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Paradigmas para o Ensino <strong>da</strong> Composição Musical nos séculos XX e XXI . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

N<br />

este estudo, seis textos paradigmáticos para o ensino <strong>da</strong> composição, no século<br />

XX, são examinados na busca de sintetizar seus conceitos centrais e enfoques<br />

pe<strong>da</strong>gógicos, b<strong>em</strong> como de revelar conexões com a teoria e a história. Propõe-se,<br />

então, uma discussão sobre possíveis perspectivas para o ensino <strong>da</strong> composição, face ao<br />

estabelecimento ca<strong>da</strong> vez maior de abor<strong>da</strong>gens texturais, espectrais, ultracomplexas e<br />

sistêmicas no campo <strong>da</strong> composição musical. Os textos examinados são: [1] Learning to<br />

Compose, de Larry Austin e Thomas Clark (1989), [2] Materials and Techniques of Twentieth-<br />

Century Music, de Stefan Kostka (2006), [3] Techniques of Twentieth-Century Composition, de<br />

Leon Dallin (1974), [4] Creative Music Composition, de Margaret Lucy Wilkins (2006), [5]<br />

Techniques of the Cont<strong>em</strong>porary Composer, de David Cope (1997) e [6] Simple Composition, de<br />

Charles Wuorinen (1994).<br />

O núcleo central de Learning to Compose, de Larry Austin e Thomas Clark, obra<br />

escrita <strong>em</strong> 1989, consiste de três seções denomina<strong>da</strong>s Modos de invenção, Portfolio e<br />

Materiais de invenção. A seção Modos de invenção é dividi<strong>da</strong> <strong>em</strong> três capítulos: Modelag<strong>em</strong><br />

formal, Meios e idiomas e Desenhando a música. Para a modelag<strong>em</strong> composicional, os autores<br />

propõ<strong>em</strong> que o ato de concepção <strong>da</strong> obra pode ser entendido como a interação de três<br />

esferas (Fig. 1): espacial, narrativa e t<strong>em</strong>poral. A modelag<strong>em</strong> espacial trata a obra como um<br />

objeto at<strong>em</strong>poral, com quali<strong>da</strong>des b<strong>em</strong> defini<strong>da</strong>s e quanti<strong>da</strong>des mensuráveis. Trata-se de<br />

criar uma “mente-espaço”, <strong>em</strong> que a obra é vista como um objeto com características<br />

espaciais. Aqui se enquadram as dimensões texturais, estruturais e frequenciais, por<br />

ex<strong>em</strong>plo. Mesmo o planejamento <strong>da</strong> duração, que é fun<strong>da</strong>mentalmente um parâmetro<br />

t<strong>em</strong>poral, se situa nessa esfera espacial por ser uma metáfora espacial para o t<strong>em</strong>po, algo<br />

que se pode distribuir graficamente no espaço do papel ou <strong>da</strong> tela do computador durante<br />

a fase de planejamento composicional. Se a obra é imagina<strong>da</strong> como uma cadeia de eventos e<br />

personagens que atuam entre si numa relação de causa e efeito, o foco se relaciona a uma<br />

modelag<strong>em</strong> narrativa. A modelag<strong>em</strong> t<strong>em</strong>poral vê a obra como um fluxo t<strong>em</strong>poral<br />

elaborado. Nessa esfera de modelag<strong>em</strong> o compositor imagina a obra transcorrendo no<br />

t<strong>em</strong>po, geralmente regendo uma performance imaginária, executando a redução <strong>em</strong> um<br />

instrumento de teclado, ou mesmo através de uma simulação MIDI, quando esta for viável<br />

para o tipo de escrita utilizado.<br />

As três esferas de modelag<strong>em</strong> composicional (t<strong>em</strong>poral, espacial e narrativa)<br />

interag<strong>em</strong> [1] através <strong>da</strong> arquitetura <strong>da</strong> obra, que mapeia a distribuição dos gestos dentro<br />

<strong>da</strong> textura musical a partir de um planejamento <strong>da</strong> proporcionali<strong>da</strong>de e <strong>da</strong> densi<strong>da</strong>de, [2]<br />

através <strong>da</strong> continui<strong>da</strong>de, que trata dos conflitos e resoluções dos gestos através do<br />

t<strong>em</strong>po e como esses gestos se distribu<strong>em</strong> no t<strong>em</strong>po (linear versus não linear), e [3] através<br />

<strong>da</strong> trajetória, que se refere ao desdobramento de eventos espaciais, s<strong>em</strong> nenhuma inter-<br />

40 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . opus

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