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R I 5 - Unicuritiba

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Rafael Carlos Prieto Fernandes, Vanessa Márcia Vargas e<br />

Nilson César Fraga<br />

121<br />

Na lógica dessa política que, em 1943, por intermédio do Decreto<br />

12.417, de 12 de maio, Getúlio Vargas criou a Colônia Agrícola Nacional<br />

General Osório (Cango), para atrair o excedente da mão-de-obra agrícola<br />

do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Surgiu, então nessa época, a rota<br />

da Marcha para o Oeste, organizada pelo governo federal no Sudoeste do<br />

Estado, instalando uma das sete colônias agrícolas nacionais da Cango e<br />

ocupando uma área de 300 mil hectares. A Cango absorveu pequenos<br />

produtores rurais vindos de outras regiões, principalmente Rio Grande do<br />

Sul e Santa Catarina. Também absorveu pequenos posseiros que estavam<br />

em conflito com grileiros de terras nas frentes pioneiras, principalmente<br />

na que avança rumo oeste-sudoeste paranaense. Essa iniciativa<br />

do governo federal trouxe ao Paraná uma experiência de reforma agrária<br />

que deu certo e que impulsionou o desenvolvimento econômico da região<br />

(FRAGA et al., 2002, p. 42).<br />

Roberto Gomes (1977, p. 18) destaca a afirmação de Walter<br />

Pécoits, em entrevista concedida em novembro de 1977, na cidade de<br />

Francisco Beltrão:<br />

A sede ficava na atual cidade de Francisco Beltrão (dentro da Gleba<br />

Missões), e essa, na área do território, passou a colônia agrícola a<br />

ter também como objetivo a colonização da área de fronteira do<br />

território, a partir da instalação dos colonos gaúchos.<br />

Nos primeiros anos de atuação, a CANGO dava terra ao agricultor<br />

como ajuda técnica, de assistência social e de infra-estrutura.<br />

Segundo Walter Pécoits, que assumiu a liderança do Movimento<br />

de 1957, na cidade de Francisco Beltrão, se referindo a CANGO faz<br />

a seguinte observação:<br />

“Nesta colônia agrícola, o agricultor [...] chegava, recebia a terra, a<br />

casa, ferramentas agrícolas, sementes, assistência dentaria e<br />

médico-hospitalar. Tudo de graça [...] uma média de 10 a 20<br />

alqueires por agricultor [...] mediam a gleba e, conforme o colono<br />

vinha chegando, eles o colocavam na terra que escolhera e aceitara<br />

receber. Como às vezes chovia e acumulava o serviço, a CANGO<br />

criou um núcleo em Santa Rosa, a 7 ou 8 quilômetros daqui, e fez<br />

casas para que o agricultor morasse nelas até ser transportado<br />

para a casa construída no lote rural que havia recebibo<br />

Embora se instalasse uma serraria em Santa Rosa para a construção<br />

das casas dos colonos, só eram serrados os pinheiros velhos, os<br />

caídos ou pinheiro que estava doente, derrubado por tempestade. A preocupação<br />

com a reserva florestal fez com que a Cango nunca colocasse o<br />

agricultor debaixo de pinhal. O agricultor era acomodado em mato-branco,<br />

onde estavam as terras melhores. Essa preocupação em localizar o<br />

Percurso: Curitiba em Turismo, n. 6, p. 107-129, 2007.

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