R I 5 - Unicuritiba

64 Estratégias de Desenvolvimento Local ...
2 TURISMO RURAL
Partindo do conceito de turismo de Cristopher Holloway (1994),
que o conceitua, sobretudo, como uma indústria apoiada numa cadeia
constituída por vários setores intervenientes que se entrecruzam e se
complementam. Quando se analisa o turismo no meio rural, ele se constitui
em uma atividade não agrícola que se apóia nas atividades agrícolas.
Vale salientar que não só o turismo pode completar e reforçar as atividades
agrícolas, como é o caso dos serviços, das comunicações, do artesanato,
entre outras que as peculiaridades locais propiciam. Todas elas, e
especialmente o turismo rural, criam mais postos de trabalho e redesenham
o próprio espaço econômico rural. O turismo rural funciona como indutor
do crescimento de ocupações não agrícolas no meio rural (SILVA, 1997
apud SCHNEIDER, 2000).
De acordo com F. J. Martinez e S. J. Monzonis (2000, p. 10), o
turismo rural pode ser traduzido como a atividade capaz de unir as características
da oferta e a motivação para a demanda. Assim, conceituam-no
como a atividade turística realizada no espaço rural, composta de uma
oferta integrada ao ócio e dirigida a uma demanda, cuja motivação principal
é o contato com o entorno rural combinado a inter-relações com a
sociedade local.
Para José Graziano da Silva, Balsadi e Grossi (apud SILVA; DALE;
VILARINHO, 1998, p. 78), o turismo rural gera ocupações complementares
às atividades agrícolas e passa a fazer parte do cotidiano da propriedade
rural, em menor ou maior intensidade, dependendo da propriedade,.
O turismo rural passa a ter um papel importante na habitabilidade
dos espaços rurais, servindo para a fixação do homem não só nas atividades
agrícolas mas especialmente nos espaços rurais, o que torna um
fator importante para amenizar o fluxo migratório. Essa nova tendência,
de acordo com Maria Dolores García Ramón (1995, p. 98), é denominado
neo-ruralismo.
No Brasil o turismo rural como programa, está em fase de introdução
pelo Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), devendo regulamentar
as atividades do segmento que tem como foco de atratividade a relação
do homem com o meio rural. Esse tipo de lazer tem como característica
saídas de fim de semana, em que o turista viaja mais vezes e permanece
menor espaço de tempo no local.
Percurso: Curitiba em Turismo, n. 6, p. 59-79, 2007.