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O ENSINO DA PRESERVAÇÃO ARQUITETÔNICA E URBANÍSTICA NOS<br />

CURSOS DE ARQUITETURA & URBANISMO<br />

Márcio Vianna 41<br />

(professor do <strong>IESPLAN</strong>)<br />

A preservação do patrimônio arquitetônico e urbanístico é tema relativamente<br />

recente, e seu ensino, mais ainda. Todavia, no Homem o instinto de defesa de seu<br />

próprio patrimônio existe desde as sociedades primitivas; afinal, o instinto de defesa<br />

é „animal‟.<br />

O primeiro arquiteto pode ter sido um homem pré-histórico que arrastou uma pedra<br />

para a entrada de sua caverna, objetivando proteger a si e a seu grupo, diante do<br />

clima ou de animais ameaçadores. Assim, inventou uma porta para proteger seu<br />

patrimônio, antes mesmo da criação da roda.<br />

Inseridas no conceito de patrimônio, abrangente desde sempre, encontramos<br />

também as categorias culturais, que nos dizem respeito mais diretamente enquanto<br />

arquitetos e urbanistas, quais sejam o patrimônio urbano e o patrimônio<br />

arquitetônico. No que concerne à estas categorias a estas categorias, encontramos<br />

iniciativas antiquíssimas de preservação:<br />

Como nos templos mais antigos, que sempre tiveram um guardião, ou sacerdotisa,<br />

ou similares, empenhados em sua proteção e manutenção.<br />

Noutro exemplo, poderíamos considerar que o Imperador Adriano (76 D.C. – 138)<br />

teria inventado a preservação museológica, pelo menos para nosso mundo ocidental<br />

Greco-romano, quando exibe, na sua “Villa Adriana” nos arredores de Roma (Tivoli),<br />

a coleção de arte saqueada a gregos e outros.<br />

Na Idade Média, o chamado “Codex Calixtinus” (assinado pelo Papa Calixto II no<br />

ano de 1131) parece um primeiro Código de Obras e de Posturas, com ênfase na<br />

preservação do patrimônio arquitetônico e urbanístico, quando na Espanha de<br />

então, são lançadas normas de proteção para o Santuário de Santiago de<br />

Compostela e para os vilarejos ao longo do conhecido “Caminho de Santiago”. Essa<br />

peregrinação, já então a todo vapor, atrai multidões de romeiros em número além do<br />

que o Santuário ou os vilarejos, suas estalagens, suas tabernas, pareciam poder<br />

suportar. E estava „inventado‟ o “controle da capacidade de carga” que até hoje<br />

vemos em situações como em Machu Picchu, no controle do limite e do fluxo de<br />

visitantes.<br />

41 Márcio Vianna, Arquiteto pela Universidade de Brasília (1980), e doutor em Preservação do<br />

Patrimônio Cultural pela Universidade Politécnica de Varsóvia (1989). Arquiteto do Instituto do<br />

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN desde 1982. Atualmente, é o coordenador do Curso<br />

de Arquitetura & Urbanismo do Instituto de Ensino Superior Planalto, <strong>IESPLAN</strong>, Brasília.

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