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R I 5 - Unicuritiba

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Rafael Carlos Prieto Fernandes, Vanessa Márcia Vargas e<br />

Nilson César Fraga<br />

119<br />

Paraná e Santa Catarina também entraram em conflito pela região. Os<br />

conflitos pela posse das terras da região envolveram ainda a Estrada de<br />

Ferro São Paulo–Rio Grande, a Clevelândia Industrial e Territorial Ltda.<br />

(CITLA), o governo federal, o governo do Paraná e principalmente, os posseiros<br />

(LAZIER, 1986, p. 28).<br />

A questão da posse da terra no Sudoeste do Paraná vem desde o<br />

Império e tem como ponto de referência a política de concessões de grandes<br />

lotes de terras pelo governo brasileiro como complementação de pagamento<br />

aos trabalhos realizados por empresas construtoras de ferrovias<br />

(GOMES, 1986, p. 29). Essas concessões têm sido registradas desde<br />

1889, quando Dom Pedro II, por meio do Decreto 10.432, de 10 de novembro,<br />

concedeu ao engenheiro João Teixeira Soares uma área de terras<br />

devolutas e nacionais equivalente a 9 km 2 (REGO, 1979 apud GOMES,<br />

1986, p. 29). O governo provisório da República, por meio do Decreto 305,<br />

de 7/4/1890, manteve, com algumas alterações, o Decreto Imperial. Em<br />

seguida, em 1891, essas concessões foram transferidas para a Companhia<br />

União Industrial e, em 6/5/1893, pelo Decreto 1.386, para a Companhia<br />

Estrada de Ferro São Paulo–Rio Grande, do grupo Brasil Railway<br />

Company (GOMES, 1986, p. 30). Foi essa companhia quem realmente<br />

construiu a Estrada de Ferro Itararé–Uruguay e o ramal Jaguariaíva (PR)–<br />

Ourinhos (SP), bem como recebeu parte das terras concedidas, ficando<br />

um resto para receber posteriormente. Coube ao Estado do Paraná a demarcação<br />

e titulação das áreas concedidas, tendo em vista que, pela<br />

Constituição da República, de 1891, as terras devolutas e nacionais passaram<br />

ao domínio dos Estados (GOMES, 1986, p. 30).<br />

O processo histórico de ocupação do Sudoeste do Paraná pode<br />

ser dividido em duas fases. A primeira, antes de 1940, de ocupação extensiva<br />

da terra, que se caracterizava por uma “economia cabocla”, voltada<br />

basicamente para a exploração da erva-mate, madeira e criação de suínos.<br />

Pedro Calil Padis (1981, p. 149), ao se referir à ocupação do Sudoeste<br />

paranaense, faz a seguinte observação sobre essa questão:<br />

Até a década de 50 eram cidades isoladas, que permaneceram<br />

praticamente estagnadas, que serviam apenas como postos militares<br />

avançados e a economia se restringia à subsistência [...] Seu<br />

povoamento se deu de forma bastante rápida, pois, com a Guerra<br />

do Contestado, muitas famílias, que se viram desabrigadas, dirigiram-se<br />

para essas novas colônias.<br />

Percurso: Curitiba em Turismo, n. 6, p. 107-129, 2007.

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