12.04.2013 Views

download da versão impressa completa em pdf - anppom

download da versão impressa completa em pdf - anppom

download da versão impressa completa em pdf - anppom

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Reflexões acerca do veto à formação específica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .<br />

A justificativa ao veto é incoerente ao colocar músicos <strong>em</strong> condições de igual<strong>da</strong>de<br />

com professores de música para o exercício <strong>da</strong> profissão de professor, ao ressaltar que “no<br />

Brasil exist<strong>em</strong> diversos profissionais atuantes na área s<strong>em</strong> formação acadêmica ou oficial <strong>em</strong><br />

música e que são reconhecidos nacionalmente. Esses profissionais estariam impossibilitados<br />

de ministrar tal conteúdo [...]” (BRASIL, 2008b: 3). Se a formação, tal como dito no veto,<br />

equivale ao ensino universitário, então esta pode ocorrer tanto <strong>em</strong> cursos de bacharelado,<br />

como <strong>em</strong> licenciaturas. O bacharel <strong>em</strong> música, <strong>em</strong>bora tenha formação superior, não está<br />

habilitado a ministrar o conteúdo de música nas escolas regulares, assim como os<br />

profissionais “reconhecidos nacionalmente” s<strong>em</strong> formação acadêmica ou oficial <strong>em</strong> música -<br />

músicos ou artistas <strong>da</strong> música. Músicos e professores de música são categorias profissionais<br />

distintas.<br />

Embora a profissão de professor seja regulamenta<strong>da</strong> por Lei, exist<strong>em</strong> certos<br />

aspectos que permanec<strong>em</strong> indefinidos na identi<strong>da</strong>de docente. Este <strong>em</strong>bate nas<br />

caracterizações <strong>da</strong> formação do professor aparece nos cursos universitários, e o veto<br />

presidencial nos faz crer que esta indeterminação <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de pode ser avista<strong>da</strong> por<br />

outros sujeitos na socie<strong>da</strong>de. O professor licenciado deve centrar sua formação no<br />

conhecimento do campo de saber que ensinará ou nas questões pe<strong>da</strong>gógicas e cognitivas<br />

que envolv<strong>em</strong> a sua ativi<strong>da</strong>de? Esta oposição instaura<strong>da</strong> nos cursos universitários contribui<br />

para certa vagueza <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de profissional do professor (MAZZOTTI, 1993). Esta<br />

situação fica reforça<strong>da</strong> pelo fato de muitos licenciados calcar<strong>em</strong> suas representações acerca<br />

do ofício de professor <strong>em</strong> situações pessoais, anteriores aos estudos de formação docente,<br />

de modo que as práticas, como licenciados, r<strong>em</strong>et<strong>em</strong> a ativi<strong>da</strong>des desenvolvi<strong>da</strong>s ain<strong>da</strong> na<br />

sua condição de aluno, e não a conhecimentos adquiridos durante a formação nos cursos<br />

de licenciatura. Esta conjuntura desqualifica e desvaloriza os cursos de formação docente,<br />

b<strong>em</strong> como a profissão (ALVES-MAZZOTTI, 2008). No caso do ensino de música, supõe-se<br />

que muitos professores prefer<strong>em</strong> ensinar nas escolas de música, locais que frequentaram<br />

para a sua própria instrução <strong>em</strong> música, <strong>em</strong> vez <strong>da</strong> escola regular (PENNA, 2010). Este<br />

debate diz respeito à constituição de um ethos, uma vez que tenta definir uma identi<strong>da</strong>de<br />

para a profissão de professor, ao observar qual é a formação docente apropria<strong>da</strong> para o<br />

exercício <strong>da</strong> profissão, além <strong>da</strong>s situações características para o desenvolvimento<br />

profissional.<br />

A indefinição de uma identi<strong>da</strong>de docente se estende aos professores de música,<br />

acentua<strong>da</strong> pela prática <strong>da</strong> polivalência no ensino <strong>da</strong>s linguagens artísticas, uma visão<br />

engendra<strong>da</strong> nos anos 1970, que buscava a integração <strong>da</strong>s linguagens artísticas por meio do<br />

ensino <strong>da</strong> Educação Artística (PIRES, 2003). Esta concepção ain<strong>da</strong> subsiste tanto no ensino<br />

escolar, como na d<strong>em</strong>an<strong>da</strong> dos concursos públicos que contratam os professores.<br />

68 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . opus

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!