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eflexivos e conscientes sobre temas e problemas inseridos em virtude das<br />
expectativas humanas.<br />
O desafio é identificar os aspectos que caracterizam a<br />
arquitetura. É isso que faz nossa proposição. Os “aspectos”<br />
são o artifício teórico para fundamentar a definição de<br />
arquitetura, resumem as implicações dos lugares enquanto<br />
arquitetura, o como ela nos afeta de várias maneiras, o seu<br />
desempenho multifacetado. Frederico de Holanda, Arquitetura<br />
Sociológica (2007).<br />
Kevin Lynch, em A Imagem da Cidade, nos oferece como método de análise e<br />
avaliação a percepção do espaço arquitetural dividindo-o em partes e argumenta a<br />
capacidade do ser humano de avaliação das fatias arquiteturais, haja vista que o ser<br />
humano consegue visualizar o meio que ocupa e avaliá-lo por meio de seus anseios<br />
cognitivos.<br />
Como visualizar esta arquitetura multidisciplinar e multifacetada? Como chegar a<br />
configurações espaciais e como são estas fatias arquiteturais?<br />
2. DIVIDINDO PARA COMPREENDER<br />
Maria Elaine Kohlsdorf, em A Apreensão da Forma da Cidade (1996) 13 , oferece uma<br />
abordagem da possibilidade de entender os “produtos” arquitetônicos a partir de<br />
estudos relacionados aos mecanismos cognitivos, observando os lugares como<br />
composição plástica de elementos relacionados em conjunto, ou ainda, “totalidades”.<br />
Para chegar a este resultado, Kohlsdorf tilizou a teoria da Gestalt 14 no livro, Gestalt<br />
Urbana (1975) 15 e a traduziu como “Teoria da Configuração”, onde todos os<br />
elementos são relacionados, mas somente a partir da composição pode se entender<br />
o sentido espacial.<br />
A observação do lugar por meio da Gestalt deve diferenciar as aparências entre uma<br />
forma e outra e, para que ela exista, deve haver elementos de tal maneira dispostos<br />
que ocorra uma correlação entre eles diferenciando de uma simples coleção ou de<br />
um simples agregado de formas.<br />
Ainda de acordo com Maria Elaine Kohlsdorf, a observação do lugar e o seu<br />
desempenho frente às expectativas humanas se dão por meio de análises mórficas,<br />
13 KOLHSDORF, Maria Elaine. A Apreensão da Forma da cidade. Brasília, Ed. UnB, 1996<br />
14 Relação à Gestaltpsychologie, uma vez que o termo que mais se aproxima, em português, a<br />
Gestalt é CONFIGURAÇÃO, definido como forma exterior de um corpo, aspecto, figura, feitio, tipo de<br />
fenômenos psíquicos irredutíveis (Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, Aurélio<br />
Buarque de Holanda Ferreira, São Paulo, 1972) [...].<br />
15 KOLHSDORF, Maria Elaine. Gestalt Urbana: considerações sobre os espaços do plano-piloto de<br />
Brasília. Brasília: Departamento de Arquitetura e Urbanismo, 1975.