R I 5 - Unicuritiba
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76 Estratégias de Desenvolvimento Local ...<br />
produtos complementares, não necessariamente agrícolas, mas<br />
agregadores e fomentadores do desenvolvimento local.<br />
É crescente a percepção de que estratégias bem formuladas e<br />
adequadamente estruturadas se constituem em fatores fundamentais para<br />
que as organizações sejam bem-sucedidas em seus propósitos, mercê<br />
do maior alinhamento interno em torno de seus objetivos globais, do<br />
posicionamento da organização em relação a seu ambiente de atuação e<br />
da manutenção da coerência ao longo do tempo. Conseqüentemente, as<br />
atividades turísticas só poderão ser eficientes e viáveis num horizonte de<br />
médio e de longo prazo, se os recursos de que dependem forem mantidos<br />
e até melhorados. Deve ser prestada atenção ao ordenamento do<br />
território e à qualidade ambiental, bem como estimuladas ações estratégicas<br />
de certificação de qualidade do serviço turístico. Portanto, o turismo<br />
deveria ser estrategicamente planejado e refletir sobre o modelo de desenvolvimento<br />
turístico a aplicar adequadamente à realidade do território<br />
em causa. É nesse contexto que as teorias de estratégias de Henry<br />
Mintzberg (2000) podem contribuir para o desenvolvimento do turismo em<br />
rotas vinícolas, especificamente, no caso do Vale dos Vinhedos.<br />
Sendo as experiências de desenvolvimento local resultado de uma<br />
combinação particular de elementos históricos, sociais, econômicos e<br />
geográficos, deve-se ressaltar que, no limite, cada caso é único, e, por<br />
isso, o fenômeno não pode ser deliberadamente reproduzido em outro<br />
local. Fica difícil, pois, tomá-lo como modelo, o que, entretanto, é feito,<br />
muitas vezes, na formulação de políticas com a intenção de provocar o<br />
desenvolvimento numa dada região.<br />
Convém salientar que o fato do desenvolvimento local se basear<br />
na valorização de recursos internos da região não quer dizer que se esteja<br />
em presença de uma forma autárquica de desenvolvimento, o que não<br />
teria o mínimo sentido numa economia relacional como a atual. O desenvolvimento<br />
local não pode ser pensado como uma experiência fechada,<br />
cujo sucesso advenha desse fechamento ou auto-suficiência. Pelo contrário,<br />
se trata de um espaço que deve estabelecer relações e que deve<br />
utilizar as trocas com o exterior em seu beneficio. Essas relações estão,<br />
por conseguinte, sujeitas a certas condições e articuladas com as necessidades<br />
da região. As regiões ganhadoras são justamente as que encontram<br />
um modo próprio de integração aos mercados nacionais e internacionais<br />
e não aquelas que se fecham.<br />
Percurso: Curitiba em Turismo, n. 6, p. 59-79, 2007.