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nuno josé domingues alves - RUN UNL - Universidade Nova de ...

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na água residual. Existem vários protozoários isolados <strong>de</strong> águas residuais, sendo os mais<br />

comuns a Entamoeba histolytica, Giardia lamblia e Cryptosporidium parvum (Toze, 1997).<br />

Os cistos e oocistos têm revelado resistência a baixas concentrações <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinfectante,<br />

normalmente utilizadas nas ETAR, sendo que em concentrações mais elevadas <strong>de</strong> cloro e<br />

ozono os cistos <strong>de</strong> Giardia são menos resistentes do que os oocistos do Cryptosporidium<br />

(Slifko et al., 2000). Estudos revelaram que os cistos da Giardia conseguem sobreviver em<br />

água até 2 meses a temperaturas tão baixas como 8 ºC (Meyer et al., 1980) e que os oocistos<br />

do Cryptosporidium po<strong>de</strong>m sobreviver até 1 ano a 4 ºC em água salgada artificial<br />

(Tamburrini e Pozio, 1999). Outros estudos permitiram estimar que a dose infecciosa <strong>de</strong><br />

Giardia é <strong>de</strong> 10 cistos (Adam, 2001) e para o Cryptosporidium é <strong>de</strong> 30 oocistos (Dupont et<br />

al, 1995).<br />

Desconhece-se a existência <strong>de</strong> estudos sobre a prevalência da Giardia e Cryptosporidium em<br />

águas residuais em Portugal, assim como a sua remoção nas ETAR. Caccio et al. (2003)<br />

efectuaram um estudo em Itália em quatro ETAR com tratamento secundário (dois dos quais<br />

com <strong>de</strong>sinfecção com cloro) recolhendo amostras em vários pontos do tratamento (água<br />

bruta, tratamento primário, tratamento secundário e efluente final) durante um ano. Os<br />

autores verificaram que os oocistos <strong>de</strong> Cryptosporidium eram raramente observados, tendo<br />

sido <strong>de</strong>tectados apenas na primavera e somente na água bruta. Já os cistos <strong>de</strong> Giardia foram<br />

<strong>de</strong>tectados em todas as amostras ao longo do ano, com picos no Outono e Inverno. A<br />

remoção global <strong>de</strong> cistos <strong>de</strong> Giardia nas ETAR variou entre 87 e 98,4%, sendo que a<br />

eficiência <strong>de</strong> remoção da <strong>de</strong>sinfecção com cloro variou entre 53,2 e 70,8%.<br />

Noutro estudo realizado em S. Petersburg na Florida (EUA) foram efectuadas análises a<br />

microrganismos patogénicos em vários pontos <strong>de</strong> tratamento <strong>de</strong> uma ETAR com tratamento<br />

secundário, coagulação, filtração em meio misto e <strong>de</strong>sinfecção final com cloro, com tempo<br />

<strong>de</strong> contacto entre 16 e 24 h (Rose et al., 1996). Os resultados indicaram uma concentração<br />

máxima <strong>de</strong> 1,2x10 4 oocistos <strong>de</strong> Cryptosporidium/100 mL e 1,3x10 4 cistos <strong>de</strong> Giardia/100<br />

mL na água bruta, sendo que o tratamento permitiu no seu conjunto uma remoção <strong>de</strong><br />

protozoários superior a 99,9%. Todas as etapas <strong>de</strong> tratamento contribuíram com alguma<br />

remoção, mas em 25% das amostras do tanque <strong>de</strong> água tratada os resultados foram positivos<br />

para os cistos <strong>de</strong> Giardia (valor máximo <strong>de</strong> 3,3 cistos/100 mL) e em 17% para os oocistos <strong>de</strong><br />

Cryptosporidium (valor máximo <strong>de</strong> 5,4 oocistos/100mL).<br />

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