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teoria de Bertalanfy, um sistema passa a ser compreendido como um conjunto de<br />
elementos interdependentes e interrelacionados, que interagem com objetivos<br />
comuns formando um todo e onde cada um dos elementos comporta-se por sua vez<br />
como um novo sistema.<br />
De acordo com a Teoria da Complexidade, o universo deve ser tratado como um<br />
lugar de surpresas em potencial, cheio de multiplicidades, instabilidades,<br />
impermanências e perturbações. A premissa é atingir saberes não fragmentados,<br />
não compartimentados e não redutores. Significa a negação do pensamento<br />
reducionista mecanicista com seu pensamento maniqueísta de causa e efeito, do<br />
bem e do mal, de culpados e salvadores, que elimina toda ambiguidade e toda<br />
incerteza.<br />
A Teoria da Complexidade concebe a ciência como um conjunto de teorias mutáveis<br />
e propícias a transformações, que se estabelecem por meio das exigências do<br />
contexto histórico, valorizando o processo da construção do conhecimento em<br />
detrimento das teorias acabadas. Nela não existe dissociação entre ciência e<br />
realidade, não se estudam mais fenômenos isolados.<br />
As antigas descobertas científicas servem não como fatos, mas como parâmetros<br />
para a avaliação de novas explicações. Daí a construção do conhecimento de forma<br />
contextualizada, demonstrando a utilidade do conhecimento científico para a vida,<br />
despertando a reflexão e construindo uma nova concepção da ciência que se<br />
encanta com a criatividade do ato de se autoconstruir.<br />
É o "fim das certezas”, como vemos na Teoria Dissipativa de Ilya Prigogine, cientista<br />
Russo ganhador do prêmio nobel de Química em 1957, na qual percebe-se a<br />
natureza com toda a sua complexidade e infinitude. Conceituando ciência como um<br />
diálogo com a natureza, na qual os assuntos e suas soluções são imprevisíveis e<br />
aparentemente paradoxais, em que estruturas dissipativas se mostram também<br />
ordenadas em um estado de complexidade crescente, que gera novas formas de<br />
ordem com sistemas vivos ao mesmo tempo abertos e fechados. As leis da natureza<br />
tratando, não mais de certezas morais ou de explicações deterministas e<br />
irreversíveis, mas de possibilidades. (CAPRA apud PRIGOGINE, 1996 p. 71).<br />
Para o professor resta o desafio de fazer realidade o ensinar e o aprender, mesmo<br />
se tratando de uma questão subjetiva como é a capacidade de abstrair, transcender<br />
e criar em consonância com as necessidades da sociedade. O exercício de pensar o<br />
cotidiano dá-se a partir de problematizações, do professor tornando-se alguém que<br />
exercita a arte de perguntar, de instigar a pensar o cotidiano e seus desafios.<br />
A água é um recurso finito ou renovável? Os dois ou nenhum dos dois? Levar o<br />
aprendiz a pensar de forma complexa é um desafio, visto que foi conduzido a uma<br />
aprendizagem meramente informativa ao longo da vida.<br />
Além de valorizar a comunicação com o outro, a procura de valorizar os saberes que<br />
o aluno traz em sua bagagem de vida.