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essência dos eventos é hierarquicamente mais importante (os “principais el<strong>em</strong>entos”) do<br />

que sua manifestação <strong>em</strong> um número fixo de compassos. Entend<strong>em</strong>os que a suposta<br />

irregulari<strong>da</strong>de na extensão dos segmentos seja decorrente <strong>da</strong> ausência de uma harmonia<br />

tonal como estrutura subjacente, com sua quadratura padrão regular de fraseado a ser<br />

respeita<strong>da</strong>.<br />

Abor<strong>da</strong>ndo a forma na música do século XX, Kostka (2006: 149-150) diferencia<br />

“Variações Secciona<strong>da</strong>s” (Sectional Variations) – aquelas com apresentação de t<strong>em</strong>a e<br />

seções de variação –, <strong>da</strong>s Variações Contínuas (Continuous Variations), como a passacaglia<br />

e a chaconne. Repensando e atualizando esses modelos, poderíamos entender o ostinato<br />

como exercendo uma função similar àquela que a linha de baixo exerce <strong>em</strong> uma passacaglia,<br />

preservando um el<strong>em</strong>ento de fácil m<strong>em</strong>orização ao mesmo t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que outros<br />

parâmetros são alterados a ca<strong>da</strong> repetição.<br />

Mesmo <strong>em</strong> composições tonais do século XX, diversos compositores passaram a<br />

tratar as formas antigas com maior liber<strong>da</strong>de. É o caso, por ex<strong>em</strong>plo, <strong>da</strong> Passacaglia de<br />

Shostakovich, de seu primeiro concerto para violino, de 1948. Nessa obra, o baixo<br />

estabelece um extenso e inusitado ciclo de dezessete compassos e ao longo do movimento,<br />

<strong>em</strong> algumas <strong>da</strong>s variações, essa estrutura é repeti<strong>da</strong> nas cama<strong>da</strong>s intermediárias <strong>da</strong> tessitura,<br />

na trompa e até no violino solo.<br />

O Prelúdio nº6/I aglutinaria <strong>em</strong> sua forma, portanto, tanto características de<br />

“Variações Secciona<strong>da</strong>s” (uma seção de apresentação <strong>da</strong>s ideias, duas seções de variação e<br />

uma Co<strong>da</strong>), quanto de “Variações Contínuas” (a presença constante <strong>da</strong>s duas células do<br />

ostinato).<br />

Centrici<strong>da</strong>des <strong>em</strong> simetria<br />

Pod<strong>em</strong>os encontrar no Prelúdio nº6/I relações entre o estabelecimento de<br />

determinados centros e suas relações de simetria. Sobre essa relação, na música pós-tonal,<br />

Joseph Straus afirma que a centrici<strong>da</strong>de na música pós-tonal pode estar basea<strong>da</strong> na simetria<br />

inversional, uma vez que um conjunto inversamente simétrico possui um eixo de simetria<br />

(ponto médio ao redor do qual to<strong>da</strong>s as notas são estabeleci<strong>da</strong>s) e este pode contribuir<br />

para a determinação de um centro. Em obras cêntricas, as notas pod<strong>em</strong> irradiar para além<br />

de um som central, <strong>em</strong> um movimento de expansão ou pod<strong>em</strong> convergir <strong>em</strong> direção à<br />

nota axial, <strong>em</strong> um movimento de contração, podendo gerar forte cadência (Straus 2005:<br />

131-39).<br />

opus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89

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