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ENFOQUE<br />

monitoram o fluxo de caixa. Seus pagamentos<br />

anuais de renda a juros fixos são efetua<strong>do</strong>s<br />

com base no fluxo de caixa.<br />

Os executivos das empresas com investi<strong>do</strong>res<br />

em títulos de dívidas e em ações estão<br />

sempre prontos para dizer que dão o mesmo<br />

tratamento a esses grupos de detentores<br />

em termos de reconhecer sua importância,<br />

organizan<strong>do</strong> ofertas, prestan<strong>do</strong> serviço contínuo<br />

e fornecen<strong>do</strong> um fluxo constante de<br />

informações úteis.<br />

Na maioria das empresas, os executivos<br />

de RI concentram-se no la<strong>do</strong> patrimonial<br />

da estrutura <strong>do</strong> capital, sen<strong>do</strong> as relações<br />

de dívida administradas pelo departamento<br />

financeiro/tesouraria. O CFO é<br />

o responsável óbvio pelo gerenciamento<br />

de práticas de dívidas, trabalhan<strong>do</strong> junto<br />

aos bancos, supervisionan<strong>do</strong> ofertas<br />

e manten<strong>do</strong> relações contínuas com os<br />

detentores de títulos de dívidas. Geralmente,<br />

essas tarefas são realizadas no<br />

departamento financeiro/tesouraria pelo<br />

tesoureiro, o tesoureiro assistente, o gerente<br />

financeiro ou por diretores com<br />

cargos semelhantes.<br />

É também justo dizer que os profissionais<br />

de RI de algumas empresas estão envolvi<strong>do</strong>s<br />

nas relações com os detentores de títulos<br />

de dívida. Podemos chamar isso uma<br />

tendência que tem cresci<strong>do</strong> lentamente<br />

por cerca de uma década.<br />

Breve introdução aos títulos<br />

de dívidas<br />

Um título de dívida certifica que seu detentor<br />

emprestou dinheiro à empresa e receberá<br />

um juro fixo e o principal de acor<strong>do</strong><br />

com os termos especifica<strong>do</strong>s. Os títulos<br />

de dívidas têm um valor nominal e uma<br />

taxa de cupom, sen<strong>do</strong> que o valor nominal<br />

é o valor de face. A taxa de cupom é a taxa<br />

de juros nominal que leva a determinar a<br />

taxa de juros real que o investi<strong>do</strong>r recebe<br />

sobre o título de dívida. É juro anual por<br />

valor nominal. Um título de dívida de R$<br />

1.000,00 com um cupom de 5% paga R$<br />

50,00 por ano. Os títulos têm datas de<br />

vencimento, isto é, a data final de amortização<br />

<strong>do</strong> principal.<br />

28 REVISTA RI Fevereiro 2009<br />

Os títulos de dívidas têm uma escritura, que<br />

expõe os termos, as obrigações da empresa<br />

e quaisquer restrições, conhecidas como<br />

cláusulas restritivas. Elas podem incluir as<br />

necessidades mínimas de capital circulante<br />

e certos índices de dívida ou quocientes de<br />

liquidez. As escrituras são preparadas para<br />

um terceiro, chama<strong>do</strong> de agente fiduciário,<br />

que é responsável por garantir que os termos<br />

da escritura sejam honra<strong>do</strong>s.<br />

A taxa de juro efetiva <strong>do</strong> título da dívida é<br />

o seu rendimento. Não é necessariamente a<br />

mesma que a taxa de cupom. Um título de<br />

dívida pode ser adquiri<strong>do</strong> com desconto ou<br />

preço abaixo <strong>do</strong> seu valor de face, ou com<br />

um ágio ou preço acima <strong>do</strong> seu valor de face.<br />

Portanto, o rendimento pode ser acima ou<br />

abaixo da taxa de cupom.<br />

Os títulos de dívidas contêm uma disposição<br />

de resgate, que permite que a empresa<br />

que emite o título da dívida recompre ou<br />

resgate o título de dívida de seus detentores<br />

a preços específicos durante perío<strong>do</strong>s<br />

especifica<strong>do</strong>s.<br />

Alguns títulos de dívidas incluem um fun<strong>do</strong><br />

de amortização que permite que a empresa<br />

amortize parte da dívida em certas épocas,<br />

reduzin<strong>do</strong> o sal<strong>do</strong> <strong>do</strong> principal. Os investi<strong>do</strong>res<br />

