Download PDF - IESPLAN
Download PDF - IESPLAN
Download PDF - IESPLAN
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
A arquitetura de defesa evolui, ao passo que se faz necessária a defesa contra<br />
novas armas, mas como uma tipologia, que ainda quando rápida, é lenta frente aos<br />
avanços bélicos e perdurar na mesma utilitas 72 .<br />
Em suma, a arquitetura militar perdeu seu posto de defesa frente à “cortina virtual” e<br />
todo o sistema de contra-espionagem, com isso declarou sua aposentadoria para<br />
fins de defesa frente um estado real de guerra. O que existe hoje é a manutenção de<br />
armas de ataque, que também são utilizadas para a defesa como interceptadores,<br />
como o “Astro II” e mísseis continentais. (MORI, 2003, p.29).<br />
CONCLUSÃO<br />
Para o teórico e arquiteto britânico John Ruskin (1819-1900) 73 , assim como o<br />
homem, o edifício possui seu tempo, sua marca e, porque não dizer, sua perenidade<br />
e morte para determinada função. Entender tal conceito, nas palavras de Ruskin,<br />
não é necessariamente negligenciar a existência ou restaurá-la<br />
inconsequentemente, mas aceitar o tempo ali impregnado entendendo sua relação<br />
com o passado. Nesta linha de pensamento, a arquitetura militar adaptou-se às<br />
novas transformações. Edifícios, que outrora eram inacessíveis aos civis, agora<br />
clamam por sua presença.<br />
Como produto da atividade humana, a obra de arte coloca, com<br />
efeito, uma dúplice instância: a instância estética que<br />
corresponde ao fato basilar da artisticidade pela qual a obra de<br />
arte é obra de arte; a instância histórica que lhe compete como<br />
produto humano realizado em um certo tempo e lugar e que em<br />
certo tempo e lugar se encontra. (BRANDI, 2005, p. 25).<br />
Muitos questionam se estudar a arte da guerra é ser amante da mesma. Isso talvez<br />
fosse verdade na época de Sun Tzu, Maquiavel, Átilaou do czar Ivan, o terrível;<br />
contudo, hoje nota-se entre os estudiosos, pelo menos em sua maioria, a busca pelo<br />
saber histórico e sua historiografia pacifista.<br />
Seguramente estamos longe da paz ideal, mas porque eximir da ação patrimonial<br />
sua parcela de responsabilidade? Ora, igualmente não é verdade que a arquitetura<br />
militar, que outrora foi pano de fundo para as mais sangrentas pinturas, hoje tornouse<br />
paisagem para os mais felizes retratos em famílias. A função pode geralmente se<br />
transformar após séculos de uso, isso é natural, entretanto, o caráter social do<br />
edifício deve perdurar, do contrário estaríamos protegendo apenas ruínas. Assim<br />
72 Segundo Vitrúvio o edifício é composto de utilitas, firmitas e venustas: utilidade, firmeza e beleza.<br />
73 Os princípios de John Ruskin podem ser lidos em seu The seven Lamps of Architecture, - As sete<br />
lâmpadas da arquitetura -, publicada em Londres no ano de 1849. (EVERS, 2003, p.464).