R I 5 - Unicuritiba
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122 Sudoeste Paranaense: 50 anos do levante dos ...<br />
agricultor nas terras mais produtivas e preservar a floresta nativa, levou a<br />
Colônia Agrícola a contratar um número significativo de guardas florestais.<br />
Sendo uma região onde tudo estava por ser feito, dar infra-estrutura<br />
aos colonos implicou abrir estradas, construir pontes, escolas, etc.,<br />
contratar e manter professores, o que foi feito até 1957 (GOMES, 1986, p.<br />
19). O sistema de pequena propriedade adotado na colonização, sem ônus<br />
para o agricultor, com um serviço de infra-estrutura e assistência em saúde<br />
e educação totalmente gratuita, aliada a uma forte propaganda que se<br />
fazia no Rio Grande do Sul, atraiu em poucos anos milhares de famílias<br />
para a região. Na época da criação das colônias, intensa propaganda era<br />
feita nos programas sertanejos das rádios, de grande penetração no meio<br />
rural (GOMES, 1986, p. 19).<br />
No caso da Cango, mais do que esse programa, a notícia era<br />
espalhada de “boca em boca”, pelos que vinham para a região e voltavam<br />
para buscar a família. Além disso, os reservistas do Rio Grande do<br />
Sul, quando davam baixa do quartel, recebiam, com seus certificados,<br />
um boletim: “Procure a Cango no Estado do Paraná, onde o governo lhe<br />
dará a terra, lhe dará assistência médica, lhe dará sementes, etc.” (GO-<br />
MES, 1986, p. 19).<br />
O crescimento da população acompanhou o crescimento das condições<br />
que estavam sendo dadas, para que a região plantasse e colocasse<br />
a produção no mercado. Se inicialmente os colonos produziram quase exclusivamente<br />
para a subsistência, bem rápido foram criadas as condições<br />
para a produção de alimentos para o mercado (GOMES, 1986, p. 21).<br />
5 INÍCIO DO LEVANTE DE 1957<br />
Antes de se ater à revolta dos camponeses no Sudoeste do Paraná,<br />
se faz necessária uma contextualização das revoltas camponesas no<br />
Brasil, apresentando-se o processo complexo da terra no País. As primeiras<br />
grandes lutas camponesas no Brasil coincidiram com o fim do Império<br />
e o começo da República. As movimentações predominantemente camponesas,<br />
mas não exclusivamente, do sertão de Canudos, na Bahia (1893-<br />
1897), e do sertão do Contestado, no Paraná e em Santa Catarina (1912-<br />
1916), foram apresentadas e violentamente combatidas, por forças militares<br />
compostas de milhares de soldados do Exército e das polícias estaduais,<br />
como se fossem tentativas de restauração Monárquica (MARTINS,<br />
1986, p. 41).<br />
Percurso: Curitiba em Turismo, n. 6, p. 107-129, 2007.