estão cientes da disposição porque está<br />

prevista na escritura.<br />

tipos de títulos de dívidas<br />

Há diversos tipos de títulos de dívidas. As<br />

debêntures não são garantidas e são protegidas<br />

pelo crédito da empresa. Essa é uma<br />

das razões pelas quais os investi<strong>do</strong>res monitoram<br />

as classificações de risco bem de<br />

perto. Algumas empresas também emitem<br />

debêntures subordinadas, com disposições<br />

na escritura que fazem com que sejam<br />

classificadas de acor<strong>do</strong> com outra dívida<br />

não garantida.<br />

Os títulos de dívidas conversíveis podem<br />

ser converti<strong>do</strong>s em outros títulos, geralmente<br />

ações ordinárias, a um preço fixa<strong>do</strong><br />

previamente. São considera<strong>do</strong>s como se tivessem<br />

as características tanto <strong>do</strong>s títulos<br />

de dívidas como das ações ao oferecerem<br />

renda a juros fixos e possível valorização<br />

de preço quan<strong>do</strong> funcionan<strong>do</strong> como ações.<br />

Os zero coupon bonds (títulos de dívidas<br />

sem cupom de juros) acumulam juros durante<br />

sua vida, que são soma<strong>do</strong>s ao valor<br />

principal e pagos juntamente com ele no<br />

vencimento. Portanto, o detentor recebe<br />

um pagamento maior.<br />

Ainda há os títulos de dívidas de alto risco,<br />

classifica<strong>do</strong>s pela Moody's e S&P como BB<br />

ou inferior. São considera<strong>do</strong>s mais arrisca<strong>do</strong>s<br />

porque a empresa emissora provavelmente<br />

não estabeleceu um histórico de forte desempenho<br />

comercial. A boa notícia é que<br />

esses títulos de dívidas geralmente oferecem<br />

um rendimento maior para os investi<strong>do</strong>res<br />

dispostos a especular.<br />

Conforme menciona<strong>do</strong>, a qualidade <strong>do</strong>s<br />

títulos de dívidas é um serviço de classificação<br />

de crédito que visa proporcionar<br />

aos investi<strong>do</strong>res uma escala <strong>do</strong> risco de<br />

inadimplência por parte da empresa. As<br />

principais firmas de classificação incluem<br />

a Moody's, a S&P e a Fitch. As classificações<br />

começam com AAA, que é a qualidade<br />

superior, depois AA, alta qualidade,<br />

A, qualidade média alta, BBB, média, BB,<br />

quase arriscada, B, arriscada, até CCC,<br />

CC, C e D, todas sugerin<strong>do</strong> que a empresa<br />

pode inadimplir ou provavelmente<br />

inadimplirá nos títulos das dívidas. As classificações<br />

mais altas apresentam a menor<br />

probabilidade de inadimplência e por isso<br />

sugerem níveis de risco.<br />

Os vencimentos também são importantes<br />

para os investi<strong>do</strong>res. O risco é fundamental<br />

na decisão sobre o que é um vencimento<br />

aceitável quan<strong>do</strong> se investe em títulos de<br />

dívidas. O risco entra em cena em termos<br />

de perda potencial de um maior retorno<br />

se as taxas de juros subirem; o investi<strong>do</strong>r<br />

perde o retorno maior que poderia ter si<strong>do</strong><br />

obti<strong>do</strong> com o investimento <strong>do</strong> dinheiro em<br />

outros instrumentos.<br />

Entretanto, vencimentos mais longos trazem<br />

rendimentos maiores. Vencimentos de dez<br />

anos são procura<strong>do</strong>s por investi<strong>do</strong>res mais<br />

conserva<strong>do</strong>res, que buscam equilibrar o risco<br />

e a remuneração. Os títulos de dívidas<br />

podem ter várias características, como a de<br />

dar à empresa a possibilidade de convertê-los

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