong>da</strong>des exteriores, aos efeitos puros de sonori<strong>da</strong>de,<br />

opus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

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