R I 5 - Unicuritiba

88 O Novo Clima no Paraná
ficar essa diversidade climática por dois transectos: o primeiro no sentido
norte-sul e o segundo no sentido leste-oeste. Em ambos observou que
“[...] cortam zonas tropicais úmidas e zonas subtropicais, assim como
regiões de clima quente a temperado com geadas periódicas.”
O inverno está associado à estação fria, mas não como estação
das chuvas, como ocorre na Região Norte do País. Os verões quentes
são amenizados pela altitude nas regiões de planaltos. As chuvas são
bem distribuídas durante o ano, porém com maior concentração nos meses
estivais.
O Estado do Paraná, mesmo em posição meridional, é afetado
pelas massas de ar quentes vindas da Amazônia e fortemente atingido
pelas massas polares frias e secas vidas do sul, o que confere uma situação
propícia para a ocorrência de frontogênses.
Quatro sistemas atmosféricos atuam na Região Sul do Brasil. Esses
sistemas que caracterizam o clima são formados pelas massas de
ar em sua ciclicidade e suas interações com os elementos geográficos.
As massas de ar que atingem o Estado são a massa polar atlântica (MPa),
que se desloca de sul a norte, se origina no anticiclone migratório polar e é
fria e seca; a massa tropical atlântica (MTa), quente, úmida e se movimenta
do Atlântico para o continente; massa equatorial continental (Mec), que
se origina no anticiclone da Amazônia, é quente, úmida e se desloca no
sentido norte-sul; massa tropical continental (MTc), quente, seca e tem
origem na depressão do Chaco, no Paraguai (MENDONÇA, 2000, p. 27).
O clima do Estado, pela visão empírica, era descrito como temperado
e saudável por A. Saint-Hilaire (1995, p. 16) e Lacerda (1915, p 476).
A. Saint-Hilaire ainda acrescenta que o clima da região tem inverno rigoroso
e com chuvas concentradas no verão, sem período de secas prolongadas.
Complementando, R. Avé-Lallemant (1995, p. 22) afirma que “[...] a
umidade é atormentadora.”
A diferenciação climática de certa maneira influenciou as imigrações,
pois o clima do planalto, sendo “zona temperada doce”, é o que
mais se assemelha ao clima europeu (MARTINS, 1989 p. 19). Assim o
clima componente da paisagem pode ter influenciado a formação da “civilização
paranaense”. W. Martins (1989, p. 20), sobre esse assunto ainda
observa que:
[...] é suficiente conviver com um paranaense típico para verificar
que se trata do contrário do homem expansivo, amante de gestos
escandalosos ou das atitudes coloridas, as expansões comunicativas
ou dos entusiasmos fáceis. São traços de psicologia inegavelmente
influenciados pela paisagem [...]
Percurso: Curitiba em Turismo, n. 6, p. 81-105, 2007.