R I 5 - Unicuritiba

86 O Novo Clima no Paraná
mos, mas não se percebia; pensava-se de acordo com a falsa idéia de
que “a poluição dele não pode me atingir”.
As rápidas mudanças econômicas e sociais ocorridas no século
XX podem ter afetado ou potencializado as mudanças no ambiente
paranaense. As causas são várias: da redução do manto vegetal à substituição
pela agricultura, urbanização e construção de usinas hidroelétricas,
etc. O Paraná tem núcleos urbanos importantes, além de Curitiba: Londrina,
Maringá, Ponta Grossa, Cascavel, entre outras cidades. A urbanização
altera as condições climáticas locais pela interferência que promove.
Do atendimento às necessidades e anseios da sociedade estabelecida
decorre a necessidade da produção de bens de consumos, sejam alimentos,
bem duráveis ou serviços. Essas são emergentes e crescentes
e estimulam a expansão da agricultura e industrialização, que associada
à premissa da produção de excedentes visando ao comércio com outras
unidades da Federação ou exportação se constitui num ciclo contínuo de
causa e efeito.
O crescimento da população, da indústria, dos serviços e da agricultura
exige energia para sua manutenção. A mais utilizada é a oriunda de
combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão, que são altamente
poluidores por lançarem carbono na atmosfera pela sua queima. Outra
forma de energia, menos poluidora, é a hidrelétrica, porém, em relação ao
clima, altera o albedo da superfície pela redução da vegetação e formação
de espelhos d’água. O Paraná é um dos maiores produtores de energia
hidrelétrica do País, e, para isso, construíram-se lagos artificiais, principalmente
nos rios Iguaçu, Paraná e Paranapanema.
O clima, enquanto elemento desse sistema ambiental constituído,
no Paraná vem sofrendo interferências causadas pelas atividades
antrópicas locais e globais. O clima realimenta o sistema promovendo
alterações no ambiente e forçando novas interações nos meios de produção
agrícola, por exemplo.
Nas discussões das causas das mudanças climáticas globais, algumas
já são conhecidas, como o acréscimo de gases de efeito na atmosfera,
entre eles o gás carbônico, originado da queima de combustíveis
fósseis, e o metano, produzido em agricultura irrigada, pela pecuária
e nos centros urbanos por aterros sanitários. Esse acréscimo impede o
retorno da radiação infravermelha refletida pela superfície terrestre, que
fica aprisionada na baixa atmosfera, ocasionando a elevação na temperatura.
A esse bloqueio da radiação dá-se o nome de efeito estufa, que antes
de tudo é uma condição natural do planeta, servindo de regulador da temperatura
e permitindo a existência de vida como se conhece.
Percurso: Curitiba em Turismo, n. 6, p. 81-105, 2007.